Declaração do Cairo

imagemÀ Comunidade Internacional

Nós, delegados reunidos no Cairo durante da Marcha pela Liberdade de Gaza, de 2009, em resposta coletiva a uma iniciativa da delegação da África do Sul, manifestamos:

O fim do Apartheid israelense Declaração de Cairo 1º de janeiro de 2010

Temos em conta:
· o castigo coletivo que infringe Israel aos palestinos com a ocupação ilegal e o assédio de Gaza;
· a ocupação ilegal da Cisjordânia, incluindo a Jerusalém oriental, e a contínua construção do muro ilegal do apartheid e de novos assentamentos;
· o novo muro em construção pelo Egito e os Estados Unidos que estreitará ainda mais o assédio de Gaza;
· o desapreço pela democracia palestina demonstrado por Israel, EUA, Canadá, a União Européia e outros países, após as eleições palestinas de 2006;
· os crimes de guerra cometidos por Israel durante a invasão de Gaza, que aniversaria um ano;
· a persistência da discriminação e da repressão que sofrem os palestinos dentro de Israel;
· o persistente exílio de milhões de refugiados palestinos, todos os quais são atos de opressão que se baseiam, em última instância, na ideologia sionista subjacente a Israel;
· sabermos que nossos próprios governos vêm proporcionando à Israel ajuda econômica, financeira, militar e diplomática direta e que estamos permitindo este país atuar com impunidade;
· e conscientes da Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas, de 2007;

reafirmamos nosso compromisso com:
· a autodeterminação do povo palestino,
· o fim da ocupação,
· a igualdade de direitos para todos na Palestina histórica,
· o pleno direito ao retorno dos refugiados palestinos.

Por tudo isso, reafirmamos nosso compromisso com a chamada Palestina de julho de 2005, em favor do boicote, a reversão e as sanções (BDS) promovidas por Israel, para obrigar este país a cumprir com o Direito Internacional.

Para tal, pedimos e desejamos ajudar a iniciar um movimento massivo global e democrático contra o apartheid, que opere em estreita colaboração com a sociedade civil palestina para colocar em prática a demanda palestina de BDS.

Conscientes das numerosas e fortes semelhanças entre Israel e o antigo sistema de apartheid da África do Sul, propomos:
1. realizar uma marcha internacional de sindicalistas palestinos e sul-africanos, junto com ativistas da sociedade civil, que ocorrerá nos primeiros seis meses de 2010, a qual se unirão sindicalistas e ativistas comprometidos com este programa nos países visitados, para realizar atos de educação de massas em matéria de BDS, diretamente aos sindicalistas e à opinião
2. pública internacional;
2. participar da Semana do Apartheid israelense, em março de 2010;
3. desenvolver um enfoque unificado sistemático para o boicote de produtos israelenses, em que participem os consumidores, os trabalhadores e seus sindicatos do setor de vendas,
4. armazenagem e transporte;
5. fomentar o boicote acadêmico, cultural e desportivo de Israel;
6. desenvolver campanhas para fomentar a reversão de fundos de pensões dos sindicatos e empresas diretamente implicadas na ocupação, ou das empresas militares israelenses;
7. iniciar ações legais dirigidas contra a contratação externa de soldados pelo exército israelense e em favor de submeter à justiça os criminosos de guerra israelenses; respaldar o Informe Goldstone e a aplicação de suas recomendações;
8. fazer campanha questionando o caráter benéfico do Jewish National Fund (JNF).

Conclamamos as organizações e indivíduos que compartilhem do conteúdo desta declaração para assiná-la e colaborar conosco para fazer dela uma realidade.

Sinceramente,

http://cairodeclaration.org/lang/es/sign/

Tradução: Maria Fernanda Magalhães Scelza