Sobre a prisão do ex-governador Beto Richa e seus aliados

imagemApesar da prisão desta terça, dia 11/09, desvelar o caráter corrupto do político do PSDB (a quem ainda tinha dúvidas), a ação também se expõe como mais uma das intermináveis contradições do sistema político burguês.

Sempre com discursos moralistas na ponta da língua, políticos como Beto Richa utilizam da falácia “contra a corrupção” para atacar partidos da esquerda, inclusive utilizando-se das contradições do petismo, para associarem a ideia de que a corrupção está ligada ao comunismo. Entretanto, a corrupção é inerente ao sistema capitalista. A relação promíscua do capital com políticos representantes da burguesia é tão natural nesse sistema como 2 mais 2 são 4. No entanto, o discurso dos liberais e neoliberais (DEM, NOVO, PSDB) tenta de forma absolutamente cínica colocar a ideia de que existe uma classe política que atrapalha os negócios e o desenvolvimento do capitalismo. Quando, na verdade, a esmagadora maioria dos políticos eleitos atualmente são os próprios representantes do capital.

Ora, não são as campanhas mais recheadas de dinheiro aquelas que mais conquistam votos? Por acaso, não são as empreiteiras aquelas que financiaram as campanhas eleitorais mais caras?

Esse dado não é uma suposição. É fato. Dos 513 deputados federais, citando como exemplo, 190 são empresários e 139 são ruralistas (https://congressoemfoco.uol.com.br/especial/noticias/a-face-e-os-numeros-do-novo-congresso/).

Outra contradição que apontamos é que, pelo ocorrido no massacre do 29/abril/2015, Beto Richa deveria ter sido preso há muito. O poder judiciário nada fez naquela ocasião. Nada fez com relação à violência perpetrada contra os professores que exerciam um direito conquistado a duras penas, qual seja, o direito à manifestação. Além disso, nada fez a “justiça” quando Richa e seus aliados destruíram a previdência social dos servidores públicos estaduais para arcar com a própria irresponsabilidade fiscal do mesmo governante, já que já havia completado um mandato.

Esperamos do poder judiciário uma resposta à altura quanto à barbárie do massacre do 29/abril e à reversão da destruição da previdência dos servidores públicos estaduais. “Esperamos”, no caso, apenas como força de expressão, pois, deste sistema não há que se esperar nada. Nossa missão é a luta política até a vitória. O caminho é pela esquerda, pelo poder popular!

Partido Comunista Brasileiro – Curitiba/PR.