Violência e Barbárie na Bahia
Novas cenas de uma tragédia para nosso povo
Nota política do PCB – Bahia
O histórico crescente de violência na Bahia vem sendo alvo de numerosas denúncias por parte dos comunistas e dos diversos lutadores sociais. Neste último período nos deparamos com diversas “megaoperações” da PM baiana que são nada menos que ações de execução extrajudicial contra a população das periferias baianas em sua maioria negra.
Por outro lado, cresce também a violência no interior das comunidades oriunda da própria dinâmica fratricida das facções e crime organizado. A dinâmica violenta reproduz uma lógica virulenta de disputa de mercados, aos moldes de um capitalismo cada vez mais bárbaro, que pressiona a juventude negra a entrar no comércio ilegal de drogas, como uma resposta economicamente lógica perante as condições precarizadas sob as quais sobrevivem as populações racializadas no capitalismo.
A última quinta feira (18) foi marcada por um episódio trágico de violência na cidade de Simões Filho (RMS), onde a líder quilombola Mãe Bernadete, referência no Quilombo Pitanga dos Palmares, foi brutalmente assassinada sem qualquer direito de defesa e por métodos dos mais desumanos e sórdidos. A líder quilombola já era vítima de perseguições sistemáticas e denunciava a morte de seu filho Flávio Pacífico, conhecido como Binho do Quilombo em 2017, também referência quilombola, outro crime ultraviolento, que contou com a impunidade da justiça burguesa e a convivência da Polícia.
As perseguições a populações quilombolas são recorrentes na RMS, em diversas localidades em Lauro de Freitas, como o Quingoma, no Quilombo do Urubu e Rio dos Macacos em Salvador, bem como em Pitanga dos Palmares Simões Filho. Tanto o crime organizado quanto a pressão de empreiteiras e especulação imobiliária e do agronegócio mobilizam métodos abjetos para intimidar, confrontar e, não raro, assassinar membros dessas localidades. Ao passo em que evidencia uma cruzada contra as religiões de matriz africana, que se apresenta não apenas por meio da violência contra quilombos, mas nos frequentes eventos de ataques a terreiros em nosso Estado.
Nos colocamos firmemente contrários à violência que se abate contra a classe trabalhadora, tanto nas operações policiais, que nos últimos dias vitimaram diversos jovens e aterrorizaram bairros da capital como Cosme de Farias, Engenho Velho da Federação, Alto das Pombas e Calabar, bem como nas estratégias de violência e opressão das populações quilombolas, indígenas e de lutadores do campo, que cotidianamente são vitimados em nosso estado. O PCB Bahia se solidariza com as famílias das vítimas e se coloca ativamente no seio da classe trabalhadora baiana, em defesa de condições dignas de vida, na busca da superação da exploração e da violência opressiva contra nosso povo.
Partido Comunista Brasileiro – PCB – Bahia