Sobre a crise do PCB no Rio Grande do Sul
Comitê Regional Provisório do PCB-RS
Nos últimos meses, o PCB tem passado por uma crise bastante profunda que se estende até o presente momento. No Rio Grande do Sul, esse processo vem ocorrendo de maneira um tanto diferente do restante do Brasil. No Estado, até então, não havia sido adotada a prática de desligamentos da militância, ainda que já estabelecida pela direção nacional e realizada por meio das direções regionais do partido em diversas outras localidades.
Tentou-se mediar a situação no sentido de buscar a unidade e evitar que a organização se fragilizasse ainda mais durante o processo. Nesse período, a mediação foi a tônica, assim como a crítica a todos os lados da situação. Ou seja, entendeu-se que há críticas justas que devem ser feitas ao Comitê Central, assim como críticas ao processo de fracionismo protagonizado por parte da militância que constrói o denominado RR (Reconstrução Revolucionária).
O PCB é um partido de orientação marxista-leninista e tem como método de direção coletiva o centralismo democrático, de modo que, conforme consta em nossas resoluções, é proibida a formação de tendências para disputa interna da organização. O debate e o pluralismo de ideias absolutamente necessário para guiar nossas ações dentro e fora do partido não autoriza a existência de tendências organizadas em seu interior, fato que prejudicaria a unidade de ação, além de favorecer oportunismos de toda ordem. Todavia, tal método organizativo não é garantia de que desvios e aventuras pequeno-burguesas se manterão distantes das nossas fileiras, pois não é a primeira vez na história – e provavelmente não será a última – em que enfrentamos esse tipo de problema.
Para quem não acompanha o processo recente de fracionismo no PCB, Ivan Pinheiro é um dos principais articuladores desta fração chamada RR. Assim, quando ocorreu o evento com a participação de Ivan Pinheiro em Porto Alegre, entendeu-se que houve uma quebra de unidade, visto que a organização da atividade foi articulada por parte da direção estadual do PCB que vinha, do ponto de vista discursivo (e agora sabemos que tais palavras eram vazias), construindo esse processo de unidade. Tais camaradas não apenas se fizeram presentes no evento, como também organizaram e dirigiram o espaço, evidenciando que já estavam atuando por fora das nossas instâncias e empenhados na construção de outra organização paralela com objetivo de disputar o partido, enquanto cínica e silenciosamente defendiam uma saída para a crise em nome da unidade partidária.
Dessa forma, não foi mais possível continuar mobilizando esforços para mediar a crise no Estado em face à situação de quebra de confiança por parte destes dirigentes que deveriam dar o exemplo de honestidade e firmeza no debate político tão necessário para a superação coletiva do trágico momento em que vivemos enquanto partido. Ironicamente, são os mesmos que hoje bradam aos quatro ventos pelo “debate franco”, “olho no olho”, mas que não tiveram a dignidade de colocar suas posições na mesa e optaram por agir à revelia da linha político-organizativa do PCB, rifando não só o empenho da direção regional pela manutenção da unidade, como o trabalho das células e coletivos cada vez mais comprometidos com a materialização do racha em nossas fileiras.
Entendemos que este evento foi uma provocação à direção que não estava aplicando a política de desligamentos de forma imediata, buscando o permanente diálogo com a base. Uma provocação que impôs a necessidade de formalizar expulsões por adesão ao fracionismo por parte de alguns camaradas. No PCB não é permitida a participação em outra organização ou a articulação de frações internas, como já ressaltamos, está explícito em nossas resoluções e é de conhecimento de todo e qualquer militante. Dessa forma, tais camaradas não poderiam permanecer no partido.
Foram desligados/as: Guilherme Couto, Leonardo Silvestrin, Mariana Padilha, Juliana Guerra, Nicolas Sanchez, toda a direção estadual da UJC, células de Rio Grande, Santa Maria e quaisquer outres militantes que aderirem ao RR. Esta militância não responde mais pelo PCB, embora até o momento permaneçam carregando nossos símbolos e administrando nossas redes sociais, alimentando-as com conteúdos mentirosos e realizando a defesa da linha política da fração RR, com objetivo claro de minar o partido até que ele se torne sua imagem e semelhança. Apesar dessa tentativa espúria de enfraquecer o partido, o PCB segue vivo e comprometido com a classe trabalhadora no RS. E qualquer militante que vier a fazer uma autocrítica pública do processo de adesão ao fracionismo em curso tem o direito de retornar à sua militância no PCB.
Estamos hoje atuando com uma direção provisória que está trabalhando por uma Conferência Organizativa que possa rearticular as bases e eleger nova direção. Seguimos no PCB e com centralidade política na construção do Poder Popular no trabalho de base nos bairros, nos espaços de estudo e trabalho, sem ilusões com qualquer academicismo pequeno burguês ou qualquer tendência ao obreirismo.
Dessa forma, queremos avançar para a superação desta crise e aprofundar a reconstrução revolucionária do PCB dentro do nosso método organizativo, o centralismo-democrático, respeitando nossas resoluções congressuais, que são fruto de amplo debate coletivo e do esforço da militância para realizar o último congresso. Assim, entendemos que a paciência histórica, o Marxismo-Leninismo, o Materialismo Histórico Dialético são as ferramentas necessárias para o momento. Dessa forma, a História nos mostrará de qual lado está a verdade.
Informamos que a nova página oficial do PCB RS é a seguinte
https://instagram.com/pcb_rs?utm_source=qr&igshid=MzNlNGNkZWQ4Mg%3D%3D
Venceremos!
FOMOS, SOMOS E SEREMOS COMUNISTAS!
Partido Comunista Brasileiro, fundado em 25 de março de 1922.