Protestos violentos no haiti exigem a renúncia do presidente Martelly
13 de dezembro de 2014
Por: EFE e AFP
A Polícia haitiana, auxiliada por forças da Missão das Nações Unidas pela Estabilização no Haiti (Minustah), dispersou, nesta sexta-feira, milhares de opositores que tentaram chegar até o Palácio Nacional para exigir a renúncia do presidente do país, Michel Martelly, e de seu primeiro ministro, Laurent Lamothe.
Os manifestantes, que percorreram várias ruas de Porto Príncipe, ignoraram a rota acordada com a Polícia e se dirigiram para a sede do Governo, onde um forte contingente policial resguardava o lugar com gases lacrimogêneos e tiros para o ar.
Os opositores, em troca, responderam com o lançamento de pedras e outros objetos contundentes como garrafas e pedaços de metal, além de levantar barricadas em vários pontos da capital, onde queimaram pneus e causaram caos ao tráfico.
A manifestação foi organizada pelo partido Família Lavalas, liderado pelo ex-presidente haitiano Jean Bertrand Aristide, que enfrenta um processo jurídico por suposta corrupção quando dirigiu o país.
Os opositores haitianos foram às ruas contra as recomendações da Comissão Consultiva, um grupo de 11 notáveis designados por Martelly, que visa buscar uma saída para a agitação.
Essa comissão recomendou uma trégua política, a demissão do primeiro ministro Lamothe, a do presidente do Conselho Superior do Poder Judiciário (CSPJ), assim como a renúncia dos membros do Conselho Eleitoral Provisório (CEP).
Os manifestantes, entre eles os dirigentes Rony Timothée e Byron Odigé, libertados ontem após dois meses na prisão, exigiram que Martelly também tivesse que renunciar.
Os líderes da oposição permaneceram presos sob as acusações de supostas ações de vandalismo, porém nunca foram levados perante um juiz nem foram indiciados.
A oposição a Martelly exigiu, ainda assim, a libertação de outros dirigentes, como os irmãos Enold e Josué Florestal, Louima Louis Juste e Jean-Robert Vicent.
Tradução: Partido Comunista Brasileiro (PCB)