Prêmio Nobel da Paz denuncia e repudia interferência dos EUA na Venezuela
O argentino Adolfo Pérez Esquivel, prêmio Nobel da Paz em 1980, denunciou a interferência e tentativas de desestabilização do governo dos Estados Unidos contra o presidente Nicolás Maduro e o povo da Venezuela.
Em entrevista à Radio del Sur na última terça-feira, Pérez Esquivel afirmou que, após tentar derrubar o então presidente Hugo Chávez, agora os EUA pretendem fazer o mesmo com Maduro, a quem praticamente não deixaram governar mesmo antes do começo de seu mandato, para que não possa avançar com suas políticas.
Destacou o caráter totalmente subserviente da direita venezuelana aos interesses do imperialismo estadunidense. “Me preocupa muito a situação na Venezuela, a oposição deveria se sentar para dialogar com o governo e permitir a governabilidade e não se deixar manipular pelos interesses externos dos EUA e das transnacionais.”
Ele pediu união das nações latino-americanas para enfrentar os interesses dos Estados Unidos, que se consideram donos dos países latino-americanos e que nos consideravam seu quintal. “Eu espero que os povos estejam conscientes e não permitam que nos transformem em colônia dos EUA… Washington irá defender seus interesses na região e não lhe interessam os meios a serem utilizados para isso”, disse. Deste modo, os EUA não buscam, com suas ações, defender os povos, mas dominá-los, completou.
Pérez Esquivel lembrou do histórico de golpes na região patrocinados pelos Estados Unidos. “O intervencionismo estadunidense na América Latina é histórico, todo governo opositor ou que tenha certa independência é atacado pelos EUA e não se pode esquecer que este país é responsável por impor ditaduras militares em todo o continente”, lembrando os casos recentes em Honduras, onde foi instalado um regime títere dos EUA, e também do Paraguai.
“Fizeram a mesma coisa no Paraguai quando derrubaram Fernando Lugo através de mentiras, e assim também desestabilizaram o governo de Hugo Chávez. Agora está acontecendo algo parecido com Nicolás Maduro: mas assumiu a presidência e não o deixam governar um dia sequer porque começam e tentar denegri-lo e enfraquecer sua gestão para que as políticas que a Revolução vem desenvolvendo não possam avançar”, afirmou.
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