PCV denuncia ataques à classe trabalhadora

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“O Governo dá boas notícias aos capitalistas enquanto segue golpeando o povo trabalhador”

Assim se referiu Pedro Eusse, membro do Birô Político do Comitê Central do Partido Comunista da Venezuela (PCV), a partir das recentes informações em matéria financeira que foram divulgadas pelo Executivo venezuelano, enquanto avança com “uma terrível desvalorização da moeda nacional”.

Há alguns dias, a vice-presidenta Delcy Rodríguez informou ao país que, “apesar do criminoso bloqueio”, o setor financeiro havia incrementado seus depósitos em 210%. Rodríguez também assegurou em sua conta no Twitter que o Governo adotará “ações em defesa do mercado cambiário e da taxa oficial, perturbados pelo criminoso dólar especulativo”, mas não deu detalhes de como realizá- lo.

Esta desvalorização do Bolívar “é resultado da crise geral capitalista e de políticas liberais burguesas que estão criando condições para que os capitalistas possam ter máximos lucros ao menor custo possível, destruindo direitos trabalhistas e sobretudo o salário”, disse Eusse durante a roda de imprensa.

O dirigente comunista informou que “está em curso um acordo tripartite de elite, patrocinado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), no qual as câmaras empresariais, cúpulas sindicais patronais e este Governo neoliberal estão propondo um acordo para legalizar a retirada de benefícios sociais de forma retroativa”.

“Isso é promovido pelo ex-presidente da Fedecâmaras, Jorge Roig, com sua suposta Lei de Emergência Trabalhista, com a qual esperam que uma parte importante das remunerações não seja levada em consideração para o cálculo de benefícios sociais e outros conceitos estabelecidos na legislação”, acrescentou.

Eusse lembrou que isto vem acompanhado da imposição de normas patronais “em que os trabalhadores são submetidos a condições de superexploração com jornadas fora da lei que podem alcançar entre 12 e 14 horas diárias, jornadas em que não há respeito pelas condições de saúde e segurança no trabalho, não há convenções coletivas nem liberdade sindical”. “Está sendo imposto um modelo de relações trabalhistas sem direitos na Venezuela. Isto é imposto pelas cúpulas patronais do capital privado e pelo Governo, com sua política anti-operária e antipopular”, apontou.

II Pleno do Comitê Central do PCV

O PCV realizou com sucesso o II Pleno do Comitê Central eleito há pouco mais de um mês pelo XVI Congresso Nacional. Eusse informou que foram designadas as secretarias e comissões nacionais de trabalho do Partido “para tornar eficiente o exercício de direção coletiva” e “em função de fazer avançar a defesa dos interesses da classe trabalhadora venezuelana e do enfrentamento, em melhores condições, às políticas do grande capital que estão destruindo os direitos dos trabalhadores de nosso país”.

“Temos feito uma avaliação de como está avançando e se aprofundando a crise do capitalismo e como na Venezuela o Governo avança com uma política a serviço dos interesses do grande capital”, disse.

“Esta sessão plenária do Comitê Central reafirmou o compromisso de nosso partido em promover um processo da mais ampla unidade de ação da classe trabalhadora venezuelana e neste sentido nos solidarizamos com as lutas que estão ocorrendo contra as demissões, contra as suspensões ilegais, a destruição de salários, pela recuperação dos acordos coletivos de trabalho, contra a instrução da Onapre e pelo direito à greve”, acrescentou.

Sobre este último tema, o Birô Político do PCV alertou para convocatórias anônimas de uma alegada greve nacional para este dia 15 de dezembro. “Queremos alertar para as chamadas anônimas de ações não decididas pelo movimento sindical”, disse Eusse após advertir que poderia ser “uma armadilha, uma provocação contra os processos de unidade e luta que várias organizações vêm desenvolvendo”.

Trabalhadora Johana González permanece ilegalmente presa

O PCV se uniu à convocatória do Comitê de Familiares e Amigos dos Trabalhadores Presos para um ato público no dia 14 de dezembro em frente ao Ministério de Assuntos Penitenciários.

“A trabalhadora Johana González continua sequestrada no Inof, apesar de contar com uma multa de soltura há quase oito meses”, explicou Eusse.

“Também exigimos do Ministério a realização de exames psicossociais que permitam a alguns processados e mesmo condenados gozar de medidas menos gravosas, como é o caso de Aryenis Torrealba e Alfredo Chirinos, injustamente condenados à prisão domiciliar”, explicou.

Pequenos mineiros protestam em Bolívar

O PCV tem recebido denúncias do estado de Bolívar afirmando que o Governo Nacional impôs pontos de recebimento e processamento de material proveniente da mineração artesanal e está obrigando os pequenos mineiros a entregar até 60% do que produzem.

“Tudo isso acontece em meio a uma situação de controle por máfias de todos os tipos, criminosos e agentes governamentais. Os mineiros acabam sendo vítimas da tirania dessas máfias e também do governo com esses pontos de espoliação dos pequenos garimpeiros”, disse Eusse.

Solidariedade com o povo peruano

“Expressamos nossa solidariedade com o povo peruano que foi vítima de uma ação antidemocrática decidida pelas classes oligárquicas”, declarou o PCV diante do golpe de Estado registrado contra o presidente Pedro Castilo.

Não obstante, o Partido do Gallo Rojo esclareceu que “isto tem a ver com o fato de que o governo presidido por Pedro Castillo não foi consequente com seu programa que supostamente estava a serviço dos interesses do povo”.

“Estamos vendo no Peru o mesmo que em outros países da região onde as inconsequências do reformismo progressista levam a que os setores mais reacionários passem à ofensiva e promovam golpes contra os interesses do povo”, assinalou Eusse.

Saudação aos novos dirigentes do Partido Comunista Colombiano

“Enviamos nosso abraço ao Partido Comunista Colombiano, que acaba de realizar seu 23° Congresso Nacional de maneira exitosa”, disse Eusse.

“Nos satisfaz o fato de que tenha sido eleito Presidente o camarada Jaime Caycedo e tenha sido designada a camarada Claudia Florez como nova Secretária Geral do Comitê Central do PCC”, finalizou.

Tradução – Partido Comunista Brasileiro e equipe do jornal O Poder Popular

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