O POVO HONDURENHO SE LEVANTA!

Atendendo ao clamor do povo e ao mandato da Assembleia Nacional, de 26 e 27 de fevereiro, “Mártires Camponeses de Aguan”, a Frente Nacional de Resistência Popular vem organizando e realiza uma Greve Cívica Nacional com a qual a grande maioria da população demonstra, de maneira contundente, seu rechaço às políticas neoliberais, à exploração e à violação dos direitos humanos. Ao mesmo tempo, reafirma a confiança em sua própria força e na possibilidade de criar, com o poder que das bases, um futuro diferente e melhor.

Em todo país, as vias de comunicação primárias e secundárias estão bloqueadas, são feitos piquetes de protestos e mobilizações em frente de edifícios públicos e privados, os trabalhos estão suspensos em milhares de locais nos grandes centros e o sistema educacional está paralisado.

É evidente que a ditadura não poderá completar seus planos de presentear um punhado de empresários corruptos e companhias transnacionais com o nosso país. A ingovernabilidade criada pelo próprio golpe de Estado não foi sanada com a mudança do rosto do regime e não terá solução até que se retorne à democracia.

Contamos com o respaldo dos povos irmãos, principalmente os latino-americanos, com a ação de militantes que se integraram em unidades da Resistência Popular no estrangeiro e, sobretudo, com a unidade das forças coesas na maior organização política e social da história de Honduras.

Hoje, essa grande massa popular ordena ao regime que detenha a ofensiva contra suas conquistas:

1. Devem suspender, de imediato, os projetos de privatização da educação e da saúde, escamoteados por falsas denominações, como “municipalização” ou “participação cidadã”.

2. Devem reverter as medidas de expropriação dos fundos de previdência e poupança dos professores e funcionários públicos.

3. Devem libertar imediatamente as presas e presos políticos, além de absolvê-los de todos os falsos processos impostos.

4. Deve parar o aumento dos combustíveis e da cesta básica.

5. Devem deter a repressão contra as manifestações populares e a perseguição, tortura e assassinato de integrantes de organizações populares.

6. Devem permitir o retorno seguro e sem condições impostas do Coordenador Geral da FNRP, Manuel Zelaya Rosales.

A mobilização que realizamos continuará por tempo indeterminado ou até que os direitos do povo sejam respeitados.

Conclamamos a nossa militância organizada em coletivos de resistência, existente em todos os pontos do país, a se manterem de pé, em luta, a suportar os embates com as forças de repressão da oligarquia. Sigamos provando que é possível enfrentar as forças do terror e a injustiça com ações pacíficas, inteligentes e permanentes.

A revolução hondurenha está se formando em nossas lutas. Hoje aumentamos nossa capacidade de mobilização e articulação, assim como os níveis de consciência do nosso povo.

Estamos demonstrando que os pobres possuem poder e somos poder quando nos organizamos.

O povo unido, jamais será vencido!

Resistimos e Venceremos!

Frente Nacional de Resistência Popular

Tegucigalpa, 30 de março de 2011

Tradução: Maria Fernanda M. Scelza