A Paz é possível, mas não à maneira Obama-Netanyahu
Resoluções do Comitê Central do Partido Comunista de Israel
PC de Israel, Paz é possível, mas não à maneira Obama-Netanyahu
A cerimônia de abertura das negociações diretas entre o governo de Netanyahu e a FLP serviu, aparentemente, para o Presidente norte-americano Obama como uma conquista diplomática e política na corrida pelas eleições congressuais de novembro. Além disso, não parece que o plano de negociações entre o Primeiro Ministro Netanyahu e o Presidente da FLP, Mahmoud ‘Abbas trará um acordo de paz.
O PCI continua a apoiar a realização de uma paz justa, estável, através das negociações baseadas nas resoluções da ONU sobre o fim da ocupação Israelense e o reconhecimento do direito do povo Palestino de soberania e independência nos territórios ocupados em 1967. A experiência dos 17 anos desde a assinatura do Acordo de Oslo nos ensinou que sem um acordo prioritário estipulado por um calendário de negociações e objetivos – a criação de um estado Palestino tendo Jerusalém Oriental como capital e a resolução de todas as questões do estatuto final, incluindo a resolução sobre os refugiados – as negociações não terão chances nenhuma de trazer fim ao conflito.
O braço direito do governo liderado por Netanyahu está interessado em negociações diretas como um meio de escapar do buraco em que se viu afundando, através da opinião pública internacional, desde a guerra de Gaza (2008/9) e os assassinatos criminosos dos passageiros a bordo da flotilha de solidariedade à Gaza. Netanyahu também considera que o progresso ostensivo contribuirá para que os EUA pressionem os Estados Árabes para que façam parte da ofensiva conspiratória contra o Irã, que é uma meta estratégica Americana-Israelense. O que o governo de Netanyahu não tem, e isso está claro nas declarações do ministro de relações exteriores Avigdor Lieberman e outros ministros, é vontade de destruir os assentamentos e acabar com a ocupação.
Netanyahu e seu governo não só rejeitaram os princípios de retirada dos territórios ocupados em 1967, o desmantelamento das ocupações e a solução da questão de refugio de acordo com a ONU – eles estão se preparando para recomeçar a construção nos assentamentos ao final do atual período de congelamento. E se isso não é suficiente, eles querem que a precondição para que qualquer acordo em andamento progrida seja que o líder Palestino reconheça a anexação dos territórios à Israel e o “Caráter Judeu” do estado Israelense, o que significa sua ausência na procura por igualdade de direitos nacional e civis para a população Árabe em Israel.
Nós, comunistas Israelenses, Judeus e Árabes, tememos que a posição de Netanyahu, sustentada pela administração Obama, não leve a um acordo de paz, mas para outra guerra. As provocações do exército Israelense na fronteira norte da Faixa de Gaza, a corrida armamentista acelerada e as várias manobras indicam preparações para uma ofensiva militar contra alvos próximos (Líbano, Síria) e distante (Irã).
Muitas vozes Palestinas foram levantadas na crítica do Presidente Abu-Mazen, que vacilou diante das ameaças do governo Obama de bloquear todos os auxílios econômicos e decidiu participar das conversações. A esquerda Palestina publicou uma importante e inequívoca proclamação chamando para se abster, mediante qualquer circunstancia, da participação em negociações auspiciadas pelos EUA, e alertando que elas poderão enfraquecer a Autoridade Palestina.
O PCI se solidariza com as forças de esquerda do povo Palestino, que estão lutando contra todos os contratempos para acabarem com a ocupação e a realização de uma paz justa e estável, e que pede para que a Autoridade Palestina tome uma posição firme sobre a retirada completa de Israel dos territórios ocupados em 1967.
O PCI convida os amantes da paz em Israel, Judeus e Árabes, para lutarem juntos contra o braço de direita do governo de Netanyahu e sua política desastrosa e por uma paz Israelense-Palestina sem ocupação e anexação.
O PCI saúda a coragem dos muitos trabalhadores, atores, autores e estudiosos que recusaram se apresentar na ocupação de Ariel, assim como em qualquer outra ocupação, e que chamaram os administradores de teatros a trabalharem, somente, em Israel. Essa resistência contribui para o esforço de acabar com a ocupação e desmantelar os assentamentos, que são um obstáculo para uma vida de paz e de boas relações de vizinhança.
As tentativas histéricas dos ministros do governo, o braço direito (membros do Knesset – o parlamento Israelense) e as organizações proto-fascistas que aterrorizam profissionais de teatro e artistas e que ameaçam acadêmicos críticos com demissões e retirada de financiamentos, todos apontam para a forte ligação entre a defesa da democracia e a liberdade de pensamento e colocam um fim à ocupação do povo Palestino.
O Comitê Central do PCI denuncia a campanha fanfarrona contra profissionais de teatro, artistas e acadêmicos, assim como as prisões em curso daqueles que resistem às desapropriações e à ocupação em Sheikh Jarrah e Silwan, em Jerusalém Oriental.
Escalada na política de desapropriação
As repetidas demolições da aldeia não reconhecida de al-‘Araqib, em Negev, e que implicam no abuso e exposição de seus residentes, são uma expressão da política de escalada de desapropriação racista, desrespeito aos direitos básicos humanos e limpeza étnica.
Árabes e Judeus igualitários montaram oposição militante às demolições, auxiliando na reconstrução da aldeia. O PCI está orgulhoso das suas ações e os louva.
O PCI denuncia as demolições, a brutalidade policial e a prisão e os processo judiciais contra lutadores pela paz e igualdade – entre eles, Ayman ‘Odeh, Secretário do Hadash (a Frente Democrática pela Paz e Igualdade).
O PCI reitera seu apoio pelo direito à habitação e o direito dos Árabes Beduinos de viverem em sua terra. O Bureau Político do PCI convida os órgãos do partido a continuarem suas ações de solidariedade aos residentes de Al-‘Araqib, para recolherem doações para eles e fazerem tudo que podem para apoiar a reconstrução da aldeia.
O décimo aniversário dos acontecimentos de Outubro de 2000
Uma década passou desde que a polícia e a Guarda Fronteiriça atiraram em 13 cidadãos Palestinos de Israel mortos depois de terem protestado contra a opressão do povo Palestino. Dez anos se foram, mas os atiradores e os responsáveis pelas mortes ainda não foram julgados e as importantes conclusões da comissão investigativa chefiada pelo Juiz Theodor Orr não foram implementadas.
O Comitê Central apóia a declaração de uma greve geral por parte do povo Árabe para marcar o décimo aniversário dos eventos de Outubro e para reforçar a luta contra a desapropriação e todas as formas de discriminação, incluindo a discriminação orçamental contra os conselhos Árabes locais.
O Comitê Central convida os órgãos do partido e a Juventude Comunista a mobilizarem suas forças para o sucesso do evento Árabe-Judeu que acontecerá em Nazaré, no dia 02 de outubro, marcando uma década desde os eventos de Outubro e chamando para uma luta conjunta contra o perigo do fascismo e por uma igualdade futura. O Comitê Central também convida para eventos similares a se realizarem em cidades diversas.
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