Construindo a unidade em defesa da Causa Palestina
Foi um sucesso a Plenária convocada pelas entidades que participaram do ato em frente ao Consulado dos EUA, em dezembro, (convocada pelo Comitê de Solidariedade à Luta do Povo Palestino do RJ), contra a decisão dos EUA de considerar Jerusalém a capital da entidade sionista ocupante dos territórios históricos da Palestina.
Estiveram presentes na Plenária (16/01/2018) as seguintes organizações: PCB, PSTU, MAIS, CST, MES, Comunismo e Liberdade, NOS, Juntos, LSR, Rede Internacional Sindical de Solidariedade e Lutas, FIST, SOS Emprego, Movimento de Favelas-Caveirão Não-Favela pela Vida, CONLUTAS, UNidade Classista, Oposição Sindsprevs, Rede comunidade contra a violência e o Jornal Nova Democracia.
No primeiro ponto , a Plenária fez uma rápida rodada de discussão sobre as avaliações política da situação na Palestina e partiu para as propostas e encaminhamentos das atividades sugeridas, sendo a mais urgente a organização de uma nova manifestação em defesa dos prisioneiros palestinos, apontada para 31 de janeiro, em particular dando visibilidade à defesa da adolescente Alhed al-Tamimi, como símbolo da situação de todas as crianças presas e torturadas por esse regime fascista. O tratamento dado pela ocupação à jovem não é uma exceção, mas a regra em toda Palestina. Além disso, para dar continuidade à construção do movimento de unidade para ação, tiramos uma comissão de organização com representação das organizações participantes.
Breve Histórico da Solidariedade Internacionalista em nosso Estado ( depois da ditadura)
Nós do Comitê de Solidariedade à Luta do Povo Palestino do Rio de janeiro vemos com muita satisfação a retomada da tradicional unidade da esquerda nas ações de solidariedade internacionalista com a Palestina. Uma tradição histórica, retomada logo após o fim da ditadura, que teve seu auge na década de 1980, quando nos reuníamos sob o guarda chuva do Comitê de Solidariedade à Luta do Povo Palestino, na CUT-RJ.
Nesse contexto, a última atividade de envergadura do internacionalismo proletário da esquerda unida foi uma grande manifestação na orla de Copacabana contra a guerra do Iraque, em 2003. Depois disso, ainda organizamos, por dois anos consecutivos, manifestações no Rio Centro contra a LAAD – Defense e Segurity, em outras palavras, a “Feira da Morte” , promovida para a venda de armas das principais empresas sionistas/imperialistas do ramo. Foi em 2011, ano da invasão da Líbia e da Síria, que eclodiram grandes e importantes diferenças no âmbito internacional, em particular na avaliação e, por consequência, no posicionamento frente a estratégia dos EUA para o Oriente Médio. Neste ano, estas diferenças fizeram implodir nossa tradicional unidade para ação. Por óbvio, não foi um acontecimento localizado no nosso Estado ou país. Em todo o mundo a solidariedade à luta do povo palestino foi afetada pela diferenças surgidas.
Esse resumo histórico tem a finalidade de exaltar e valorizar esse momento atual onde estamos tentando construir um espaço de ação conjunta que garanta a retomada da unidade nas ações em defesa da causa palestina contra a ocupação criminosa e fascista dos sionistas. A luta do povo palestino sobrevive, atualmente, na pior conjuntura desde 1948, quando a ONU declara a partilha da Palestina, sem consultar seus habitantes históricos.
A causa palestina pelo fim da ocupação sionista corre um grande risco de liquidação, o maior de toda sua história de lutas. A aproximação de Israel com a Arábia Saudita (consequentemente todas as outras dinastias do CCG – Conselho de Cooperação do Golfo) tem como consequência o isolamento da luta do povo Palestina no mundo árabe, que passar a ser usada como moeda de troca com os EUA/Israel. Por outro lado, os históricos aliados dos Palestinos estão pelejando e se defendendo, com armas na mão, do assedio e ou das guerras promovidas pela dupla EUA/Israel, neste campo estão o Hezbollah do Líbano , a República Árabe da Síria e o Irã.
Internamente, a Autoridade Palestina, (FATAH) insiste em apostar na diplomacia ou negociações, mantém os acordos e tratos na área política, econômica e de segurança com o inimigo sionista ocupante, abrindo mão da histórica agenda e pauta da luta do povo palestino. Em outras palavras, a AP é parte do problema desta conjuntura complicadíssima. Uma conjuntura sintetizada nas declarações dos EUA considerando Jerusalém capital de israel.
Todavia, apesar de tudo isso; apesar de ter dobrado o número de detidos pelas forças da ocupação no último ano ( 6.742 palestinos da Cisjordânia e Gaza, sendo 1467 crianças, 156 mulheres, 25 jornalistas, em 2017*), somente em dezembro foram 926 palestinos presos, sendo a maioria de Jerusalém; apesar das denúncias de torturas e maus tratos nos cárceres sionistas, inclusive com crianças, terem aumentado horrores; apesar da escalada dos assentamentos de colonos, que destroem os lares palestinos e expulsam famílias de seus lugares para construir colonias para estrangeiros judeus; apesar do cerco a Faixa de Gaza que provoca todo tipo de miséria e dor ….; apesar de tudo isso, o povo palestino e sua juventude estão nas ruas diariamente com pedras nas mãos se confrontando com o exercito de ocupação sionista. Lutam ferozmente contra um dos exército mais bem armado do mundo, pedras na mão contra fuzis modernos, bombas que matam e a covardia descarada!
Nos resta acreditar que o povo palestino e suas organizações políticas e militares serão capazes de tomar seu futuro , o futuro da Palestina, com toda força que o momento exige! De nossa parte, estaremos dispostos a construir a unidade de ação necessária para cumprir com a tarefa que nos cabe: a solidariedade internacionalista e nosso total apoio a luta desse heroico povo para recuperar sua pauta e agenda de luta contra a ocupação fascista sionista, sequestrada pelos acordos de Oslo.
Fora ocupação sionista da Palestina!
Viva a solidariedade internacionalista!
http://www.addameer.org/news/ palestinian-prisoners- organizations-israeli- occupation-forces-detained- around-7000-palestinian