PCV: não há dinheiro para os trabalhadores; só para a burguesia
Redação do Jornal Tribuna Popular
Partido Comunista da Venezuela
“Saudamos a continuidade das jornadas de protesto das e dos trabalhadores do setor público, enfrentando a política salarial do Governo, que tem um absoluto caráter neoliberal”, declarou o Secretário para o Movimento Operário e Sindical do Partido Comunista da Venezuela (PCV), Pedro Eusse, durante a coletiva de imprensa do Birô Político, no último dia 08 de agosto.
Eusse reiterou que o Governo de Nicolás Maduro “optou pela aplicação de um ajuste neoliberal sacrificando as conquistas dos trabalhadores para favorecer os setores do capital”.
Neste mesmo dia 08 de agosto, as associações de trabalhadores dos setores da educação e saúde empreenderam novamente ações de agitação para denunciar a fraudulenta instrução salarial da Agência Nacional de Orçamento (Onapre) e o roubo dos abonos de férias e recreação dos docentes e aposentados do setor educativo.
O dirigente comunista acusou as cúpulas das federações sindicais filiadas à Central Bolivariana Socialista de Trabalhadores (CBST) de atuar como apêndices do Governo e assinar “atas de convenções que validem e possibilitem, com aparente formalidade jurídica, a destruição de conquistas contratuais históricas”. “Esses organismos subordinados ao patrão e a uma administração que aplica uma política neoliberal descarada são inimigos da classe trabalhadora venezuelana e devem ser derrotados”.
Eusse, que também é secretário-geral da Central Unitária de Trabalhadores da Venezuela (CUTV), descartou que a marcha convocada esta semana pelo Partido Socialista Unido da Venezuela e endossada pelo CBST seja para defender a Lei Trabalhista. “São eles que estão violando a Lei abertamente, portanto, cabe a nós rechazar com mobilizações massivas essa conduta patronal e antioperária das cúpulas sindicalistas”, acrescentou.
Na quinta-feira, dia 11 de agosto, as organizações sindicais fizeram uma passeata nos marcos do Dia Nacional de Mobilização e Luta pela Saúde e Segurança no Trabalho, atividade aprovada no recente Encontro Nacional dos Trabalhadores em Luta, realizado no final de julho. “O Governo diz que não há dinheiro para pagar o abono de férias dos professores; que não há dinheiro para pagar o bônus recreativo para aposentados; que não há dinheiro para professores; que não há dinheiro para cumprir suas obrigações para com os trabalhadores em geral; entretanto, está repassando recursos substanciais a setores da burguesia através da concessão de bilhões de dólares ao mercado financeiro”, disse Eusse.
O membro do Birô Político do PCV explicou que, desde janeiro até o passado 21 de julho haviam sido concedidos 2.115 milhões de dólares à especulação monetária. “Não há dinheiro para os trabalhadores, mas há para a burguesia parasitária. Não há dinheiro para pensionistas e aposentados, mas há dinheiro para a corrupção”, disse.
Trabalhadores criminalizados
O PCV expressou sua solidariedade com Rodney Álvarez, o mineiro que foi preso injustamente por 11 anos. Eusse qualificou seu caso como prova de dupla criminalização, pois além de ter sido preso inocente, o Estado agora se recusa a reintegrá-lo em seu emprego na Ferrominera. “Queremos também denunciar o caso da trabalhadora Johana González, que apesar de contar com uma ordem judicial de liberdade, permanece detida ilegalmente por mais de 100 dias”, acrescentou.
Eusse também citou o caso do trabalhador da Venalum, Douglas González, recentemente detido logo após denunciar irregularidades. “Agora é rotina na Venezuela criminalizar trabalhadores que denunciam corrupção enquanto criminosos como o usurpador Guaidó estão livres”, destacou.
85 anos da Primeira Conferência Nacional
No dia 8 de agosto, o PCV celebrou o 85º aniversário da Primeira Conferência Nacional, “um momento histórico nas lutas da classe trabalhadora venezuelana e do movimento popular”, disse Eusse. O dirigente sindical relatou que “naquela época o PCV se posicionou abertamente como a organização dos comunistas venezuelanos diante das posições liquidacionistas que existiam nas correntes de esquerda que enfrentaram a ditadura gomecista, mas levantaram bandeiras social-democratas”.
“Hoje nossa luta é contra a ingerência e as agressões do imperialismo, mas também contra os farsantes, os falsos revolucionários; contra as fraudes cometidas por setores dominantes do poder político que, praticando políticas a favor do capital e destruindo os direitos dos trabalhadores, mostram uma falsa posição de revolucionários”, afirmou.
Solidariedade com Cuba
O PCV reafirmou sua solidariedade com o povo cubano, seu Governo e o Partido Comunista de Cuba, frente ao dramático momento que está vivendo Matanças, com os incêndios dos depósitos de combustível.
«Estamos seguros de que esse povo valente e lutador se levantará como sempre tem feito e superará esta situação. Enviamos nosso abraço e condolências», finalizou.
Tradução: Partido Comunista Brasileiro (PCB)
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