Jornal do Commercio de Pernambuco entrevista Ivan Pinheiro (PCB)
Entrevista do presidenciável do Partido Comunista Brasileiro (PCB) – Ivan Pinheiro ao veículo de comunicação Jornal do Commercio. Entrevista concedida no ato do lançamento da campanha das candidaturas em Pernambuco. Quem tem Ivan PInheiro como candidato a Presidente da República (21), Roberto Numeriano à Governador do Estado de Pernambuco (21), Délio Mendes concorrendo ao Senado (211), Luciano Morais para Deputado Federal (2121), e os camaradas Ivanildo Santos (21321) e Armando Fernandes (21222) são os candidatos comunistas para o cargo de Deputados Estaduais.
A União da Juventude Comunista – Pernambuco, apoia de forma militante os candidatos do PCB.
Acreditamos de fundamental importância estarmos participando ativamente dessa campanha, que não se resume a matemática eleitoral, de expressão númerica de votos, mas sim, para divulgar as bandeiras por um mundo melhor, de uma sociedade justa – uma sociedade socialista em transição para o comunismo, onde não existirão mais as classes sociais. Nossa campanha é política, é uma campanha movimento, onde estaremos mostrando a sociedade uma proposta alternativa ao capitalismo. A UJC vota no PCB – 21 para OUSAR LUTAR, OUSAR VENCER!
Segue abaixo a entrevista na íntegra, com o título de: Partido pequeno pode tornar-se hegemônico, acredita presidenciável do PCB, por Chico Ludermir do JC Online.
Pela primeira vez no Recife como candidato à presidência pelo PCB, o advogado Ivan Pinheiro veio lançar as candidaturas dos copartidários Roberto Numeriano, ao Governo e Délio Mendes, ao Senado. Em conversa com o JC Online no Clube dos Engenheiros, na Madalena, Pinheiro apontou esta eleição como uma disputa de par ou ímpar, mas assinalou a possibilidade de uma surpresa verde com Marina Silva indo para o segundo turno. Otimista, ressaltou que o atual presidente, Lula, veio de um partido que que era muito pequeno e tornou-se hegemônico.
Na entrevista, o comunista questiona por que em Pernambuco 17 partidos apóiam Eduardo Campos. “Para que existem 17 partidos se eles pensam igual?”, ironiza. Pinheiro diz ainda que a expectativa é de que a eleição seja de baixo nível. “Ao invés de discutirem projetos, vão recorrer à baixaria”.
LEIA A ENTREVISTA:
JC Online: Como o PCB está se articulando nesta campanha de 2010?
Ivan Pinheiro: O PCB está com chapa própria. Não só para presidente como em para governador, senador e deputados em 20 Estados. Isso era o plano B do PCB. Daríamos preferência para uma ampla frente de esquerda que pudesse se dizer uma alternativa, mas não conseguimos por uma série de razões. Enxergamos que a eleição de 2010 estava sendo armada para ser uma bipolarização entre o PT e PSDB, cada vez mais parecidos um, é um par ou ímpar. Conversamos com o PSOL, o PSTU, mas esbarramos em dificuldades. Estamos com chapa própria mas não deixamos de pensar numa unidade que pode vir a partir desta eleição. Uma frente de esquerda que não seja uma mera coligação eleitoral.
JC: A extrema esquerda costuma criticar a disposição dos candidatos, acusando de uma disputa plebiscitária, polarizada, como o sr. avalia?
IP: Aqui talvez sejamos um dos poucos países do mundo em que a direita não assume que é direita. Você nunca vai ouvir “eu sou de direita”. Todo mundo é meio de esquerda, um pouco esquerda, talvez se deva às marcas da ditadura, um governo de direita que matou e censurou. Então ninguém quer ser direita. Até o DEM, partido mais a direita se diz democrata. Eles não são democratas, são de direita. A eleição, neste tipo de democracia que dizemos que é falsa, as pessoas não tem oportunidade iguais para disputar. Alguns candidatos não tem recurso e tem 55 segundos (na TV), os grandes candidatos têm 10 minutos cada um e R$ 100 milhões pra gastar. Pago por empresas. Por que uma empresa da dinheiro para um candidato? Para que quando eleito sejam servidores desta empresa. Já nasce corrompido. Já é eleito comprado. Há três anos atrás já sabíamos quem seriam os candidatos. A manipulação é construída na mídia.
JC: Qual é a alternativa para isso?
IP: A alternativa é uma verdadeira democracia em que o fator dinheiro não influencie as campanhas. Você sabia que na França os candidatos de todos os partidos têm o mesmo tempo na televisão? Aqui é tão artificial que em Pernambuco é candidato de 17 partidos. Para que que existem 17 partidos se eles pensam igual. Você acha que eles se reuniram para fazer um programa comum. Se reuniram para ter o poder. Estamos propondo uma modificação de uma democracia representativa para a democracia participa.
JC: A candidata do PT à presidência, Dilma, também está aqui. O que o Sr. pensa do espaço dado a cada um dos presidenciáveis?
IP: Ela chega e rouba a cena, por que ela é candidata da primeira divisão. Eu sou considerado da segunda, da terceira. É tão absurdo o fato do tempo e recursos diferentes por que acaba congelando o quadro partidário, uma forçação de barra para o partido pequeno continuar pequeno ou coligar-se. Mas o PT quando foi formado não nenhum deputado. Hoje tem o presidente. O partido pequeno pode tornar-se hegemônico.
JC: Como os sr. está vendo as farpas entre Dilma e Serra?
IP: Isso vai ser uma baixaria o tempo todo. Eles estão se recusando ao debate. O problema é ali é briga de cachorro grande. Ao invés de discutirem projetos, vão recorrer à baixaria. O pior, é que os candidatos competitivos não dizem o que pensam. No horário gratuito eles não falam o que a cabeça decide. Marqueteiros redigem para eles lerem. A equipe que elabora o discurso muda de acordo com uma avaliação de se aquilo está dando ou tirando votos, como uma novela, em que os personagens podem até sumir. As propostas ninguém sabe. Por isso, o Serra não entregou um programa e sim seu discurso. Com a Dilma, o PT entregou um (programa) e o PMDB entregou outro. Aquilo é uma esquizofrenia. O nosso programa, eu li e participei. Eles não querem ter programa para não serem cobrados.
Publicado originalmente : União da Juventude Comunista/PERNAMBUCO
Fonte: JC ONLINE
Assista o vídeo da entrevista: