Grécia: orgia de autoritarismo e violência
KKE – PARTIDO COMUNISTA DA GRÉCIA
47º aniversário do levante da Universidade Politécnica
Rompeu-se a proibição do governo! A manifestação do KKE chegou até o lado de fora da embaixada dos EUA!
O povo não abaixa a cabeça; luta pela sua saúde e por seus direitos contemporâneos!
Na manhã do dia 17/11, com várias atividades e cumprindo com todos os protocolos sanitários de proteção frente à pandemia, voltamos a honrar também neste ano o levante de novembro de 1973 dos estudantes da Universidade Politécnica, com o apoio dos trabalhadores e do povo de Atenas. Este acontecimento foi um dos fatos decisivos que levaram à derrubada da ditadura (junta) militar na Grécia apoiada pelos EUA. O levante da Universidade Politécnica foi resultado da longa luta do KKE e da KNE (Juventude Comunista da Grécia) em condições de clandestinidade, enquanto milhares de militantes do KKE e da KNE foram presos, exilados e torturados pelo regime bárbaro da junta.
Desde então, a cada ano, no dia 17 de novembro se realiza uma grande passeata anti-imperialista que desemboca na porta da embaixada dos EUA em Atenas, assim como em dezenas de cidades da Grécia. A manifestação do dia 17 de novembro transmite as mensagens “Fora EUA – Fora OTAN” e “pão, educação e liberdade”, que foram os lemas do levante da Universidade Politécnica, e que também expressam as lutas contemporâneas do povo contra o envolvimento da Grécia nos planos imperialistas dos EUA-OTAN, assim como as reivindicações operárias e populares pelos direitos ao trabalho, educação, saúde, liberdades individuais e sindicais. Este conteúdo da celebração combativa do levante da Universidade Politécnica sempre irritou a classe burguesa, seus governos e seus aliados, EUA e OTAN.
Neste ano, o governo da ND intensificou o autoritarismo e a repressão, proibindo a manifestação anti-imperialista e qualquer concentração de mais de três pessoas em todo o território nacional, com o pretexto de que a manifestação seria uma bomba sanitária devido à pandemia de COVID-19. A hipocrisia do governo é enorme, já que é o único responsável pelas bombas sanitárias todos os dias nos meios de transporte público, nos centros de trabalho e nas escolas, sendo corresponsável, junto com o governo anterior, do SYRIZA, pelas deficiências trágicas do sistema de saúde pública em meio às condições da pandemia.
O KKE, o PAME e o movimento operário-popular já demonstraram no Primeiro de Maio, assim como em dezenas de casos, que podem adequar as formas de luta combativa às condições da pandemia e cumprir com os protocolos sanitários elaborados pelos cientistas, muito melhor do que o que compete ao governo.
O KKE e dezenas de sindicatos, associações de estudantes e outras organizações de massas, denunciaram o autoritarismo do governo e deixaram claro que a celebração combativa se realizaria, cumprindo com todas as medidas sanitárias, e que a tentativa do governo de proibir a passeata fracassaria. É de particular importância que inclusive a União de Juízes e Procuradores tenha emitido um comunicado no qual qualifica a decisão do governo de anticonstitucional e lhe pede que a revogue.
No dia 17 de novembro em Atenas pela manhã, manifestantes com cartazes e bandeiras do KKE conseguiram quebrar a decisão autoritária e antidemocrática do governo, realizando uma passeata que chegou até o lado de fora da embaixada dos EUA que estava rodeada pelos furgões da polícia e polícia de choque. Os manifestantes receberam com aplausos o Secretário Geral do CC do KKE, Dimitris Koutsoumpas, que depositou uma oferenda de flores no lugar onde a polícia durante o período da ditadura militar torturava os oponentes. Ali, Dimitris Koutsoumpas fez o seguinte comentário:
“As mensagens do levante da Universidade Politécnica estão vivas, são duradouras e vigentes. As palavras de ordem “Fora EUA”, “Fora OTAN”, “Pão, educação, liberdade, trabalho e saúde”, continuam sacudindo até hoje o coração dos jovens gregos, do povo grego, que luta hoje e a cada dia, contra uma política antipopular que persistiu por todos estes anos. É inaceitável utilizar como pretexto a pandemia para tomar medidas antipopulares reacionárias para proibir as celebrações pelo levante da Universidade Politécnica, com o seu caráter simbólico este ano. A proibição da polícia grega sob ordem do governo, de qualquer concentração de mais de 3 pessoas, especialmente hoje, é inaceitável, antidemocrática, anticonstitucional, e é denunciada por todo o espectro político do país e inclusive dentro da própria ND, muito mais entre os seus simpatizantes e não tanto entre os seus dirigentes como no KINAL, que não assinou o texto conjunto que denuncia esta decisão criminosa, inaceitável e perigosa do Sr. Chrysochoidis, e que é denunciado. O KKE recebe este tipo de mensagem vindas de todas partes. O povo grego, apesar da insegurança que se fomenta de responsabilidade do governo, porque não tomou todas as medidas necessárias durante todos estes anos, está do lado de todos os que lutam com o seu espírito, com a sua alma e coração nas ruas de luta, nas ruas de Atenas, nas ruas de toda a Grécia. Por isto o levante da Universidade Politécnica vive e continuará vivendo para sempre”.
Quando um jornalista perguntou a respeito da manifestação do KKE do lado de fora da embaixada dos EUA, disse:
“Fazem o que é necessário. É um movimento simbólico de jovens do povo grego – como podem ver, são pessoas concretas – contra o imperialismo dos EUA, contra o que se vem sofrendo por causa da política dos EUA e da OTAN”.
O KKE denuncia o bárbaro ataque injustificado da polícia
Ao meio dia, enquanto a passeata do KKE permanecia no centro de Atenas organizada e observando todas as medidas sanitárias, ocorreu o ataque sem justificação da polícia, com cassetetes, gases lacrimogênios, caminhões com jatos de água e granadas flash. A polícia não hesitou em atacar os deputados do KKE, ferir manifestantes, e efetuou dezenas de detenções. O SG do CC do KKE, Dimitris Koutsoumpas, que encabeçou a passeata junto com outros quadros do KKE, exigiu a libertação imediata de todos os detidos.