Israel amplia ataques contra palestinos

imagemForças israelenses prendem palestino (imagem de arquivo)

Créditos / PressTV

AbrilAbril

Só no dia 1º as forças israelenses prenderam mais de 30 palestinos na Cisjordânia e nos territórios ocupados em 1948. Um ministro israelense defendeu o apelo para que os judeus usem armas contra palestinos em Lod.

Na madrugada desta quinta-feira, informa a agência WAFA, as forças israelenses prenderam pelo menos nove palestinos e deixaram feridos outros sete no contexto de ataques que foram levados a cabo em vários pontos da Margem Ocidental ocupada.

No distrito de Belém, as tropas israelenses entraram no campo de refugiados de Aida, a norte da cidade, onde se registaram confrontos violentos. As tropas dispararam fogo real contra quem protestava contra a invasão e pelo menos três adolescentes foram baleados, refere a fonte, acrescentando que foram levados de imediato para um hospital.

No dia 2, a WAFA e o Palestinian Information Center (Palinfo) deram igualmente conta de raides israelenses em vários pontos da Margem Ocidental ocupada. Pelo menos 17 palestinos foram presos, incluindo menores de idade.

As forças israelenses levam a cabo estas operações de busca e captura num registro praticamente diário, quase sempre de madrugada. Alegando que «procuram» palestinos, invadem as casas sem mandado de detenção onde e sempre que lhes apetece.

São frequentes os confrontos com os residentes palestinos, os mais de três milhões que vivem na Margem Ocidental ocupada e que, lembra a WAFA, ficam completamente à mercê da autoridade militar que lhes é imposta pelos comandantes israelitas.

Mais de 30 detenções no dia 1º de Junho
Na terça-feira, além das detenções na Margem Ocidental e em Jerusalém Oriental ocupadas, a imprensa deu conta da detenção de palestinos nos territórios ocupados em 1948, no âmbito de uma campanha iniciada no passado dia 24 de maio que as autoridades israelenses designaram como «Lei e Ordem».

No total, só nesse dia foram presos mais de 30 palestinos, 12 dos quais na cidade de maioria árabe de Kafr Kana (territórios ocupados em 1948, atual Estado de Israel), onde as forças israelenses montaram uma verdadeira operação de «emboscada», segundo a imprensa palestina.

As detenções aí verificadas, tal como em Lydd (Lod), Acra e Haifa (outras cidades nos territórios ocupados em 1948), seguem-se aos fortes protestos dos palestinos contra a tentativa de expulsão dos residentes palestinos do Bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental, os ataques israelenses ao complexo da Mesquita de al-Aqsa e o bombardeio da Faixa de Gaza cercada, onde, revelou a WAFA, o número de mortos subiu para 258.

Ministro israelense apoia apelo aos judeus para usarem armas contra árabes
Na sexta-feira passada, Amichai Langfeld, vereador do partido de extrema-direita Lar Judaico na cidade de Lod, apelou aos judeus com armas que viessem para a cidade proteger os residentes judeus, afirmando que não confiava na Polícia, informa o Palinfo.

Numa carta enviada a Amir Ohana, ministro israelense da Segurança Pública, Ofer Cassif, deputado ao Parlamento de Israel pela Lista Conjunta, afirmou que, nas declarações do vereador de Lod, «há um apelo explícito a pessoas armadas para que façam justiça pelas próprias mãos e usem até fogo real… tudo isto sob os auspícios do presidente da Câmara de Lod, que estava ao lado do instigador». «Sem a sua intervenção imediata para travar este incitamento flagrante, pode ocorrer uma tragédia», acrescentou Cassif.

No entanto, o ministro israelense defendeu o apelo como «legítimo» e disse não concordar com a classificação de «incitamento». «O apelo aos cidadãos para que se defendam a si mesmos contra os seus atacantes, com recurso a armas de fogo para as quais têm licença, entre outras, é um apelo legítimo», disse em resposta a Cassif, sublinhando que a Lei permite às pessoas «agir em sua própria defesa em tempos de necessidade».

Recorde-se que a cidade de Lod, com uma ampla comunidade de residentes palestinos, foi palco de grandes tensões durante a escalada recente de violência sionista. Os palestinos foram atacados nas ruas por multidões, em conluio com a Polícia. Quando responderam ou protestaram, foram classificados como «agitadores» e «criminosos».

Ofer Cassif disse ao ministro que não estava se discutindo o direito à defesa das vidas de cada um e que o apelo do fascista Amichai Langfeld não tinha nada a ver com autodefesa, mas com «grupos organizados irem a um determinado local fazer rondas enquanto andam armados – ou seja, criar milícias ilegais».