Trabalhadores da Saúde em greve na Coreia do Sul

Mobilização de trabalhadores sul-coreanos filiados no KHMU
Créditos / Peoples Dispatch

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Preocupados com a falta de pessoal e exigindo melhores condições de trabalho, enfermeiros, cuidadores e outros funcionários sul-coreanos de 145 unidades de saúde fazem greve pelo menos por dois dias.

De acordo com a imprensa asiática, a paralisação deve envolver entre 45 mil e 65 mil dos 85 mil trabalhadores filiados ao Sindicato Coreano dos Trabalhadores Médicos e da Saúde (KHMU, na sigla em inglês).

Recentemente, o sindicato tinha anunciado que a greve, iniciada em 13 de julho, iria avante se o governo não respondesse de forma afirmativa às exigências dos trabalhadores e continuasse a ignorar as suas preocupações.

O KHMU acusa o governo do presidente Yoon Seok-yeol de não ter cumprido as promessas de reduzir o número de pacientes por enfermeiro, de expandir os serviços e as infraestruturas de saúde e de melhorar as condições laborais dos trabalhadores do setor.

Numa nota de imprensa recente, a organização sindical sublinhou que a paralisação visa defender as vidas e a saúde dos trabalhadores, bem como trazer à tona os problemas que afetam o sistema de saúde, com particular ênfase na falta de pessoal.

Segundo informa o portal de The Straits Times, a greve iniciada em 13/07 no setor da Saúde sul-coreano, convocada pelo KHMU, é a primeira em 19 anos, depois de, em 2004, trabalhadores filiados no sindicato terem protestado em defesa da semana laboral de cinco dias.

A paralisação, que tem efeito por dois dias, mas pode se prolongar por tempo indeterminado caso «o governo não altere a sua atitude irresponsável», goza de amplo apoio no setor, tendo em conta que, na votação realizada pela organização sindical, participaram 83% dos trabalhadores filiados e 92% votaram a favor da greve.

Os trabalhadores do setor da Saúde juntam as suas forças à Confederação Sul-coreana de Sindicatos (KCTU, na sigla em inglês), central sindical que tem promovido uma greve, em nível nacional, desde 3 de julho, que termina neste sábado.

Durante a greve, a KTCU pediu a demissão do presidente Yoon Seok-yeol, afirmando que as políticas do seu governo conservador «normalizaram as más condições de trabalho e de vida da maioria da população».

«O presidente está usando a autoridade que lhe foi outorgada pelo povo para oprimir os trabalhadores e destruir os salários, a democracia e a paz», afirmou um dirigente da KCTU, citado pelo Peoples Dispatch.