Avançar a luta popular para derrotar Bolsonaro e sua política de terra arrasada
As grandes manifestações de 15 de maio, que mobilizaram centenas de milhares de pessoas em mais de duzentas cidades do país contra os cortes de verbas da educação, expressaram um grande avanço na luta das forças populares contra o projeto neofascista do governo Bolsonaro. Várias mobilizações anteriores, como a dos povos indígenas contra a destruição da FUNAI, vinham articulando as forças de oposição e deram início a um processo que pode vir a representar uma mudança significativa na correlação de forças, a partir da luta imposta na rua pelos movimentos sociais. Sindicatos, entidades estudantis, organizações políticas e sociais articularam os atos massivos que contribuíram para ampliar a impopularidade do governo federal e diminuíram ainda mais sua base de sustentação no seio do povo e nas instituições.
O Governo Bolsonaro se inviabiliza progressiva e rapidamente devido ao seu completo desrespeito aos anseios e interesses populares, às regras democráticas e aos direitos humanos, bem como por causa de sua incapacidade de dar direção ideológica e política às principais frações da burguesia, além dos seus conflitos internos, que se expressam na luta entre a ala neofascista hegemônica e as alas militar e neoliberal. Essas brigas intestinas expressam o esgarçamento progressivo da coalizão que sustentou a candidatura Bolsonaro na última eleição, formada principalmente pelo bolsonarismo, nucleado nos grupos da internet, polícias, igrejas, em uma ala de generais e na velha direita neoliberal, majoritária no parlamento, em governos e legislativos estaduais e municipais e na grande mídia.
Ao contrário do que desejavam os generais e seus aliados mais organicamente ligados aos grandes capitalistas, o bolsonarismo não aceitou dividir o poder com o Congresso, os governadores, a grande mídia e a ala militar, o que estabeleceu a instável situação de um governo conservador sem base de sustentação sólida em um parlamento no qual a direita é amplamente majoritária, desarticulação que tem atrasado em alguma medida a radicalização de alguns dos principais ataques aos interesses populares planejados pelos dois blocos, como a reforma da previdência e a total destruição das políticas sociais, como as de saúde, educação, direitos humanos, reforma agrária e meio ambiente.
O ressurgimento das grandes manifestações articuladas pelas organizações sociais – os ativistas que Bolsonaro criminaliza e quer calar – amplia a progressiva dissolução da hegemonia momentânea do bolsonarismo nas grandes cidades e coloca em xeque a direção política da extrema direita, oferecendo uma alternativa ideológica e política à esquerda para o trabalhador decepcionado com a aventura neofascista proposta pelo capitão miliciano. Essa pressão da mobilização das ruas precisa ser reforçada, para colocar nas cordas o governo neofascista e fazer com que perca totalmente sua sustentação ideológica e política entre os setores populares que lhe deram a vitória eleitoral.
É possível barrar os retrocessos e derrotar a política de terra arrasada do Governo Bolsonaro! O 15M mostrou que o caminho sempre está na construção da mais ampla unidade na luta, com mobilização nos locais de trabalho, estudo e moradia, para culminar com massivas manifestações nas ruas. Vamos continuar denunciando os ataques dos governos e do capital aos direitos políticos, sociais e trabalhistas duramente conquistados pela classe trabalhadora organizada e pelos movimentos sociais nas últimas décadas, assim como seguiremos combatendo a tentativa de destruição da soberania nacional, de ampliação das privatizações e de entrega das nossas riquezas em favor dos lucros dos monopólios nacionais e internacionais. Vamos aprofundar a luta contra a reforma da previdência, em defesa da educação e da saúde públicas, por direitos e liberdades democráticas!
Nova jornada de lutas e mobilizações foi agendada pelas entidades representativas dos estudantes e trabalhadores da educação: 30 de maio. Todos às ruas, avançando na preparação da Greve Geral de 14 de junho, convocada pelas centrais sindicais e pelo movimento popular! A militância do PCB, da Unidade Classista, da UJC, do Coletivo Feminista Classista Ana Montenegro, do Coletivo Negro Minervino de Oliveira e do Coletivo LGBT Comunista uma vez mais cerrará fileiras com a juventude e a classe trabalhadora nas manifestações.
30/05: nova jornada de lutas pela educação pública!
Preparar a Greve Geral de 14/06 contra a Reforma da Previdência!
Em defesa dos nossos direitos e das liberdades democráticas!
Pelo Poder Popular e pelo Socialismo!