Juventudes do mundo se encontram na Venezuela
Com um evento político cultural combativo teve início a reunião do Conselho Geral da Federação Mundial da Juventude Democrática (FMJD), que se realizou em Caracas entre os dias 9 e 11 de abril, com um programa abrangente de atividades desenvolvidas por organizações internacionais de juventude, no âmbito de uma Jornada de Solidariedade para com a Venezuela. O Salão Bicentenário do Hotel Alba Caracas se viu totalmente ocupado pela juventude e representantes políticos e sociais venezuelanos que acompanharam a FMJD na cerimônia de abertura da reunião do seu órgão máximo regular de direção.
O evento, encabeçado pelo cipriota Iacovos Tofari, presidente da FMJD, contou com a presença dos demais membros do Birô Coordenador da FMJD, com sede em Budapeste, Hungria, além de Janohi Rosas, secretário-geral da Juventude Comunista da Venezuela (JCV), organização membro do Conselho Geral da FMJD, Rodbexa Poleo, secretária geral da Juventude do PSUV, organização que faz parte da FMJD, e Pedro Infante, Ministro da Juventude.
Entre as personalidades presentes ao ato destacaram-se Iraklis Tsavdaridis, secretário-executivo do Conselho Mundial da Paz (CMP), organização com a qual a FMJD organizou a 2ª Missão Internacional de Solidariedade com a Revolução Bolivariana, que se realizará em Caracas nos próximos dias 12 a 14 de abril.
Também estiveram presentes Lídice Altuve, Diretora de Cultura e Solidariedade com os Povos do Ministério das Relações Exteriores e Gabriel Aguirre, secretário geral do Comitê de Solidariedade Internacional (COSI).
O Conselho Geral da FMJD é formado por 35 organizações, eleitas na Assembleia Geral que se reúne ordinariamente a cada quatro anos, com sete organizações para cada uma das cinco regiões do planeta: América Latina e Caribe; Europa e América do Norte; Oriente Médio; África; Ásia e Pacífico.
Palavras de Janohi Rosas, Secretária Geral do Conselho Central da Juventude Comunista da Venezuela (JCV), na cerimônia de abertura do Encontro do Conselho Geral da FMJD, no Salão Bicentenário do Hotel Alba Caracas, em 9 de abril de 2019:
Queridos camaradas:
Em primeiro lugar, damos as calorosas boas-vindas a todos os participantes e, em especial, às delegações que vieram de todos os continentes, a quem queremos transmitir solidariedade e um abraço combativo da juventude heróica venezuelana. 61 delegados representando 50 organizações de 37 países estão em Caracas para celebrar a reunião do Conselho Geral da Federação Mundial da Juventude Democrática (FMJD) e desenvolver, em conjunto com o Conselho Mundial da Paz, a 2ª Missão Internacional de Solidariedade ao Povo Venezuelano e à Revolução Bolivariana.
Delegados internacionais:
Vocês chegam à nossa amada terra natal em um momento de muitas dificuldades. Provavelmente vários de vocês foram alertados sobre os riscos de vir para a Venezuela, e não é por menos. Nosso país está enfrentando uma escalada perigosa de ataques da principal e mais agressiva potência imperialista do mundo. No entanto, contra os riscos e ameaças, vocês estão aqui para expressar solidariedade e apoio corajoso do povo venezuelano e seu direito inalienável à autodeterminação. Mas hoje também os povos do mundo sofrem as conseqüências de um aumento sem precedentes da agressão imperialista.
Para tentar justificar sua política militarista, belicista e intervencionista em todo o mundo durante décadas, o imperialismo usou o pretexto da existência da URSS e do bloco socialista, uma mentira vil que há muito desapareceu. Quase 30 anos atrás, os povos do mundo perderam um extraordinário contrapeso internacional ao imperialismo e, nos tempos atuais, as políticas agressivas e intervencionistas têm agravado a pobreza e o atraso. Vivemos em um mundo sob a constante ameaça de guerra imperialista que destruiu países, custou a vida de milhões de pessoas inocentes e causou as maiores ondas de desterrados e refugiados.
