Não é não! pelo fim do assédio!

Nathália Mozer – militante da célula Chico Bravo-NF/RJ, presidente do Conselho Municipal do Direito da Mulher em Nova Friburgo-RJ

Os números da violência contra a mulher revelam que elas são vítimas de comportamentos naturalizados que precisam ser combatidos. O assédio se caracteriza pelo ato de importunar alguém de forma abusiva. Isso ocorre, por exemplo, com perseguição, propostas, declarações ou insistências, de forma virtual ou presencial. Passadas de mão, beijos à força, puxões no cabelo e outras investidas sem consentimento não podem ser encaradas como algo natural.

Entre eles há assédio, uma agressão e violência que precisa ser combatida constantemente. A sociedade capitalista impõe que, para combater o assédio sexual, a mulher deve dizer NÃO com todas as letras, de preferência com testemunhas. É necessário apontar que, para a superação do assédio, é necessário construir uma contracultura em que a mulher exerça o direito de dizer não, algo que ainda encontra significativas barreiras numa sociedade que se utiliza do patriarcado como instrumento de opressão.

Cabe ao movimento feminista classista debater e combater todas as formas de assédio que cheguem ao seu conhecimento, como estar presente nas diversas entidades de trabalhadoras, sindicatos, entidades de classe, associações, para acolher e auxiliar as mulheres neste enfrentamento. E organizar as trabalhadoras para que se contraponham a mais essa violência que elas enfrentam no seu dia a dia. A educação, a informação e o esclarecimento através de cartilhas, palestras e debates são algumas armas contra o assédio nos nossos locais de atuação política.

O debate do assédio não é um problema que deve ser objeto de mudança apenas individual, pois entendemos que a libertação da mulher só se concretizará com uma transformação radical da sociedade. Entretanto, enfatizamos sim que lutar contra expressões do machismo, como o assédio no carnaval ou em qualquer época do ano, é necessário para garantia da saúde mental e física das trabalhadoras.

O QUE FAZER AO PRESENCIAR SITUAÇÕES DE ASSÉDIO E VIOLÊNCIA?

– Acolher a vítima e afastá-la do agressor.
– Respeitar a vontade da vítima.
– Evitar o uso da força e coibir reações violentas e agressivas.
– Antes de qualquer atitude, assegure-se de que a violência tenha cessado: é preciso ter atenção à vítima