Solidariedade à Professora Angela (PSOL)!

O Partido Comunista Brasileiro (PCB) e seus coletivos de Curitiba e Região Metropolitana expressam total apoio e solidariedade a Professora Angela (PSOL), militantes da Luta Antimanicomial e de diferentes movimentos sociais, frente aos mais recentes ataques da extrema-direita curitibana após a audiência pública sobre “Sistema de Segurança Pública, Saúde e Política de Drogas para a cidade de Curitiba” realizada no dia 05/08 na Câmara Municipal de Curitiba.

Sob falsos dizeres, ataques foram direcionados a militantes que participaram da audiência defendendo a necessidade de uma nova abordagem sobre a política de drogas, “que não seja apenas um assunto de polícia, mas sim de saúde, direito, liberdade e autonomia” pautada pela Redução de Danos (RD).

A Redução de Danos é uma estratégia e prática consolidada e regulamentada no Plano Nacional de Políticas sobre Drogas, na Política Nacional de Saúde Mental, no cuidado para IST’S/HIV/aids, além da atuação com pessoas que fazem uso de substâncias. Essa estratégia de saúde pública e de direitos humanos reconhece que o uso de drogas é uma realidade social
complexa e não se resolve apenas com repressão ou abstinência forçada. Parte do princípio de preservar a vida, minimizar riscos e prevenir agravos à saúde física, mental e social, oferecendo informações claras, acolhimento e recursos para que as pessoas possam fazer escolhas mais seguras.

Essa abordagem envolve desde o acesso a cuidados médicos e apoio psicológico, até a distribuição de insumos que evitem infecções e overdoses, respeitando a autonomia dos indivíduos e buscando integrá-los a redes de proteção e cuidado, sem estigmatização e criminalização.

Circula nas redes sociais toda sorte de ataques sob uma falsa apologia às drogas, acompanhados de discursos inflamados que distorcem o sentido da audiência pública e exigem a cassação do mandato da Professora Angela. Trata-se de uma tentativa deliberada de deslegitimar e criminalizar uma parlamentar que se utilizou do espaço democrático da Câmara para debater um tema fundamental à nossa classe, principalmente para a população negra e periférica, que são os alvos principais das mortes e encarceramentos, na lógica da guerra às drogas.

Esses ataques não se limitam a críticas políticas: carregam um caráter persecutório e misógino e anti-popular, mirando diretamente no silenciamento de uma mulher que ousou propor alternativas às políticas atuais sobre drogas e que confronta a narrativa dominante, evidenciando o alinhamento dos setores conservadores na busca de eliminar vozes dissidentes.

Não podemos nos iludir com os inimigos de classe, jamais! As mesmas vereadoras que outrora prometiam união e defesa das mulheres, hoje se colocam na linha de frente para atacar, perseguir e tentar cassar e silenciar a Professora Angela, mulher que ousou tocar em um assunto de extrema importância com uma abordagem de enfrentamento às políticas atuais sobre drogas. Delegada Tathiana Guzella (União), Carlise Kwiatkowski (PL), Rafaela Lupion (PSD) e Meri Martins (Republicanos) mostram, assim, que seu compromisso não é com a emancipação das mulheres, mas com a manutenção de um projeto conservador que busca impedir qualquer debate que confronte a lógica punitivista e excludente vigente.

Compreendemos que tal ataque ao mandato da Professora Angela não é por acaso ou singular, mas representa uma ofensiva da direita reacionária de Curitiba com suas pautas contra a classe trabalhadora, especialmente contra a juventude negra e periférica, que segue sendo vulnerabilizada e morta. Contra esses ataques precisamos responder com firmeza e travar o embate necessário em defesa das nossas vidas e de nossa dignidade, fortalecendo a nossa luta e apoiando e nos solidarizando com quem tem tido a coragem e o compromisso de levá-la adiante.

Ao mesmo tempo da perseguição ocorrida na Câmara de Vereadores, na Assembleia Legislativa do Estado do Paraná percebemos tal expressão também em mais uma tentativa de cassação do mandato do deputado estadual Renato Freitas (PT). Em manifestação explícita do racismo e das políticas anti-populares da maioria do legislativo de nosso estado, essa assembléia vive tentando cassar ou, ao menos, silenciar o mandato de Renato. Desta vez, um parecer feito pela deputada Márcia Huçulak (PSD) acusando Renato Freitas de quebra de decoro por apoiar a luta dos(as) professores(as) contra a privatização das escolas, através do programa Parceiro da Escola.

Apoiamos e nos solidarizamos com a Professora Angela e com Renato Freitas, conforme estes representem de forma consequente os verdadeiros interesses
da classe trabalhadora. Desejamos que mantenham a necessária firmeza política diante das artimanhas da institucionalidade e da extrema-direita, com suas constantes tentativas de dissuadir, perseguir e silenciar aqueles que estão do lado da nossa classe. Seguiremos ombro a ombro, do mesmo lado das trincheiras, certos de que a luta coletiva, combativa e enraizada no Poder Popular é o único caminho para resistir e avançar contra as ofensivas do capital e
seus representantes.

PCB e Coletivos de Curitiba e Região Metropolitana/PR