Pressionados por Israel, governos europeus bloqueiam saída de barcos solidários que partiam em direção a Gaza
ESUMEN LATINOAMERICANO
Demonstrações de apoio ao povo palestino no mar em frente ao porto grego
A Grécia impede a saída da II Frota da Liberdade
Desde ontem permanecem bloqueados e vigiados por patrulhas do Exército grego os barcos da II Frota da Liberdade, que tinham previsto zarpar a Gaza. Os barcos que fazem parte da segunda expedição para romper o bloqueio a Gaza não puderam partir ainda. O Governo grego cedeu à chantagem de Israel, indo de encontro aos acordos internacionais.
Os barcos da Frota da Liberdade permanecem retidos no porto de Kolimpari, na ilha grega de Creta. O Governo do socialista Yorgos Papandreu cedeu à chantagem de Israel e bloqueou os barcos da II Frota da Liberdade que conta com todas as permissões legais.
Entre esses barcos está o Gernika, fretado pelos integrantes de “Rumo a Gaza”, no Estado espanhol, que durante um ano realizou uma campanha de recolhimento de material escolar e ajuda humanitária para entregar em Gaza e, assim, romper o criminoso bloqueio imposto ao povo palestino por Israel com a cumplicidade da Comunidade Internacional.
Nestes dias, além disso, aconteceram os atos de sabotagem contra vários barcos atracados na costa grega com destino a Gaza, entre eles o Gernika que foi atacado por mergulhadores que afetaram a maquinaria do barco com o intuito de impedir sua partida a Gaza.
A organização Rumo a Gaza manifestou a “mais absoluta condenação por esta decisão completamente ilegal, arbitrária e injusta, que não tem nenhum fundamento jurídico, nem de acordo com a legislação grega nem segundo o Direito comunitário”.
Esta organização acrescenta também que “o Governo grego não respeita o Acordo de Schengen, que consagra a livre circulação de pessoas dos Estados membros da União Européia signatários de dito tratado, entre os quais figuram a Espanha e a Grécia”.
Por sua vez, o Governo espanhol não se manifestou contra as medidas adotadas pelo Governo grego. Pelo contrário, a ministra de Relações Exteriores, Trinidad Jiménez, em nenhum momento comunicou seu respaldo aos cidadãos do Estado espanhol, membros desta organização humanitária, ao contrário, foi complacente com as demandas de Israel nas sucessivas reuniões mantidas com o embaixador de Israel em Madri.
Jiménez não garantiu a segurança da frota e, inclusive, comunicou aos integrantes da mesma, antes de partir à Grécia, que o Ministério de Relações Exteriores manteve contato com o Governo de Israel para que quando este ataque aos barcos ocorresse, que Israel “agisse de modo a causar o menor dano possível”.
O Quarteto confirma o veto dos governos à Frota Rumo a Gaza
Enquanto os ativistas solidários do “Gernika” denunciavam a cumplicidade do Governo espanhol com o bloqueio grego, que mantém paradas todas as embarcações da Frota da Liberdade, e em última instância, com Israel, o Quarteto (Estados Unidos, União Europeia, Rússia e ONU) tornava público um comunicado no qual solicita a “todos os governos envolvidos” que impeça expedições de ajuda humanitária deste tipo com destino a Gaza.
O “Gernika”, que faz parte da Frota da Liberdade Rumo a Gaza, permanecia ontem bloqueado no porto de Kolimpary, na ilha de Creta, e cercado por duas patrulhas gregas em todo momento.
Os 24 membros da tripulação, entre os quais estão cinco bascos, denunciaram o abandono por parte do Ministério de Relações Exteriores espanhol e da embaixada da Espanha em Atenas. Fato que não duvidaram em assinalar como uma clara “cumplicidade com os governos grego e israelense”.
O Governo grego, que interceptou um da dezena de barcos na sexta-feira – seu capitão está detido – e mantém bloqueada toda a expedição, ampara-se agora, depois de ter posto vários entraves burocráticos à iniciativa, no artigo 128 do Direito do Mar, que alega a “existência de uma situação de guerra ou de tensão bélica”.
Diante disso, os participantes na iniciativa denunciaram que isso “vai contra o Direito Comunitário, o Acordo de Schengen de livre circulação de pessoas pelo território da UE e a própria legislação grega”.
“Mas não só foi a Grécia que permitiu que o bloqueio israelense da Faixa de Gaza chegasse até a costa europeia. A UE e especialmente o Governo espanhol, deixaram de cumprir suas funções”, denunciam os ativistas, que reiteraram sua intenção de prosseguir com o objetivo de levar ajuda humanitária e solidariedade à população palestina assediada.
Não conseguirão facilmente. O Quarteto (Estados Unidos, Rússia, UE e ONU) fez um apelo “a todos os governos envolvidos a usar toda a sua influência para dissuadir a qualquer nova frota que ponha em perigo seus participantes e ameaça com uma escalada”.
De Gaza, o Hamas acusou a Grécia de colaborar com Israel e a ANP garantiu que suas gestões com o Governo grego eram infrutíferas.
Fonte: Resumenlatinoamericano.org