Abaixo o golpismo!

Nota Política do Partido Comunista Brasileiro – PCB

A conjuntura política brasileira mais uma vez está sendo agravada por dois sérios acontecimentos políticos: as revelações das articulações golpistas do bolsonarismo e a pregação do General Mourão no Parlamento em favor do golpe.

Em primeiro lugar, apresenta-se o desvelamento do conjunto de ações que o governo do agitador fascista Jair Bolsonaro operou, no final do ano de 2022, para colocar em ação um golpe político-institucional na perspectiva de se manter no poder diante da derrota eleitoral que sofreu nas eleições. Essas revelações comprovam a organização de um golpe, apontam para o movimento do dia 8 de janeiro de 2023, demonstram nitidamente quem são os envolvidos e alertam o país para que se tomem providências no sentido de punir os envolvidos, bem como fazer o ajuste de contas com a herança ditatorial de 1964. Para além dessas medidas, é urgente e necessário abrir o debate sobre a postura da extrema direita e do neofascismo, voltada ao ataque contínuo contra as liberdades civis e democráticas.

O que fará o STF, o comando das Forças Armadas, o governo petista, o Ministério Público Federal, para conter o avanço do neofascismo? Independentemente do que essas instituições da democracia formal possam realizar ou não, cabe ao conjunto da esquerda e a classe trabalhadora organizada, colocar na ordem das prioridades a construção de uma Frente Única Antifascista e, em seu interior, o fortalecimento das forças de esquerda e revolucionárias.

Antes mesmo das informações sobre a infraestrutura do fracassado golpe de Estado ter saído da repercussão midiática, em virtude do carnaval, uma nova peça dessa alentada movimentação neofascista, que opera na cena política brasileira desde 2013, se apresenta para continuar estimulando o golpismo e fomentando a interação com as hordas da extrema direita.
Ontem, no Senado da República, o Gal. Mourão pregou abertamente a organização de um novo golpe de Estado. Provocou a esquerda, atacou o governo atual, sugeriu o enfrentamento aberto das milícias neofascistas – com presença organizada nas Forças Armadas – contra as instituições da democracia formal. Mas, para além disso, contra o conjunto da classe trabalhadora e suas organizações.

Está sendo aberto, a passos largos, com base nessa fraudulenta narrativa do Gal. Mourão, mas também de seus asseclas no parlamento, nas Forças Armadas e nas hordas neofascistas, um cenário que exige enfrentamento com muita firmeza. Não podemos compactuar com leniências dentro da ordem institucional. Por isso exigimos punição para todos os envolvidos na tentativa de golpe, independentemente de suas patentes, cargos ou posição na sociedade. O neofascismo já mostrou suas garras nas eleições da Argentina, em vias públicas na Itália, em Portugal e mostra-se forte em vários países da Europa e América Latina. Os governos da burguesia não têm interesse em enfrentá-lo ou não mobilizam forças para isso.

Nosso legado histórico, a mobilização da classe trabalhadora e a constituição de um muro de contenção unitário da esquerda brasileira terão um papel de força de emergência para conter a barbárie.

SEM ANISTIA! PRISÃO PARA BOLSONARO E TODOS OS ENVOLVIDOS NA TENTATIVA DE GOLPE!

Todos/as às ruas nos 60 anos do golpe!

Fascistas não passarão!

Comitê Central do Partido Comunista Brasileiro – PCB.