Comuna que Pariu: a luta ventilada de poesia e alegria
Memórias que não cabem na foto
Segunda feira de carnaval, 12 de fevereiro de 2024, o Comuna que Pariu fez seu desfile de 15 anos. Um desfile histórico.
Diferentemente de outros anos, sua apresentação e desfile ocorreram em outro lugar. Não mais na Alcindo Guanabara até a rua da Lapa, mas na Henrique Valadares até a rua do Resende, no bairro da Lapa.
Assim como nos outros anos, a festa foi protagonizada e organizada pelos comunistas do PCB. A Célula de Cultura do PCB – Rio de Janeiro, organizadora do Bloco, contou com o apoio de militantes das mais diversas células de comunistas do PCB e de seus coletivos, UJC, Unidade Classista, Coletivo Feminista Classista Ana Montenegro, Coletivo Negro Minervino de Oliveira, LGBT Comunista.
Sob o comando preciso do mestre de bateria, o comunista Bil Rait Buchecha, a bateria do Comuna, com 10 anos de existência, se apresentou diante de cerca de 10 mil foliões militantes, que cantavam sambas de outros carnavais e o maravilhoso samba do Comuna de 2024, que cantou a luta e a resistência dos povos indígenas contra o garimpo, o agronegócio e os constantes ataques a sua cultura e sua vida desde a formação do Brasil.
O samba foi uma adequação da belíssima obra musical composta por Manu da Cuíca, Luiz Carlos Máximo, Bil Rait Buchecha, Belle Lopes, Fabiano Paiva e Rodrigo Alves. Um samba que bradava que a força do cocar vai calar a motosserra.
Aquela bateria com pouco mais de 50 integrantes, acompanhada por um carro de som potente, com músicos maravilhosos e cantores fabulosos, embalou as lutas e os dramas, os sonhos e as esperanças. Um coletivo entrelaçado que, como dizia o poeta, não terminava em si mesmo, apresentando a força da construção coletiva, uma construção materializada nos instrutores que ao longo do ano organizaram as oficinas e ensaios, a CGC, que organizou e operou as mais diversas atividades na gigantesca tarefa que foi colocar o bloco na rua.
A ajuda de sindicatos, mandatos da esquerda e de colaboradores possibilitou a realização do desfile do Comuna numa camaradagem existente somente dentro da classe trabalhadora.
E, no meio do Comuna escutamos uma canção, exigindo demarcação e um país renascido na terra e forjado pela foice, pelo martelo e pelo cocar.
Todos ali estão de parabéns: a produção, a comissão de segurança, os diversos apoiadores, a CGC, a Célula de Cultura do PCB, os músicos, os cantores, a bateria “A Maluca” e nosso mestre Buchecha, que personificou em sua fala o sentimento de todos.
Foi apoteótico, foi maravilhoso, foi fantástico, foi um produto da ação coletiva, foi uma construção dos comunistas do único e verdadeiro Partido Comunista Brasileiro.
Heitor Cesar, membro do Comitê Central do PCB, integrante da bateria do Comuna que Pariu e um dos fundadores do Bloco