Eduardo Serra (PCB-RJ): pré-candidato ao governo RJ

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Entrevista a O Globo

“Minha candidatura é necessária porque outras forças de esquerda viraram liberais”, diz Eduardo Serra em entrevista

Candidato do PCB defende não pagar dívida do estado com a União

RIO — O candidato do PCB ao governo do Rio, Eduardo Serra, diz que não vê utopia em defender plataforma ‘anticapitalista’ nas eleições e defende não pagar dívida com a União para reduzir a crise econômica no estado. Em entrevista ao GLOBO, fala sobre a fragmentação da esquerda e as razões a que atribui o desempenho de 4% a 5% nas pesquisas, apesar de não ser muito conhecido pela população.

Sua candidatura não fragmenta ainda mais o campo da esquerda?

No segundo turno há uma convergência natural de forças. Nosso inimigo é o Bolsonaro e o bolsonarismo aqui no Rio é Cláudio Castro. Sentimos a necessidade de apresentar um programa claramente de esquerda, porque infelizmente outras forças desse campo estão se apresentando com programas em parte liberais, que falam em alianças amplas, em ter secretariado técnico e não político. Quero técnicos competentes, mas com a política de esquerda na cabeça.

O senhor apareceu entre 4% e 5% em pesquisas recentes. É a confusão de seu nome com o do ex-ministro José Serra? A que atribui o desempenho?

A maioria da população nem sabe quem é José Serra, mas sabe o que é o PCB. Sou alguém que tem experiência política, já concorreu, já exerceu cargos de gestão na universidade. E o PCB existe como uma alternativa à esquerda, já que outros estão no caminho mais ao centro.

Refere-se ao Marcelo Freixo?

É um movimento que tenta compor uma frente mais ampla para derrotar a direita com componentes fascistas, tanto com Bolsonaro quanto com Castro. Mas a gente considera insuficiente. É necessário apresentar uma proposta claramente de esquerda, claramente anticapitalista.

Um projeto anticapitalista não é utopia para um candidato a governador?

Os problemas econômicos do Rio estão associados aos problemas nacionais. Temos um regime de recuperação fiscal, uma dívida com a União, que a nosso ver deveria ser extinta. Não é justo que a relação da União com os estados seja como de um banco privado com o seu tomador de empréstimo. A proposta é uma mobilização da sociedade do Rio para fazer pressão e zerar essa dívida. Uma consulta à população, que vai apoiar, porque a dívida é impagável.

O PCB faz cem anos. Ainda é viável defender o socialismo como o regime a ser aplicado?

Nós consideramos as eleições um espaço importante de luta. E é um espaço que faz parte de um processo maior de luta pelo socialismo. Nós entendemos que nós vamos chegar no socialismo com muita mobilização social, muito debate de ideias e também nas eleições. É parte de um processo maior.

Link da entrevista: https://oglobo.globo.com/politica/minha-candidatura-necessaria-porque-outras-forcas-de-esquerda-viraram-liberais-diz-eduardo-serra-em-entrevista-1-25514143

SABATINA UOL/FOLHA:

“Nos apresentamos como anticapitalistas e não estamos propondo utopia”.

Eduardo Serra (PCB), pré-candidato ao governo do Rio de Janeiro, defendeu os ideais socialistas como norte para o estado a partir de 2023, afirmando que o programa que a sigla dele apresenta para o RJ é “realizável”. “Nos apresentamos como uma alternativa de esquerda socialista. Deixamos claro essa nossa posição. E, com isso, nos diferenciamos de outras forças que estão à esquerda, mas se colocam no campo da social-democracia. Não estamos propondo uma utopia de curto prazo, mas coisas realizáveis”, disse Serra durante sabatina UOL/Folha de S.Paulo.

Citando exemplos de pautas do PCB para o Rio e para o Brasil, Serra falou em expandir a saúde pública gratuita “e de alta qualidade”, um caminho para o emprego que passa pela “reindustrialização” da economia nacional, “com a reversão do agronegócio e uma reforma agrária que gere mais emprego no campo”, e mais apoio do governo federal para estados e municípios sobre a educação básica. “Propomos um conjunto de medidas emergenciais para combater o desemprego agudo que estamos passando.”

“As eleições são um momento importante para a gente colocar essas ideias. E nós nos apresentamos como programa de caráter anticapitalista, com medidas concretas para dialogar com o conjunto da população”, acrescentou. Ele afirmou também defender uma participação popular de massa, com a eleição de conselhos, negando a possibilidade de chegar a um autoritarismo do regime socialista. “Fazemos uma leitura crítica de outras experiências socialistas no mundo.”

Os entrevistadores de Serra foram Kennedy Alencar e Chico Alves, colunistas do UOL, e Italo Nogueira, repórter da Folha.

Assista na íntegra em https://www.uol.com.br/eleicoes/2022/05/19/eduardo-serra-pcb-governo-do-rj-eleicoes-2022-sabatin-uol-folha-i.htm?fbclid=IwAR3SW9xKZbvTwL5M3PDsRHyDQxmVcWodsTdDy8Hfq2tWJKzbbCbP5xzkIE4

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