Mas a atual ofensiva do imperialismo não é apenas evidente na escalada de conflitos e tensões entre potências econômicas para uma nova divisão do mundo. Também padecemos em cada um dos nossos países com o avanço das políticas repressivas e antipopulares que destroem ou procuram destruir os direitos humanos fundamentais, tais como o trabalho, a educação, a saúde, o lazer e o acesso aos serviços públicos. Estes são temas de grande importância e atualidade, especialmente para os jovens e os setores populares; por isso, devemos tratá-los em profundidade na reunião do Conselho Geral da FMJD que começou hoje, e refletir sobre eles no plano de ação que aprovaremos.
Camaradas:
As potências imperialistas não aceitam que haja resistência aos seus planos e desencadeiam a sua fúria contra os povos que desafiam os seus interesses e decidem seguir um caminho de desenvolvimento independente e soberano. Quando a diretriz é impor a vontade do grande capital, a arrogância imperialista não se detém nos direitos humanos, na soberania ou nas leis internacionais. O nosso país sabe disso em primeira mão, porque é vítima dos ataques desumanos e ilegais do imperialismo.
O governo dos EUA dirige diretamente seus planos contra a Venezuela: enquanto fala sobre direitos humanos e de uma suposta “ajuda humanitária”, aplica medidas coercitivas unilaterais contra nosso país, congela bens e recursos financeiros do país no exterior, intensifica as medidas de bloqueio econômico, exerce pressão e aplica sanções contra países e empresas que estabelecem relações comerciais com a Venezuela, com o objetivo declarado de sufocar e destruir nossa já debilitada economia e tornar as condições de vida do povo venezuelano cada vez mais insuportáveis. Enquanto falam de democracia, pretendem impor um “presidente autoproclamado” fantoche. Tudo para se apropriar de nossos recursos naturais e derrubar um governo que dificulta seus planos de recuperar o controle absoluto sobre a região.
Os mesmos porta-vozes do governo dos EUA reiteraram publicamente que “todas as opções estão sobre a mesa” para derrubar o governo legítimo do presidente Nicolás Maduro. Não temos dúvidas de que os imperialistas não pouparão recursos ou esforços até atingirem seu objetivo. A possibilidade de uma agressão militar imperialista contra o nosso povo é uma realidade, e nela trabalham meticulosamente: eles reforçaram a sua presença militar em países vizinhos e nas ilhas do Caribe, incentivam a subversão interna e desenvolvem uma campanha de mídia para conquistar a opinião pública mundial em favor de uma eventual guerra contra a Venezuela. No entanto, o nosso povo heroicamente resiste a estes duros ataques, numa fervorosa unidade patriótica e anti-imperialista.
Para os comunistas venezuelanos, é fundamental elevar o nível de participação protagonista da classe trabalhadora nas tarefas de condução do país. A experiência bem sucedida dos povos do mundo mostra que não há bloqueios, sanções ou ataques que podem conter a enorme capacidade combativa e criativa da classe trabalhadora, quando organizada, unida e consciente do seu papel dirigente.
Nesta mesma luta, a solidariedade internacional expressa por organizações e povos do mundo tem desempenhado um papel vital para desmascarar o imperialismo e conter os seus planos contra a Venezuela. Agradecemos a FMJD e suas organizações membros pelo ativismo e firmeza em defender o direito do nosso povo em exercer sua soberania e autodeterminação. É vital continuar aumentando estas ações permanentes para deter os planos imperialistas contra nosso povo; pela cessação da interferência imperialista e medidas coercitivas unilaterais e contra qualquer tentativa de agressão militar contra o nosso país.
Esperamos que esta reunião do Conselho Geral ajudará ainda mais a seguir avançando no reforço da FMJD e sua capacidade de unir a juventude do mundo na luta pelos seus direitos, pela paz e pela justiça social, especialmente tendo em vista a próxima 20ª Assembleia Geral da FMJD. Nós temos muitos desafios a enfrentar, porém, quanto mais fortes e unidos estivermos, mais sucesso teremos nas lutas importantes que temos pela frente.
Muito obrigado.
Tradução: Partido Comunista Brasileiro (PCB)
Fonte: https://prensapcv.wordpress.com/2019/04/09/juventudes-del-mundo-sesionan-en-caracas/#more-13518