29 de Novembro: Dia Internacional de Solidariedade ao Povo Palestino

imagem(Nota Política do PCB)

No dia 29 de novembro de 1947, portanto há 69 anos, a Assembleia-Geral da ONU, aprovou – através da Resolução nº 181- a partilha do território Palestino para a criação de um estado judaico. Em 1977, a ONU aprovou, através da resolução 32/40 B, que o dia 29 de novembro¹ fosse celebrado como o Dia Internacional de Solidariedade ao Povo Palestino.

De modo arbitrário e sem consulta aos habitantes da região, a partilha do território palestino, que ocasionou em 15 de Maio de 1948 a criação do estado de Israel, proporcionou um dos maiores crimes humanitários da história do século XX, com a expulsão de mais de 700 mil palestinos de suas casas e a destruição de centenas de vilarejos, alguns habitados por mais de mil anos por povos locais.

O resultado desse processo tem sido um longo período de conflitos armados, com momentos de extrema agressividade bélica do Estado de Israel contra a população palestina, expansão criminosa de assentamentos sionistas em terras que não estavam estabelecidas na partilha de 1948 e o estabelecimento da maior diáspora de um povo no século XX. Hoje cerca de 10 milhões de palestinos vivem espalhados em dezenas de países devido ao avanço dos assentamentos e a consecutiva expulsão da população local.

A região escancara a política de apartheid étnico e social, com a construção desde 2002 de um muro de cerca de 800 metros de extensão com 9 metros de altura que corta a Cisjordânia e impede o livre trânsito de pessoas em seu próprio território. Para piorar a situação de calamidade humanitária, desde o agravamento do conflito bélico entre 2013 e 2014, a Faixa de Gaza se tornou o maior campo de concentração a céu aberto do mundo: hospitais, escolas, creches e outras repartições públicas foram totalmente destruídas e o fornecimento de água potável, rede de esgoto e energia elétrica foram profundamente comprometidos com os bombardeios que duraram semanas e arrasaram todas as cidades de Gaza. Milhares de pessoas foram massacradas nesse período e diversos tratados internacionais de guerra e convenções de Direitos Humanos foram desrespeitados pelo Estado de Israel. O maior exemplo tem sido o bloqueio econômico criminoso estabelecido pelo governo sionista, que chegou a atacar e prender navios que levavam mantimentos e remédios às vítimas dos bombardeios israelenses

O PCB reitera seu compromisso internacionalista com a luta dos povos oprimidos pela sua autodeterminação, libertação política e emancipação do jugo do imperialismo. Reafirmamos nossa solidariedade militante à causa palestina e apoio às manifestações e campanhas que denunciam a usurpação, o massacre e os crimes de guerra do Estado Sionista, assim como as estreitas relações que a campanha xenofóbica e intervencionista promovidas por Israel e financiadas pelos EUA possuem na região como parte da estratégia geopolítica de dominação do Oriente Médio, maior produtor de petróleo do mundo.

Nos somamos à campanha em defesa de um único território palestino, democrático e sob o controle dos trabalhadores(as), que respeite a vontade de seu povo e possa restituir à nação palestina o território original, antes da partilha de 1948.

O dia 29 de novembro é um dia para celebrar a resistência palestina, relembrar seus mártires e a importância da solidariedade internacional como princípio de identidade humanitária e ideológica que une os povos que sofrem, sob diversas formas os ataques e imposições do imperialismo, seja onde for e sob quais forem as condições.

1. 29 de novembro de 2012, na Assembleia Geral da ONU, 139 países votaram pelo reconhecimento do Estado da Palestina. Apenas EUA e Israel votaram contra.

VIVA A LUTA E A RESISTÊNCIA PALESTINA!

Comitê Central do PCB, 29 de novembro de 2016