Paramilitares dão 24 horas aos dirigentes da Marcha Patriótica e do Polo para abandonar Bogotá
Resumen Latinoamericano/Prensa Rural, 11 de março de 2015
Apesar das reiteradas ameaças, o Governo ainda precisa de resultados para encontrar os responsáveis. Organismos internacionais exigem garantias para o exercício da oposição política e do pensamento crítico na Colômbia.
Desta vez são sete ameaçados na capital do país pela ação paramilitar que opera sob o nome de “Águilas Negras” [Águias Negras]. David Flórez, porta-voz da Marcha Patriótica, e Iván Cepeda, congressista do Polo Democrático, são dois dos ameaçados e integram a Frente Amplio por la Paz [Frente Ampla pela Paz] que, há poucos dias, entregou o Segundo Informe de Verificação do Cessar-fogo Unilateral Declarado pelas FARC-EP a Todd Howland, delegado pelos Direitos Humanos da ONU.
Através de um panfleto, este grupo paramilitar dá 24 horas para os dirigentes abandonarem Bogotá. Caso não o façam, segundo a ameaça da “Seção Capital” das Águilas Negras, todos “serão homens mortos”.
As ameaças também incluem impropérios e calúnias próprias do caso. Adjetivos como “guerrilheiros e defensores do terrorismo” são alguns dos tantos usados para tentar justificar a ação criminosa contra Iván Cepeda, Alejandro Rivera, Cristian Rivas, Andrés Camacho, Ricardo Ruge, David Flórez a quem se referem como “Tolozano”.
Porém, as ameaças não são apenas contra os sete dirigentes. Os paramilitares também atacam a família de Alejandro Rivera, vereador da cidade de Engativá, a quem enviaram uma mensagem direta: “Alejandro Rivera você tem família. Sabemos onde vive, em qual edifício, andar e apartamento. Mal nascido, já sabe: 24 horas para você e seu bando de narcoterroristas”.
São inúmeros os casos de ameaças recebidas por dirigentes de diferentes organizações e processos sociais que trabalham pela paz com justiça social no país. No entanto, até a presente data não existem resultados por parte do Governo para encontrar os responsáveis, o que preocupa diversos organismos internacionais de direitos humanos, que exigem do Estado colombiano garantias para o exercício da oposição política e do pensamento crítico.
Tradução: Partido Comunista Brasileiro (PCB)