NASCE O PCB NO ESTADO DE RORAIMA

Depois de um período de aproximação com militantes sindicais e estudantis roraimenses, foram dados, na semana passada, os primeiros passos para a inédita organização do partido no Estado, onde não se tem notícia da sua presença desde a fundação de Roraima, ainda como Território.

Após cumprir uma intensa agenda política de três dias em Boa Vista, o Secretário Geral do PCB, Ivan Pinheiro, submeteu informe de suas atividades à Comissão Política Nacional do Comitê Central do partido, que aprovou a constituição de uma comissão provisória indicada pelos novos militantes e cujas tarefas principais são organizar o PCB no Estado, estudar e debater as resoluções do seu último Congresso Nacional e as teses que serão publicadas em breve para a Conferência Política Nacional (março de 2016).

No campo da ação política, os militantes decidiram priorizar a construção da corrente sindical Unidade Classista e da União da Juventude Comunista (UJC), com vistas a contribuir para o avanço dos movimentos populares no Estado, inclusive promovendo contatos com forças políticas e sociais do campo anticapitalista que se colocam em oposição ao reformismo, para contribuir para a unidade de ação em defesa dos direitos dos trabalhadores e por uma sociedade socialista.

Consensualmente, os fundadores do PCB roraimense elegeram como coordenador político e porta-voz do núcleo de construção do partido local o sindicalista e ex-líder estudantil Paulo Thadeu Neves, que já vinha sendo o interlocutor nos contatos com a direção nacional do partido e participara como convidado, em 2014, do seu XV Congresso Nacional.

Além das reuniões com os novos militantes, o Secretário Geral fez uma palestra pública sobre a conjuntura brasileira, seguida de debates, e que contou com a presença de sindicalistas e estudantes, sendo aberta também a palavra a representantes locais do Psol e do Pstu.

O nascimento do PCB em Roraima – certamente não por acaso – coincidiu com o auge do maior, mais longo e amplo movimento grevista da história do Estado, envolvendo docentes da universidade federal, previdenciários, servidores federais da saúde e professores da rede pública estadual, inclusive, pela primeira vez, em unidade, com a participação dos professores indígenas.

Milhares de professores estaduais ocupam diuturnamente a praça central da cidade, onde se localizam a sede do Governo Estadual, da Assembleia Legislativa e do Tribunal de Justiça. Com reuniões do comando e assembleias diárias, refeições comuns, programação cultural, lazer e muita agitação, esta forma de greve deve servir de exemplo, pois contribui para a conscientização, o convívio e a unidade dos trabalhadores.

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