Impressões preliminares sobre o processo eleitoral
“Independentemente dos resultados matemáticos e eleitorais, nossa campanha foi vitoriosa politicamente. Na grande maioria dos Estados, afirmamos nossa identidade, dialogamos com o povo.
Não fizemos qualquer concessão ao oportunismo, à demagogia, à mistificação e às ilusões de classe. Mostramos ao povo que é impossível “humanizar” ou “reformar” o capitalismo.
Apresentamos um programa de governança comunista, apontando para os enfrentamentos de classe na cidade, com propostas que permanecem como eixos de luta, como a priorização de investimentos nas áreas mais carentes, a retomada do Estado para a garantia da universalidade do acesso aos direitos sociais e a participação direta da população nas decisões políticas, com os conselhos populares.
Apontamos para o socialismo, como único caminho para buscar uma sociedade justa, fraterna, solidária e igualitária.
Denunciamos a criminalização dos movimentos sociais; defendemos a reestatização da Petrobrás; demos solidariedade à luta dos povos da América Latina e do mundo contra o imperialismo; mostramos que só o poder popular pode representar algum avanço democrático.”
“Confirmando as limitações da democracia burguesa, esta eleição será, como sempre, ganha pelas grandes máquinas eleitorais milionárias; os candidatos são apresentados como produtos ao “mercado do voto”. Apesar de nossos candidatos a Prefeito terem, em geral, se diferenciado positivamente, a eleição majoritária para o PCB sempre apresenta mais dificuldades. Mas poderemos talvez aumentar um pouco nossa bancada de Vereadores, elegendo camaradas em alguns Estados, além daqueles em que já temos parlamentares (Amapá, Maranhão, Pernambuco e Piauí).”
Até o momento, podemos informar que o nosso Partido elegeu Vereadores nesses quatro Estados citados e em mais outros cinco (Amazonas, Ceará, Minas Gerais, Paraíba e Sergipe), totalizando nove Estados. Como prevíamos, não elegemos nenhum Prefeito na nossa legenda. Mas participamos da coligação que elegeu alguns Prefeitos, dos quais dois Vice-Prefeitos são do nosso Partido.
O desempenho dos nossos candidatos a Prefeito acabou refletindo a desigualdade do horário gratuito de televisão. Como o cálculo é de dois terços do tempo em função do tamanho da bancada de Deputados Federais e um terço em função do número de candidatos a prefeito, tivemos candidatos do PCB que tiveram apenas alguns segundos e outros dois minutos e meio. A votação dos nossos candidatos a Prefeito variou muito em função deste fator, oscilando de menos de 1% até 5% dos votos.
Mas, como afirmamos naquela nota, “a eleição não será o principal critério para medir o crescimento do nosso Partido, que vem reforçando seu trabalho junto aos trabalhadores e à juventude, praticando o internacionalismo proletário, ajudando a unir os comunistas revolucionários e a esquerda socialista”.
Quanto ao segundo turno, que se dará em 29 dos municípios com mais de 200.000 eleitores, na maioria deles o PCB certamente se absterá de apoiar qualquer candidato, pois as disputas serão no campo conservador. Mas haverá casos em que podemos dar um apoio político no segundo turno, quando o confronto se der entre a direita e o campo popular e democrático. Mas sempre será um apoio independente, unilateral, crítico, com nossa identidade e integridade preservadas.
A ação política do Partido continua centrada na luta de massas pela reestatização da Petrobrás, na construção de uma organização intersindical nacional classista, na solidariedade internacionalista, na unidade comunista e na formação de uma frente antiimperialista de esquerda, na perspectiva do Bloco Histórico do Proletariado e da construção do socialismo.
Rio de Janeiro, 8 de outubro de 2008
Ivan Pinheiro Secretário Geral do PCB