Onde está Carmen “Lichita” Villalba?

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Jornal Adelante! – Partido Comunista Paraguaio

No dia 30 de junho, organizações sociais, políticas e de direitos humanos se mobilizaram em frente à sede da Organização das Nações Unidas na Argentina para denunciar a persistência da situação de desaparecimento forçado de Carmen Elizabeth “Lichita” Oviedo Villalba há exatamente 19 anos, em território paraguaio. Também foi realizado o 15º Encontro do Ciclo Internacional de Debates da Campanha Internacional, com a participação de palestrantes do Paraguai, Argentina e Suécia.

Durante a mobilização, integrantes da Campanha Internacional Onde está Lichita? entregaram uma nota assinada por mais de 120 organizações e personalidades de todo o mundo na qual solicitam ao organismo uma audiência “com o objetivo de fornecer as informações mais amplas e detalhadas sobre nossas ações e planos de busca”.

Recordam que este conjunto de organizações já enviou quatro Missões Humanitárias ao Paraguai e que, “apesar de os membros dessas missões terem cumprido todos e cada um dos requisitos legais perante as respectivas autoridades paraguaias (Vice-Ministério do Interior, notas informatizadas do Ministério do Interior, Comando da Polícia Nacional, Procuradoria-Geral da República, Mecanismo Nacional contra a Tortura MND) e tendo informado previamente aerca do propósito de busca no território onde Lichita foi vista pela última vez a 28 de julho de 2021, a nossa delegação humanitária foi detida pela FTC (Força Tarefa Conjunta) e, sob coação injustificada, obrigada a entrar num avião sob ordem de expulsão do país sem qualquer argumento jurídico”.

A mobilização diante da sede do organismo multilateral ocorreu logo após, no último dia 22 de junho, o Comitê contra Desaparecimentos Forçados da Organização das Nações Unidas ter enviado ao Estado paraguaio uma série de questionamentos e recomendações em relação à Ação Urgente nº 1006, que tramita desde 2021 nesta instância, por conta do desaparecimento forçado de Carmen Elizabeth “Lichita” Oviedo Villalba.

Na carta, o organismo pediu uma investigação imparcial, enfatizou as suspeitas de desaparecimento forçado e pediu transparência e participação de organizações de direitos humanos nas tarefas de busca, bem como garantias para a participação de suas famílias. O Comitê contra Desaparecimentos Forçados enfatizou a necessidade de “garantir que os processos de busca e investigação levem em conta todas as hipóteses, incluindo a possibilidade de que Carmen Elizabeth possa estar sob custódia das forças de segurança do Estado”.

Nesse sentido, as organizações mobilizadas denunciaram no escrito que “o Estado paraguaio, sendo signatário de Convenções que fazem a proteção da criança e do adolescente, tem observado um comportamento de evidente violação dos referidos instrumentos internacionais, dificultando sistematicamente os esforços que através desta Campanha Internacional temos promovido junto com Carmen Villalba — mãe de Lichita — para encontrar com vida a nossa menina”.

A nota entregue em 30 de junho de 2022 para a ONU, contendo a lista total de assinantes, pode ser lida no seguinte link:
https://dondeestalichita.medium.com/nota-a-nnuu-30-06-22-8a02adceee8b

15° Encontro virtual
Ao completar o 19º mês do desaparecimento forçado de Carmen Elizabeth Oviedo Villalba, “Lichita”, em território paraguaio, as organizações integrantes da Campanha Internacional realizaram o 15º Encontro Virtual do Ciclo Internacional de Debates: Onde está Lichita?

O encontro contou com a participação de Carol Ferreira, migrante paraguaia na Argentina, membro do MTD “Aníbal Verón” e ex-integrante da Coordenação Nacional de Crianças e Adolescentes Trabalhadores (CONNATs). Rubén Cuenca, migrante salvadorenho na Suécia, médico, psicólogo e ativista da Rede de Solidariedade para a América Latina (RESOCAL) dividiu a mesa. Da mesma forma, participaram do encontro o jornalista e escritor paraguaio Julio Benegas, ex-dirigente sindical do sindicato dos jornalistas e autor de vários romances, investigações e ensaios, e Marisabel Grau, professora, filiada ao Venceremos – Partido de Trabalhadorxs e ao sindicato dos professores Ademys, da Argentina. A reunião foi encerrada por Norberto Olivares, membro da Cátedra Popular “Luciano Arruga” e militante do Mov. Amplio de Izquierda Argentina, que, na condição de advogado de direitos humanos, faz parte da equipe jurídica que realiza as denúncias sobre o desaparecimento forçado de Lichita perante a ONU.

Tradução: Partido Comunista Brasileiro (PCB)
Fonte: https://adelantenoticias.com/2022/06/30/diecinueve-meses-sin-lichita-movilizacion-y-15-encuentro-virtual/

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