Cinco ativistas presos no protesto, em Tel-Aviv, contra a ‘lei do infiltrado’; uma manifestação contra o racismo

Centenas de manifestantes, dentre eles ativistas do Hadash e comunistas, se uniram no centro de Tel-Aviv bloqueando uma via pública por mais de uma hora para protestar contra o projeto de lei de ‘Prevenção de Infiltrados’, na noite da última segunda-feira, no Knesset. A polícia prendeu cinco manifestantes.

Cantanto “nenhum campo de concentração” e “deportem o Ministro do Interior”, dentre outros slogans, os manifestantes bloquearam o Rehov Ibn Gvirol, próximo à municipalidade, para evidenciar sua indignação à lei que permite a detenção, sem julgamento, de pessoas que atravessam as fronteiras de Israel ilegalmente.

Tendo a polícia limpado as ruas, um número de manifestantes continuou em Rehov Dizengoff e tentou bloquear a rua.

As segunda e terceira leituras de um projeto de lei que prevê a detenção de trabalhadores migrantes que entrarem em Israel continuou até tarde da noite de segunda-feira no plenário do Knesset. Essa lei pode tornar os migrantes e os requerentes de asilo em prisioneiros, sem julgamento ou deportação se forem pegos em Israel por longos períodos.

Ainda mais, qualquer um que ajude os migrantes ou os dê abrigo pode encarar sentenças de cinco até quinze anos de prisão. Os legisladores que são contra esta lei disseram que ela era anti-democrática e vai de encontro com as obrigações internacionais de Israel e os direitos humanos.

Este projeto pode reformar a Lei de Prevenção de Infiltrados de 1954, aprovada para prevenir a entrada de refugiados Árabe-Palestinos como parte de uma legislação de emergência.

A nova lei se expandiu para trabalhadores migrantes ou requerentes de asilo que entram em Israel sem representar uma ameaça à segurança do país. MK Dov Khenin (Hadash), um dos mais firmes defensor da extinção da lei, disse que “essa lei é perigosa, imoral, inconstitucional e contraria a lei de dignidade humana e liberdade. Ela corre contra os compromissos internacionais de Israel e o Knesset deveria rejeitá-la”.

Centenas de manifestantes encheram as ruas de Kiryat Malachi, na tarde de terça-feira, protestando contra a discriminação dos imigrantes Etíopes. De acordo com os residentes Etíopes de Kiryat Malachi, as imobiliárias da cidade estão se recusando a vender apartamentos para eles.

A manifestação não foi composta, somente, por imigrantes Etíopes. “O fenômeno do racismo prejudica a todos e é impossível separar a discriminação dos Etíopes, em Israel, da discriminação dos residentes Árabes ou de língua Russa”, disse Raby’ia Elsagier, residente de Shfaram e membro da Coalizão Contra o Racismo em Israel, que participou do protesto com pessoas do setor Árabe.

A Associação pelos Direitos Civis, em Israel, também condenou o projeto e disse que o governo deve deixar claro que eles não perdoam o racismo e a discriminação e que tomará iniciativas decisivas para erradicar este fenômeno.

Tradução: Partido Comunista Brasileiro.