O espaço de unidade revolucionária deve resolver erros e deficiências

Tribuna Popular – 18/10/2010

O Partido Comunista da Venezuela (PCV) assegurou que é necessário realizar uma revisão crítica e autocrítica da batalha política, ideológica e de massas, desenvolvida nos marcos do processo político/eleitoral de 2010, como passo fundamental para avançar nos espaços de articulação, coordenação e luta das forças progressistas nos marcos dos novos cenários de luta política que se abrem com o resultado eleitoral do dia 26 de setembro de 2010.

Carlos Aquino, membro do Birô Político do PCV, e porta-voz da presente conferência de imprensa, recordou que a Direção Nacional havia catalogado esta batalha como “reflexo das lutas que se desenvolvem no país, e era muito mais que uma mera eleição de cargos ao Parlamento Nacional (…) se jogava um momento relevante do processo revolucionário”.

Para o Partido Comunista o dia 26 não marca o final da batalha política, ideológica e de massas que se desenvolve na Venezuela, mas sim “o início de uma etapa com suas particularidades próprias, e vemos como a direita reacionária a assume”, no qual o PCV e o conjunto das forças progressistas devem buscar formas de enfrentá-la.

Precisamente a análise crítica do processo político recente deve levar às soluções dos erros e deficiências cometidas pelas forças que acompanham o processo revolucionário, “porque seguramente quando dizemos que começa uma nova batalha na Venezuela, temos que solucionar deficiências, problemas, erros que seguem ocorrendo, alguns durante vários anos e outros que se expressam como fenômenos com novas formas”, enfatizou.

Diante disso, salientou que durante todo este mês se desenvolverão discussões e análises sobre o significado dos resultados eleitorais em toda a estrutura orgânica do PCV e da Juventude Comunista da Venezuela (JCV), debates que devem superar aspectos numéricos da votação, que vão se concentrar em “como se comportaram as forças partidárias, como atuaram cada uma delas, a favor de que ação ou tendência se movimentaram nas regiões, nas circunscrições”.

Esse importante processo de reflexão e elaboração de propostas para enfrentar os novos cenários de luta política, ideológica e de massas que virão, terminará no início de novembro com a realização do XXXIX Pleno do Comitê Central do PCV. “Aí a organização, como um todo, nacionalmente, emitirá sua posição sobre a análise integral dos resultados eleitorais de 26 de setembro de 2010”, assinalou Aquino.

Mesmo assim, o PCV reafirmou seu chamado para continuidade dos trabalhos de construção de uma nova correlação de forças positiva que fortaleça o avanço do processo revolucionário, “não somente para enfrentar a direita reacionária, mas para ganhar no debate interno às forças reformistas que ainda não se definiram por esse aprofundamento”, observou.

Eleições de 5 de dezembro.

Com respeito à próximas eleições de 5 de dezembro, quando se elegerão os representantes de 2 governos estaduais e 11 prefeituras de diferentes Estados, Carlos Aquino assegurou que as forças revolucionárias podem “contar com o PCV e sua votação de unidade, sua vocação de aliança, para que nos articulemos ao conjunto das forças políticas e sociais que defendem o impulso revolucionário”.

Polo Patriótico

Enquanto a constituição do Polo Patriótico, Carlos Aquino assinalou que, embora não tenham ocorrido reuniões para concretizar este projeto, o PCV ratifica a necessidade de construir um espaço que seja o “germe da Direção Coletiva do processo revolucionário venezuelano”, como requisito fundamental para a continuidade histórica do mesmo.

Assinalou que um dos aspectos fundamentais que deve ter esta Direção Coletiva, para conseguir a mobilização do povo trabalhador e conseguir uma correlação de forças favorável ao processo revolucionário, é “ganhar autoridade moral entre as massas”.

“Nossa organização segue nos diferentes níveis onde há possibilidade, organizando e articulando espaços com outras forças”, observou.

“Há necessidade e vontade de várias organizações, que sabem desta necessidade e oferecem seu ‘grão de areia’ para avançar nos aspaços de articulação, falta organizações com maior espaço e peso político nacional também somarem seus esforços a este que é um anseio expressado em grande parte da geografia nacional”, assegurou o PCV.

Giro Presidencial Internacional

Por outro lado, o PCV considerou como correta a política internacional que impulsiona o Governo Nacional, com o objetivo de fortalecer a multipolaridade e avançar na luta contra a hegemonia do imperialismo norte-americano.

O Partido Comunista insiste na importância de manter esta política reivindicando a soberania dos países, inclusive aqueles com marcadas tendências capitalistas, e que, mesmo assim, têm seus interesses afetados pelas pressões de controle por parte do imperialismo.

Carlos Aquino ressaltou os esforços que mantém o PCV no âmbito internacional, colaborando nesta importante batalha mediante a participação ativa de seus quadros militantes em espaços de trabalhadores, mulheres, jovens, movimentos pela paz e outros.

Ressaltou o 17o Festival Mundial da Juventude e dos Estudantes, a realizar-se no próximo mês de dezembro na África do Sul, promovido pela Federação Mundial da Juventude Democrática (FMJD), como um importante espaço de mobilização e luta anti-imperialista do qual a JCV faz parte há mais de 60 anos.

Traduzido por Dario da Silva