O Exército boliviano se declara socialista, antiimperialista e anticapitalista
La Paz – O Exército Boliviano, que celebrou domingo, 14, seus 200 anos de criação, se clarou “socialista”, “antiimperialista” e “anticapitalista”. O comandante nacional do Exército, general Antonio Cueto, afirmou que a Constituição promulgada em 2009 “dá lugar a que o Exército surja como uma instituição socialista, comunitária”.
“Nos declaramos antiimperialistas, porque na Bolívia não deve existir nenhum poder externo que se imponha, queremos e devemos atuar com soberania e viver com dignidade. Também nos declaramos anticapitalistas porque este sistema está destruindo a mão terra”, afirmou durante um ato pelo bicentenário do Exército. Essa instituição assume como ano de criação 1810, quando começaram as revoluções independentistas no atual território boliviano contra a coroa espanhola.
Cueto criticou os “governos neoliberais” bolivianos que “fizeram um pacto com o sistema capitalista, buscando a destruição das Forças Armadas” do país, “com planos que diminuíam progressivamente sua capacidade operativa”. Ratificou que o Estado boliviano “é pacifista”, mas também se reserva “o legítimo direito à defensa” de seu território e agregou que os militares ‘‘não irão permitir sob nenhuma circunstância a instalação de bases estrangeiras” em seu território.
Por sua vez, o presidente Evo Morales pediu aos militares que estejam preparados’ para defender a soberania da Bolívia, ante a possibilidade de que “qualquer império” tente ‘‘intervir militarmente”em seu país, como o fizeram há 200 anos para “combater o domínio espanhol”.
“A história demonstra que o Exército nasce com uma posição antiimperialista porque combateu o império europeu desde 1810”, afirmou Morales, ao destacar que o ‘‘nacionalismo militar” das Forças Armadas não foi “importado nem imposto”, mas que nasceu em seguida à luta da Guerra do Chaco travada contra o Paraguai entre 1932 e 1935.
Ao ato assistiram os comandantes dos Exércitos do Chile, Juan Miguel Fuente-Alba e do Equador, Patrício Cáceres, além de delegações militares da Argentina, Brasil, Chile e Peru. O Exército boliviano ratificou seu compromisso com o ‘‘processo de mudança” levado adiante pelo governo.