Comunicado do Comitê Central da Frente PLP sobre a reunião de Washington
Na Casa Branca, um jantar abriu as negociações diretas e bilaterais com Israel. É a representação de um teatro que já assistimos, que guarda profunda semelhança quando em 13 de setembro de 1993, se abriu o portão do jardim da Casa Branca, com outros atores e comparsas, para a assinatura dos acordos de Oslo.
Acordo que foi um verdadeiro desastre para o povo palestino, para a luta pela sua terra, para sua dignidade como seres humanos e representou uma tragédia para a luta pelos direitos nacionais e em defesa dos lugares sagrados do povo palestino.
A Frente Popular para a Libertação da Palestina, reafirmou neste dia o seguinte:
- Rejeitamos e condenamos essas negociações e a participação nelas porque estão sendo mantidas nas condições cujas referências são os objetivos israelense-americanos, contra as resoluções aprovadas pelas organizações palestinas legítimas e a Liga dos Estados Árabes. Além disso, estas negociações são um retrocesso para a legitimidade internacional no marco das atuações, da autoridade competente e das resoluções internacionais;
- A FPLP reafirma seu compromisso com a OLP como uma entidade aglutinadora, como representante político legítimo e único do nosso povo, é uma conquista nacional de nossa revolução e da luta do nosso povo. Não permitiremos que programa nacional, cujo centro está resumido no direito de retorno, à autodeterminação e ao Estado independente com Jerusalém como sua capital, seja tocado. Seguiremos lutando seriamente e com firmeza para recompor a Casa Palestina com base na democracia, e proteger a OLP e seu caráter unificador e democrático, conforme os pressupostos da Carta Nacional de Concórdia e Independência e na Declaração de Cairo;
- A FPLP reafirma os direitos nacional inalienáveis do nosso povo: como o direito à resistência até o fim da ocupação e sua políticas de assentamento de colônia; a libertação de nossos prisioneiros; a independência e o retorno dos refugiados. Além disso, a FPLP adverte para os perigos e os objetivos suspeitos dos ataques dos aparatos de segurança da ANP e sobre seus métodos de agressão à democracia, à lei e às regras e costumes nacionais do povo palestino, assim como suas contínuas e selvagem violações das liberdades e ataques : à liberdade de expressão, à cultura de um sistema pluripartidário e ao respeito pela opinião dos outros. Esses são métodos entranhos ao cenário palestino;
- Estas negociações são como um jogo de azar, onde se joga com os sacrifícios do nosso povo, seus mártires, seus feridos, seus prisioneiros… Significa enormes perigos ao ignorar os assentamentos, a divisão interna e o desmembramento de nossa unidade política e geográfica, da nossa gente, de nosso país e dos nossos direitos. Além disso, é uma punhalada em questões vitais como a segurança nacional e árabe e nas ações de solidariedade internacional, por trás estão os interesses individualistas e políticos que sobrevivem das promessas americanas, ao renderem-se a teoria da Anwar El Sadat que dizia que 99% dos papéis estão nas mãos dos yanques, correm atrás do 1% de ilusão, pura especulação e falsas expectativas, fato que acabará abrindo no cenário interno uma disputa interna, levando a nossa causa para o desconhecido, para a tutela e para a perdição.
Ao nosso povo e à nação árabe e às pessoas livres
de todo o mundo:
Estamos, no dia de hoje, renovando o chamamento a todos vocês para convocar o mais amplo espectro de forças para o mais amplo encontro político, popular e nacional, a fim de frustrar os planos e as condições americano-israelense e proteger a opção de resistência, da unidade e da firmeza como a opção democrática e patriótica do nosso povo e nossa nação, como meio para liberar a terra, recuperar os direitos usurpados e alcançar a liberdade, a independência e o retorno à pátria Palestina.
Glória eterna aos nossos mártires.
Liberdade para nossos presos.
Fim da ocupação.
VITÓRIA para nosso povo.
Frente Popular para a Libertação da Palestina.
Fonte: http://somostodospalestinos.blogspot.com/2010/09/comunicado-do-comite-central-da-frente.html