Incêndio em centro penal hondurenho deixa pelo menos 359 reclusos mortos

Tegucigalpa, 15 de fevereiro de 2012. Ao menos 359 presos teriam perdido a vida na noite desta terça-feira. Um pavoroso incêndio arrasou as instalações de um centro penitenciário na cidade de Comayagua, no centro do país.

Durante a madrugada, foram registrados 357 mortos. Os reclusos feridos com queimaduras graves foram enviados para o Hospital Escola, na capital, onde, no transcorrer da manhã, um deles faleceu.

Imagens aterradoras foram difundidas do local dos fatos, nas quais podem ser observados os corpos carbonizados de prisioneiros que morreram abraçados às grades de suas celas, numa tentativa desesperada de escapar das chamas.

Assim, fica clara a impotência das autoridades penitenciárias em manejar situações de desastre. Segundo a versão de um recluso que conseguiu salvar sua vida rompendo o teto, o guarda encarregado das celas não respondeu aos clamores por socorro dos presos. Pelo contrário, jogou fora as chaves das celas, deixando-os a própria sorte.

O corpo dos bombeiros investiga a causa do incêndio. Ainda que não seja confirmado, informes preliminares revelam que o acidente teria começado por volta das 10:30 h da noite, quando um dos prisioneiros incendiou seu colchão. O fogo se propagou rapidamente devido a estrutura de madeira do centro penal.

A superlotação e o precário estado nos centros penitenciários hondurenhos fazem com que eles se convertam em autênticas bombas-relógio.

A polícia responde aos familiares dos presos acidentados com bomba de gás lacrimogêneo e balas

Red Morazánica de Información

Tegucigalpa. 15 de fevereiro de 2012. Com bombas de gás lacrimogêneo e munição. Essa foi a resposta dada pelos policiais ao desespero e à incerteza reinante entre os familiares dos presos que cumpriam pena no centro penal atingido por um grande incêndio na noite de terça-feira.

Diante da falta de informações por parte das autoridades espalhadas pelo local, centenas de familiares invadiram o pátio do lugar, rompendo o cerco semidestruído da penitenciária com a intenção de recuperar os corpos sem vida de seus entes queridos.

Em meio à dor, uma grande quantidade de pais, filhos, irmãos e esposas se preparavam para chegar até os prédios do centro penal em Comayagua e à sala de emergências do Hospital Escola, na capital do país, tentando desesperadamente obter informação sobre o estado de seus familiares, sem, até o momento, encontrarem resposta.

Tradução: Maria Fernanda M. Scelza (PCB)

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