Sobre a ocupação da Igreja do Rosário

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Nota Política do PCB Curitiba

(foto: Eduardo Malik Fotografia https://instagr.am/malikfotografia)

Desde o dia da manifestação por Justiça para Moïse, neste último sábado (05/02), circulam imagens e diversos discursos políticos tentando fazer escândalo nas redes sociais para descredibilizar as forças de esquerda e a luta contra o racismo e a xenofobia.

Moïse Mugenyi, um jovem congolês que vivia no Rio de Janeiro, foi brutalmente assassinado a pauladas e teve seu cadáver amarrado na escadaria por simplesmente exigir seu salário após ter trabalhado no Quiosque Tropicália. Nós do PCB nacionalmente estivemos presentes nas manifestações exigindo justiça contra essa brutalidade racista e xenófoba promovida contra o imigrante, que, junto com sua família, veio se refugiar no Brasil buscando um pouco de paz.

Aqui em Curitiba, diante da Igreja Nossa Senhora do Rosário, às 17h, nos reunimos numa grande manifestação solidária, mas também de extrema revolta contra o covarde assassinato de mais um jovem negro periférico nesse país. Enquanto ocorriam as falas dos movimentos sociais durante a manifestação, o senhor Diácono Luiz Haas passou a expulsar pessoas que estavam em frente à Igreja, alegando que os manifestantes estavam atrapalhando a saída dos fiéis, já que a missa já tinha acabado. Diante dos questionamentos das massas ali presentes, o líder religioso prestou muito desrespeito aos manifestantes, que então entraram na Igreja pacificamente e exigiram seu direito de se manifestar. Nenhum patrimônio foi avariado, foi apenas feita uma fala e logo em seguida ocorreu a desocupação do local.

Deputados, vereadores e diversos líderes religiosos, que não tiveram nenhum interesse em SOMAR no ato, defender a vida do povo negro ou sequer simpatizar com essa luta, agora buscam agitar fiéis e eleitores para se voltar contra nós, que exigimos o respeito à vida, o direito ao trabalho e combatemos o racismo e a xenofobia em todo o país. A Igreja, representando a Casa de Deus, não fecha as portas para seus filhos, então entendemos que não houve qualquer invasão ou desrespeito à liberdade religiosa.

Convidamos os revoltados com a ocupação da Igreja a conhecer a história de Moïse e Durval, bem como as de Amarildo, Moa do Catende, Rafael Braga e muitos outros. Que levem essas histórias a seus padres, pastores e bispos para que defendam uma causa justa, e não a causa de evitar que pessoas entrem em igrejas.

Reafirmamos ainda que estivemos com as nossas bandeiras em punho durante todo o ato, dentro e fora da Igreja, uma vez que para nós, do Partido Comunista Brasileiro e do Coletivo Negro Minervino de Oliveira, as lutas antirracista e anticapitalista não se dão de forma dissociada! Entendemos que a derrubada do racismo estrutural só se dará mediante a derrubada concomitante do capital, que se utiliza da opressão e da exploração da população negra como um pilar de sustentação imprescindível para a sua constante reprodução.

Pelo fim do racismo!
Pela superação do capitalismo!
Pelo poder popular!
Pelo socialismo, rumo ao comunismo!

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