Visibilidade trans todos os dias!

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Via PCB de Pelotas

É transfobia defender direitos de mulheres cis e crianças?

Se você ataca a humanidade e dignidade das pessoas trans ao fazer isso, sim.
Se você não considera mulheres trans mulheres, sim.
Se você não respeita as especificidades na luta por direitos, sim.

Uma intervenção de lambes no Centro de Artes da UFPel (Universidade Federal de Pelotas) faz esse questionamento aparentemente “inofensivo”, justo no mês que marca a Visibilidade Trans no Brasil e no campus onde aconteceram falas transfóbicas em sala de aula, no último semestre.

Outra afirmação que aparece nos lambes é “O capitalismo só funciona porque antes existem homens dominando mulheres”

É um fato que antes do capitalismo existiam homens dominando mulheres, mas isso não é suficiente para explicar o funcionamento do sistema e como ele opera nos dias atuais. O capitalismo só funciona porque ele se funde de maneira indissociável com o racismo e o patriarcado, portanto não há lógica de combatê-los de forma isolada. E a transfobia também é produto dessa fusão.

É sabida e reiteradamente denunciada a situação de marginalização da população Trans e Travesti em nosso país, que configura pelo 14º ano o país que mais mata pessoas trans no mundo. Além disso, segundo um estudo feito pela plataforma #VoteLGBT de 2021, a taxa de desemprego entre pessoas trans é de 20,47%, muito maior do que a taxa geral de 13,2% no mesmo ano. A ANTRA estima que 90% da população trans feminina está ou já esteve na prostituição, enquanto 6% ocupa postos de trabalho informais e subempregos. Isso é reflexo, dentre outros fatores, da falta de acesso à educação, da constante desumanização e preconceito que pessoas trans enfrentam.

O feminismo radical e sua ideologia conservadora atacam, agridem e ferem todas as pessoas trans. Nós, enquanto comunistas, lutamos pela emancipação do conjunto da Classe Trabalhadora em direção à superação do capitalismo e na construção de uma sociedade sem exploração, dominação e violência de gênero. E para isso, é preciso combater a lógica da opressão e das violências no sistema atual, e não endossá-las.

Por essa razão, nós do PCB, do Coletivo Feminista Classista Ana Montenegro, da União da Juventude Comunista e da Unidade Classista repudiamos todas e quaisquer atitudes, falas e/ou ações transfóbicas dentro e fora da universidade.

Ser radical é lutar pela transformação da sociedade pela raiz, em uma prática política que acolha a classe trabalhadora em toda sua diversidade e especificidade, na direção comum do Poder Popular!

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