Milhares de pessoas marcham na França contra reforma trabalhista

imagemMilhares de franceses marcharam no dia 21/09 (quinta) em numerosas cidades do país para manifestar sua rejeição à reforma trabalhista impulsionada pelo governo, na segunda grande jornada de um ciclo de greves e mobilizações que continuará nos próximos dias.

O protesto desta quinta-feira incluiu mais de 200 ações em todo o território nacional, com a participação de trabalhadores, aposentados e estudantes, mas também de grupos específicos como o sindicato da cultura e o das Companhias Republicanas de Segurança.

Na corporação que faz parte da polícia nacional, mais de dois mil efetivos se ausentaram de seus postos e apresentaram justificativa por doença, o que equivale a 40 por cento dos que deviam trabalhar hoje.

Em declarações à Prensa Latina, o líder da Confederação Geral do Trabalho (CGT) na região parisiense, Pascal Joly, considerou que ‘estamos confrontando um presidente da República (Emmanuel Macron) que tem ambições de impulsionar um retrocesso em matéria de direitos trabalhistas como nunca antes se tinha tentado’.

De acordo com o líder sindical, ‘não é só um retrocesso social, como um grande retrocesso de civilização’, razão pela qual muitos cidadãos estão se envolvendo no combate.

Joly explicou que o principal problema da reforma é pôr a lei trabalhista em um segundo plano e dar a prioridade aos acordos de empresa.

‘Isso deixaria os trabalhadores muito vulneráveis frente aos patrões porque seria uma luta individual em cada empresa. Por isso precisamos preservar a legislação, com garantias coletivas que permitam aos empregados se defender frente ao patronato’, considerou.

Diante do regulamento promovido pelo governo, acrescentou, a CGT tem propostas alternativas para outro Código de Trabalho ‘que seja favorável aos assalariados, porque o Código não deve servir aos capitalistas, mas proteger os empregados diante das arbitrariedades que reinam cada vez mais nas empresas’.

Às ações de hoje somaram-se numerosas figuras como o secretário geral da CGT, Philippe Martínez; o líder do movimento esquerdista França Insubmissa, Jean-Luc Melenchon; o dirigente do Partido Comunista, Pierre Laurent, e o ex-candidato presidencial socialista, Benoit Hamon.

A primeira manifestação contra a reforma teve lugar em 12 de setembro, com a participação de cerca de 500 mil pessoas, enquanto, para a semana próxima, prevê-se uma paralisação dos transportadores e, para os primeiros dias de outubro, uma greve de sindicatos do setor público.

Foto: Prensa Latina. Protestos nesta quinta (21) agitaram a França contra a reforma trabalhista de Macron

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