PCV: um ano de impunidade do assassinato de Luis Fajardo

imagemTribuna Popular – Partido Comunista da Venezuela

PCV continua exigindo punição aos culpados e concessão de terras aos camponeses

Na quarta-feira, 31 de outubro de 2018, foi cometido o assassinato vil, covarde e feroz de Luis Fajardo, membro do Comitê Central do Partido Comunista da Venezuela (PCV) e da direção coletiva da Corrente Classista Camponesa «Nicomedes Abreu» (CCC-NA) ), juntamente com Javier Aldana, ativista do movimento camponês. O incidente ocorreu no setor de La Palma, Nueva Bolívia, município de Tulio Febres Cordero, no estado de Mérida, quando ambos chegaram de motocicleta à casa de Fajardo após um dia de trabalho. Desde aquele momento e durante um ano o PCV denunciou o caso e exigiu do governo nacional e de outras instituições do Estado a investigação profunda e a consequente punição exemplar dos responsáveis intelectuais, materiais e cúmplices do assassinato, mas até agora não houve resultados efetivos.

Fajardo, combativo dirigente camponês, liderou, entre outros, a luta pelo resgate da fazenda Caño Rico, no setor de Las Veritas, paróquia de Gibraltar do município de Sucre, no sul do Lago Maracaibo, no sul do Zulia. Mais de 300 famílias, organizadas em conselhos, cooperativas e frentes camponesas, exigiram – e ainda o fazem – que o Instituto Nacional de Terras (INTI) regularize a entrega da fazenda, para o resgate de 522 hectares não cultivados e que permanecem socialmente ociosos em 95%.

JUSTIÇA EM SUA DIMENSÃO DUPLA

O PCV lembrou que o assassinato foi realizado alguns dias após a inspeção de organizações nacionais na fazenda Caño Rico, que foi realizada graças à pressão política e de massas que foi feita. O Partido do Galo Vermelho insistiu que as instituições do Estado deveriam responder, garantindo que não haja mais impunidade, com a aplicação máxima da lei aos responsáveis pelo assassinato e solução para as reivindicações dos camponeses.

Neste sentido, os comunistas continuam exigindo justiça na sua dupla dimensão: descobrir e punir os autores intelectuais, materiais e cúmplices, e a entrega imediata das terras às famílias camponesas reclamantes.

CÍRCULO MAFIOSO E CRIMINOSO

Oscar Figuera, secretário geral do PCV, enfatizou que “por causa dessas lutas, houve, por meses, assédio, perseguição e ameaças permanentes contra nosso camarada. E essas ações vieram principalmente de Carlos Sulbarán, proprietário de terras na região, e de seu administrador Héctor Soto”, os quais deveriam ser os primeiros a ser investigados. O dirigente comunista afirmou que, em torno desse assassinato, “há um círculo mafioso do qual também fazem parte: Guly Bert Antúnez, legislador do estado de Zulia, o capitão José Villasmil Toro e o sargento Freddy Ojeda, da Guarda Nacional, assim como a Promotoria 21, com sede em Caja Seca, no município de Sucre (Zulia).

”Além disso”, disse Figuera, “nessa sociedade de cúmplices que atua em favor dos proprietários de terras, destaca-se o caso de instituições que deveriam agir e não o fizeram, como o INTI e o Ministério da Agricultura e Terras, cuja demora em regularizar a entrega de terras às famílias camponesas deu aos proprietários tempo para desalojar os agricultores, destruir suas colheitas e tentar provar que as terras não estavam ocupadas por essas famílias nem eram produtivas”. Oscar enfatizou que essas denúncias foram públicas e formalmente institucionalizadas, mas que “não houve resposta ou medida do Ministério Público, do governo ou de outra instituição do Estado para a proteção da vida dos líderes camponeses da região e particularmente do camarada Luis Fajardo”.

LENTIDÃO INSTITUCIONAL

Uma semana após o assassinato de Fajardo e Aldana, em 7 de novembro de 2018, uma comissão do Birô Político do PCV se reuniu com a vice-promotora geral da República, Beysce Loreto, e no dia seguinte com a vice-presidente executivo, Delcy Rodríguez, às quais se expôs o caso com a exigência de que fosse feita plena justiça.

Além disso, o ataque ao líder camponês do PCV em Barinas, Robinson García, havia sido apresentado anteriormente em 9 de outubro; a reversão das concessões de terras em benefício de particulares; situações graves nos locais de trabalho e a violação da estrutura do Acordo Unitário PSUV-PCV. Ambas as funcionárias tiveram boa receptividade nas questões levantadas, mas esclareceram que o “cumprimento” de várias delas dependia do promotor Tarek William Saab e do presidente Nicolás Maduro, respectivamente. O PCV enfatizou a importância e a urgência de reuniões diretas com cada um deles, que ainda não se concretizaram até hoje.

A lentidão institucional também se verifica no fato de que em 14 de junho de 2018 (ver TP nº 2.996), o PCV alertou sobre “ameaças de morte contra o camarada Luis Fajardo [e outros líderes camponeses]” e pediu “ao governo nacional medidas urgentes para garantir a segurança e a integridade desses líderes populares e de suas famílias”. E em 19 de julho de 2018 (TP nº 2.998): “o desempenho impune de oficiais militares, burocratas do INTI e proprietários civis e militares […] que ameaçam a vida de Luis Fajardo”.

Tradução: Partido Comunista Brasileiro (PCB)

Fonte: https://prensapcv.wordpress.com/2019/10/28/un-ano-de-impunidad-en-asesinato-de-luis-fajardo/