Fortalecer a luta antirracista: justiça por Moïse!

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Nota Política do PCB RJ

O brutal assassinato do trabalhador congolês Moïse Kabagambe, ocorrido há poucos dias, na Barra da Tijuca, no Rio, merece todo o repúdio por parte de todos os que defendem justiça social e combatem as imensas desigualdades que caracterizam a sociedade brasileira.

Moïse foi agredido por um grupo de pessoas e morto a pancadas por exigir o pagamento por dois dias no quiosque onde trabalhava.

O fato demonstra, mais uma vez, o profundo racismo presente no Brasil e as condições de trabalho extremamente precarizadas impostas à maioria dos trabalhadores brasileiros e, de forma mais contundente, àqueles que vêm para o Brasil, em busca de trabalho, de países menos desenvolvidos, onde as marcas do período colonial se fazem ainda fortemente presentes.

É a exploração capitalista em sua forma mais crua, que é ainda mais reforçada pela presença de grupos milicianos que se somam à opressão já imposta aos trabalhadores em várias regiões. Tais grupos encontram espaço aberto para atuar devido à deterioração das condições de vida em geral, no Rio de Janeiro, e pela ausência absoluta do Estado, quando se trata de atender as necessidades do povo trabalhador.

É hora de reverter as perdas e retomar os direitos trabalhistas e sociais retirados nos últimos anos. É hora de exigir que o Estado se faça presente, não somente com forças policiais e repressoras, mas como meio provedor de bem estar, em todas as áreas do Rio de Janeiro, com destaque para aquelas hoje desprovidas de saneamento básico, água encanada, iluminação, calçamento de ruas e outros elementos de infraestrutura urbana, de serviços essenciais como o transporte público regular e barato, a rede escolar e a de saúde, públicas, gratuitas e de qualidade.

É imperioso combater as milícias e estabelecer regras claras e transparência no processo de concessão da exploração dos quiosques e outros negócios. Apenas dar o nome de Moïse ao quiosque onde ele trabalhava ou oferecer concessão do seu uso à família não vai resolver esse conjunto de questões. Há que se incrementar o mais duro combate ao racismo.

Há que se fazer justiça, levar à condenação não apenas os executores desse crime mas também os seus mandantes, os responsáveis por tudo que levou ao assassinato de Moïse.

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