Enchentes em Santa Catarina: crônica de uma tragédia anunciada

Enchentes em Santa Catarina: crônica de uma tragédia anunciadaApós intensas chuvas nesta última semana, principalmente na região da Grande Florianópolis e no litoral do Estado, ocorreram diversos desastres que afetaram duramente a vida dos trabalhadores catarinenses. Alagamentos, enchentes e deslizamentos de terra já afetaram até o momento mais de 3 mil pessoas, chegando a mais de mil desalojadas somente na capital, de acordo com informações da Defesa Civil.

Infelizmente, esse tipo de situação não é novidade para a população. As tragédias ocorridas em 1974, 1982-1983, 1995, 2008 e em 2011, ainda estão vivas na memória da maioria dos habitantes. Porém, esses fatos marcantes não são apenas resultado de desastres naturais, e estão relacionados à forma como são organizados e planejados os municípios.  O crescimento populacional desordenado, aliado a um planejamento urbano que não busca atender as necessidades reais dos trabalhadores, transforma as cidades em um ambiente repleto de contradições e desigualdades.

A responsabilidade destes acontecimentos – principalmente em Florianópolis, importante polo turístico estadual – é das grandes empresas do ramo imobiliário, da construção civil e do turismo, empenhados no seu modelo de “desenvolvimento” capitalista que, na crise atual, impõem mais do que nunca uma urbanização precária que intensifica o efeito destrutivo dos eventos climáticos. Tais tragédias tem ainda relação com o aquecimento global, que está tornando o clima mais instável no mundo e que encontra causa direta na poluição brutal trazida por um modo de produção que estimula o consumismo desenfreado, o esgotamento dos recursos naturais e a degradação do meio ambiente. Não há, portanto, solução ao problema ambiental dentro do modo de produção capitalista.

Também não podemos nos esquecer dos governantes empenhados no desmonte do Estado, no seu papel único de executor de obras e políticas públicas de prevenção aos desastres naturais.  O atual governador Raimundo Colombo (PSD) e o prefeito de Florianópolis Gean Loureiro (MDB), seguindo a lógica da precarização dos serviços públicos, pouco fizeram para evitar que o pior acontecesse.

Vidas de trabalhadores são perdidas, e a resposta do poder público tem sido ano a ano de favorecer cada vez mais a especulação imobiliária, que empurra o povo trabalhador para regiões de maior risco, como encostas ou áreas alagadiças. Isso, somado à falta de saneamento básico, de uma política efetiva de moradia, à precariedade dos sistemas urbanos de drenagem e a não preocupação com a preservação do meio ambiente tem trazido essas recorrentes tragédias.

O PCB se solidariza com as vítimas dessa tragédia anunciada e afirma que a única saída é a construção de uma sociedade que privilegie o ser humano e sua relação harmoniosa com o meio ambiente, e não a busca pelo lucro. Devemos construir uma alternativa socialista, que unifique as forças populares e supere coletivamente os problemas cotidianos que enfrentamos ano após ano.

Pelo poder popular! Rumo ao socialismo!

Comitê Regional de Santa Catarina
Partido Comunista Brasileiro – PCB

https://pcbsc.wordpress.com/2018/01/12/enchentes-em-santa-catarina-cronica-de-uma-tragedia-anunciada/