Partido Comunista Brasileiro: rumo ao centenário

imagemCarlos Arthur Newlands Boné – membro do Comitê Regional do PCB-RJ
(texto elaborado a partir da compilação de notas do PCB)

A trajetória do Partido Comunista Brasileiro (PCB), fundado em 25 de março de 1922, é parte constitutiva da história do Brasil. O PCB, desde a sua fundação (EM BREVE O PARTIDO COMPLETARÁ 100 ANOS DE EXISTÊNCIA!) se coloca resolutamente ao lado da classe trabalhadora e da juventude, à frente de suas lutas, na vanguarda da defesa de seus direitos e pela ampliação das liberdades democráticas.

Se a história do PCB foi marcada por uma sistemática repressão, que o compeliu à clandestinidade por mais da metade de sua existência e que entregou ao povo brasileiro boa parte de seus maiores heróis do século XX, nem por isto o PCB foi um partido marginal. Ao contrário: desde a década de 1920 aos dias atuais, os comunistas, com seus acertos e erros, mas especialmente com sua profunda ligação aos interesses históricos das massas trabalhadoras brasileiras, participaram ativamente da dinâmica social, política e cultural do país.

Militaram no PCB muitos dos mais destacados líderes populares, tais como Luís Carlos Prestes e Carlos Marighella; sindicalistas que dirigiram grandes lutas dos trabalhadores, como Osvaldo Pacheco e Roberto Morena; intelectuais que puseram seu saber a serviço da luta popular, como Astrojildo Pereira, Octávio Brandão, Caio Prado Júnior e Graciliano Ramos; mulheres guerreiras como Ana Montenegro, Arcelina Mochel e Zuleika Alambert; grandes expressões da cultura brasileira, como Oduvaldo Vianna Filho e Paulo da Portela.

Hoje, o PCB afirma que o Brasil já cumpriu o ciclo burguês, tornando-se uma formação social capitalista desenvolvida, terreno propício para a luta de classes aberta entre a burguesia e o proletariado. E assevera que o cenário da luta de classes mundial e suas manifestações no continente latino-americano, o caráter do capitalismo monopolista brasileiro e sua profunda articulação com o sistema imperialista mundial, a hegemonia conservadora, os resultados deste domínio sobre os trabalhadores e as massas populares no sentido de precarização da qualidade de vida, desemprego, crescente concentração da riqueza e flexibilização de direitos levam a reafirmar que o caráter da luta de classes no Brasil inscreve a necessidade de uma ESTRATÉGIA SOCIALISTA.

Como alternativa à ordem burguesa, o PCB apresenta a formulação do Poder Popular, cujo processo de construção deve se dar a partir das ações independentes da classe trabalhadora em seus embates contra as manifestações concretas do capitalismo, através de mobilizações, greves e movimentos que coloquem em marcha os diferentes segmentos do proletariado e da classe trabalhadora em geral. A luta pelo Poder Popular se expressa nas ações independentes da classe trabalhadora em seus embates contra a ordem do capital, tais como mobilizações, greves e movimentos que colocam em marcha os diferentes segmentos do proletariado e da classe trabalhadora em geral. Ao se chocarem com o bloco conservador e sua política em defesa da ordem burguesa, tais lutas tendem a se transformar em enfrentamentos mais intensos contra o sistema capitalista.

Mas somente a unidade programática em torno de eixos comuns capazes de unificar as demandas setoriais fragmentadas em uma pauta cada vez mais precisa de bandeiras e reivindicações, garantida a independência em relação aos governos da ordem e ao bloco dominante, dará forma efetiva ao campo popular e de esquerda, no rumo de um programa político de transformações de caráter anticapitalista.

Assim, o PCB participa do processo eleitoral – este de 2020 e todos os demais – tendo clareza que, além de buscar elegermos nossos candidatos, o papel mais importante da atuação dos comunistas nas eleições é contribuir para o avanço da consciência e da organização da classe trabalhadora, na perspectiva da construção do Poder Popular no rumo do Socialismo.

LUTAR, CRIAR, PODER POPULAR!