NÃO às demissões em massa dos trabalhadores de TI!
Unidade Classista – Trabalhadores de TI – SP
O comitê dos trabalhadores de tecnologia da informação da região metropolitana de São Paulo da Unidade Classista (UCTI-SP), corrente sindical do Partido Comunista Brasileiro, presta toda a solidariedade aos trabalhadores afetados pelas demissões em massa que vêm ocorrendo nos últimos meses.
O início de 2023 vem sendo marcado por uma onda de demissões em massa nas empresas brasileiras de diversos setores, que tem deixado centenas de milhares de trabalhadores desempregados. Somente no setor de tecnologia, ao longo dos últimos 12 meses, mais de 200 mil pessoas perderam seus empregos. Esse processo é apresentado pelas empresas, e corroborado pela grande mídia, como resultado inevitável de uma crise econômica, e necessário para evitar a falência, e, por consequência, perda ainda maior de empregos pela classe trabalhadora.
Esses discursos têm como objetivo naturalizar o processo de precarização do trabalho e rebaixamento dos salários dos trabalhadores, e não tem base material, dado que, nos últimos anos, os lucros da burguesia vem batendo recordes, evidenciado pelo aumento obsceno no número de bilionários brasileiros.
As demissões em massa exercem a função, para a burguesia, de aumentar o exército industrial de reserva, e rebaixar os salários dos trabalhadores, que, dado o crescente índice de desemprego e informalidade, são coagidos a aceitar condições de trabalho piores e salários mais baixos.
O trabalho previamente realizado pelos funcionários demitidos dificilmente deixa de ser realizado nas empresas, mas é redistribuído entre os funcionários que permanecem, e que ficam sem opções a não ser o acúmulo de funções, já que a ameaça da demissão é constante.
Esse efeito vem se intensificando nos últimos anos, após o golpe de 2016 e a contrarreforma trabalhista, que reduziu os direitos dos trabalhadores, e fez crescer a taxa de informalidade no trabalho, colocando muitos trabalhadores na condição de microempreendedores, sem direito a seguro desemprego, e sem nenhuma proteção contra violências e abusos sofridos no local de trabalho. Mesmo os trabalhadores celetistas não contam com muita proteção, já que as direções dos sindicatos são pelegas e entregues aos interesses patronais.
A Direção do SINDPD-SP, sindicato dos trabalhadores de TI, divulgou recentemente seu posicionamento sobre as demissões em massa. Na nota, publicada no instagram do sindicato, a direção do sindicato, na figura de seu presidente, Antonio Neto, justifica a falta de apoio prestada aos trabalhadores demitidos com o fato de muitas empresas de tecnologia não se enquadrarem na base do SINDPD, pede aos funcionários que denunciem demissões ocorridas em seus locais de trabalho, e assegura os trabalhadores que a CSB, dirigida pelo mesmo Antonio Neto, está lutando pelos direitos dos trabalhadores.
O que falta a diretoria do sindicato mencionar é que desde a contrarreforma da legislação trabalhista, o SINDPD não encabeçou nenhuma greve na categoria e não fez nenhuma ação significativa para estender sua base aos trabalhadores de empresas que fraudam sua área de atuação, e muito menos aos trabalhadores pejotizados.
A posição passiva da diretoria do sindicato ignora o fato que, durante os últimos anos, com todos os ataques sofridos pelos trabalhadores, sua única preocupação foi a pauta salarial, deixando sua base ser progressivamente reduzida e sua organização se diluir.
O cenário atual de demissões em massa, e a completa falta de capacidade da diretoria do SINDPD de proteger os trabalhadores nos mostra que não podemos esperar os avanços da burguesia para tentarmos nos proteger dos retrocessos, devemos sempre lutar por avanços na organização e nos direitos dos trabalhadores.
Por isso a UCTI-SP reforça a necessidade urgente de organização da categoria, e a disputa de todas as ferramentas de representação de nossa classe, inclusive os sindicatos, para que possamos nos proteger dos ataques da burguesia, avançar na conquista de direitos, e construir o poder popular rumo ao socialismo.
Não à precarização do trabalho!
Pelo Poder Popular e pelo Socialismo!