Cena política cubana será dominada por mulheres negras

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Os novos órgãos do Poder Popular de Cuba, nos âmbitos municipais, estaduais e da Assembleia Nacional, além da eleição para o Conselho de Estado, confirmaram a presença majoritária das mulheres negras no domínio do poder político da ilha.

Marta Dennis Valle*

Dialogos do Sul

Esse foi o resultado do processo eleitoral, iniciado em 2017, que culminou na renovação da Assembleia Nacional do Poder Popular (ANPP), o poder supremo do Estado estabelecido pela Constituição cubana.

A Assembleia Nacional, eleita para um período de cinco anos, é a única com poder constituinte e legislativo na República e representa e expressa a vontade soberana de todo o povo, como diz a Carta Magna.

A 9ª legislatura, eleita em março de 2018 e constituída nos dias 18 e 19 de abril, conta com 605 membros, dos quais 322 são mulheres (53,22%), fato sem precedentes na história não só de Cuba, mas de toda América Latina.

Leydimara da Caridad Cárdenas Isasi, de 19 anos, leu o Juramento dos Deputados. Ela é delegada de base, formada em ensino técnico superior e é a mais jovem entre todos os eleitos.

As delegadas de base (eleitas nos bairros) constituem 55,59%, das quais 66,14% foram eleitas pela primeira vez.

Nesse novo Parlamento estão presentes cubanas de várias gerações, com média de idade de 49 anos (13% de jovens). 85% concluíram ensino superior e 51,8% são negras e mestiças.

Ana Maria Mari Machado, de 54 anos, jurista de profissão, foi reeleita vice-presidente e Miriam Brito Sarroca, de 57, ratificada como secretária da Assembleia Nacional.

Nos organismos do Poder Popular estão presentes 79 mulheres (24,5%), e 37 delas presidem Conselhos Populares, vinculados diretamente à população, integrados por delegados de base que prestam contas periodicamente aos eleitores no exercício de um mandato de dois anos e meio.

Assembleias Estaduais

As mulheres presidirão oito das 15 Assembleias Estaduais (provinciais) do Poder Popular, no período 2019-2023.

Isabel González Cárdenas, da província de Camaguey (professora com 52 anos), Maurelis Pernía Cordero, em Cienfuegos (engenheira termo-energética e mestra em Direção, com 47 anos e Nancy Acosta Hernández, em Guantánamo (professora, mestra em educação e doutora em ciência pedagógicas), exercem o segundo mandato.

Tamara Valido Benítez, da província de Mayabeque, (47 anos, mestra em direito), Teresita Romero Rodríguez, de Sancti Spíritus, e Beatriz Johnsão Urrutia, de Santiago de Cuba, (48 anos, engenheira química), também estão no segundo mandato.

Lilian González Rodríguez, Las Tunas, de 55 anos, arquiteta arquiteta, em seu terceiro mandato e a engenheira agroquímica e agroecológica, Tania León Silveira, de 53 anos da província de Matanzas, exerce seu segundo mandato e foi antes membro do Conselho de Estado.

No Município Especial Isla de la Juventud, Arelys Casañola Quintana, de 49 anos, professora de matemáticas, cumpre seu terceiro mandato como deputada no quarto mandato como delegada de Circunscrição (bairro).

Conselho de Estado

O Conselho de Estado, que ostenta a máxima representação do Estado cubano, é presidido por Miguel Díaz-Canel e, dos cinco vice-presidentes, três são mulheres. Também são do sexo feminino 12 dos 23 membros do Conselho de Estado.

Entre um e outro período de sessões, o Conselho de Estado, de caráter colegiado, é o organismo que executa os acordos da Assembleia Nacional e cumpre as funções que são atribuídas pela Constituição.

A vice-presidenta Gladys María Bejerano Portela, de 71 anos, se manteve no cargo de Controladora Geral da República de Cuba.

*Prensa Latina, de Havana, especial para Diálogos do Sul — Direitos reservados.

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