Palestina: liberdade para o resistente George Ibrahim Abdallah!

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Em 24 de outubro de 2018 fará 35 anos que Georges Ibrahim Abdallah foi detido e encarcerado: ele é o preso político que está mais anos preso na Europa. É um caso de exceção, um símbolo e uma comprovação de que a prisão perpétua existe na França, mas também é um símbolo de uma vida de resistência.

Como se tem falado muito da independência da justiça na França nestes últimos tempos, o caso de Georges é «exemplar» tanto por seu processo judicial como penal. Não duvidemos que o advogado defensor que o atendeu durante o processo era na realidade um agente dos «serviços secretos franceses». Os mesmos serviços que o perseguiram e a seus camaradas da Fração do Exército Revolucionário do Líbano (FARL).

Georges foi condenado em 1987 à reclusão criminal perpétua por cumplicidade na execução, em 18 de janeiro de 1982, do coronel Charles Ray, agregado militar na embaixada dos Estados Unidos em Paris, e na execução, em 3 de abril de 1982, de Yakov Barsimantov, responsável pelo Mossad e segundo secretário da embaixada sionista em Paris.

De imediato, as autoridades estadunidenses exerceram pressões diretas sobre o governo francês. Constituíram-se em parte civil no julgamento, sendo que o presidente estadunidense Reagan em pessoa falou do tema no encontro com o Presidente francês Mitterrand. As pressões sionistas não faltaram tampouco.

Georges poderia ter sido libertado em 1999, seus advogados apresentaram nove petições de liberação diante do tribunal de aplicação de penas.

Independência da justiça?

Está claro que não! Em novembro de 2003, a jurisdição regional de liberação condicional de Pau autorizou sua liberação. Imediatamente o ministro da Justiça Perben interviu diretamente e, em janeiro de 2004, a decisão foi rechaçada. A última petição, de novembro de 2012, foi julgada favorável pelo tribunal de aplicação de penas, mas a procuradoria fez todo o possível para bloquear a decisão. O ministro do Interior de então, Manuel Valls, um grande amigo de Israel, se negou a assinar a petição de expulsão para que Georges pudesse voltar a seu país, o Líbano. Sabemos e somos conscientes que as pressões dos Estados Unidos e de Israel nunca cessaram e que os governos da França têm se submetido a elas.

Georges Ibrahim Abdallahm é um homem que continua lutando apesar de estar há 34 anos no cárcere. Toda uma vida de resistência!

Georges nunca renegou suas convicções, nunca abandonou seu compromisso com uma Palestina libertada da ocupação sionista, nunca deixou de apoiar os 6.200 presos palestinos. Continua fazendo chegar a nós sua palavra através de seus escritos, através de suas manifestações de solidariedade com todas as resistências anticapitalistas e anti-imperialistas. Por tudo isto, devemos considerar que Georges Abdallah faz parte de todas as nossas lutas, razão pela qual devemos nos comprometer com a luta por sua libertação.

Exijamos a libertação imediata de Georges Ibrahim Abdallah!