G7: brincando de paz num ritual de morte
Por José Goulão – ABRIL ABRIL
A recente Cúpula do G7, complementada com a chamada «conferência de paz» sobre a Ucrânia, realizada na Suíça, confirmaram a decadência do império estadunidense, o fracasso do chamado Ocidente coletivo perante a maioria global e avançaram para a preparação do velório da União Europeia, por enquanto apenas um cadáver adiado.
Na Itália, onde a primeira-ministra, a neo-mussoliniana Giorgia Meloni, teve de correr atrás do zumbi Biden e dar-lhe a mão quando o presidente dos EUA, em modo de sonâmbulo, se dirigia para parte nenhuma, o Grupo dos Sete «mais ricos do mundo» (G7) entreteve-se a encontrar a melhor maneira de «emprestar» mais umas dezenas de milhões de dólares ao regime ditatorial da Ucrânia para prosseguir a guerra e o processo de suicídio.
Decidiu ir buscar o dinheiro, supostamente a juros, dos 300 bilhões de dólares roubados em ativos da Federação Russa congelados na Europa, dando mais um exemplo da estratégia cleptomaníaca que tem servido de base ao colonialismo ocidental e «civilizatório» dos últimos 500 anos. A União Europeia, em estado agônico e com o seu eixo franco-alemão a dar sinais de quebra a qualquer momento, aceitou mais essa incumbência dos Estados Unidos, em cima das muitas com que Washington vai se desfazendo dos encargos mais pesados da guerra na Ucrânia à medida que se aproximam as eleições presidenciais. Que não se confunda este alijamento de carga sobre os satélites europeus com uma desistência da guerra que opõe, na realidade, o regime dos Estados Unidos da América à Federação Russa.
Washington dirige o processo através do seu instrumento OTAN, obrigando os Estados-membros a assumir o ônus militar e econômico da guerra, garantindo também que o conflito permaneça em solo europeu, e abre mão das vantagens que dele pode extrair: um negócio armamentista como houve poucos ou mesmo nenhum outro; desenvolver um desgaste continuado da Rússia, enquanto intensifica as ameaças à China, tentando perturbar a consolidação de uma arquitetura institucional da maioria global no sentido de instaurar uma nova ordem internacional; prolongar o mais possível o estado de guerra para que toda a Europa, exangue, se submeta ao seu diktat sem quaisquer restrições – tentando assim encontrar um novo fôlego para um império a abrir rombos por todos os lados.
Na Ucrânia trava-se, na realidade, uma chamada proxy war, uma guerra por procuração dos Estados Unidos contra a Rússia através do regime nazi-banderista imposto desde 2014 em Kiev. Sabemos que no campo de batalha não é bem assim, porque toda a OTAN está envolvida através do financiamento, da doação ininterrupta de armamento, do recrutamento de mercenários, do apoio às tropas no terreno, da entrega de toda uma panóplia de avançados meios tecnológicos militares de última geração que as forças armadas ucranianas não estão em condições de usar e manusear isoladamente. Pelo que as principais potências militares da OTAN, com os Estados Unidos à frente, estão efetivamente em guerra contra a Rússia.
Sendo, de fato, uma guerra por procuração, não é correto atribuir o papel de procurador apenas à ditadura ucraniana; é desempenhado em conjunto com a Europa (União Europeia e membros europeus da OTAN), à qual cabe desenvolver a parte mais onerosa e desgastante do esforço militar – exceto a carne para canhão fornecida por Kiev – e acarretar com as duras consequências econômicas e sociais impostas aos seus povos.
Um singelo exemplo: a República Federal da Alemanha, outrora o «motor» da União Europeia, o único país exportador da agremiação, caiu para o 24.º lugar (entre 67 países) em termos de competitividade econômica, situando-se entre o Luxemburgo e a Tailândia e ainda atrás de nações como a Islândia e o Bahrein. Os dados estão contidos no ranking de competitividade econômica elaborado pelo Swiss Business Institute. Nessa escala, a Alemanha está em 49.º lugar nos custos de energia elétrica para os clientes industriais; e também em infraestruturas de energia. O governo alemão de Olaf Scholz, porém, não soltou um pio quando os Estados Unidos, em conluio comprovado com a Noruega – produtor e exportador de gás natural –, fizeram explodir o gasoduto Nord Stream 2, entre a Rússia e o território alemão, através do qual a Europa consumia gás natural a preços pelo menos cinco vezes mais baixos que os atuais. Mais do que masoquista perante os seus patronos estadunidenses, a Europa tem vocação suicida. Quem sofre são os povos, nunca a classe dominante, até o dia em que a paciência dos povos se esgote e se inicie o inevitável ajuste de contas com o regime federalista e sociopata pan-europeu.
Nessa altura poderá então desbravar-se o caminho para a reconquista da soberania dos Estados do continente e para uma democracia que deixe de ser adjetivada como «liberal» e da qual a recente reunião do G7 foi um esclarecedor exemplo.
Saiba como é a «democracia avançada»
O Wall Street Journal, periódico da oligarquia transnacional governante, qualificou a reunião do Grupo dos Sete como a «cúpula das democracias avançadas».
Avaliemos então o «avanço» da sua qualidade democrática, relembrando a representatividade política dos participantes na reunião realizada na Itália: Joseph Biden, em estado perceptível de insuficiência intelectual – como ficou claro no primeiro debate com o inominável Trump –, mas ainda assim candidato a um novo mandato de quatro anos, age sob o controle de neoconservadores psicopatas que ninguém elegeu; a anfitriã italiana, Giorgia Meloni, herdeira em linha reta do fascismo italiano, tem uma representatividade relativa, que as recentes eleições europeias ainda não puseram em causa, ao mesmo tempo que ilustra os avanços do extremismo de direita na Europa; o fascista Justin Trudeau, chefe do governo do Canadá que, ainda recentemente, homenageou no parlamento um criminoso de guerra banderista ucraniano responsável por centenas de assassinatos sob cobertura hitleriana, tem as intenções de voto em queda; Emmanuel Macron, presidente francês, ficou pelos 15% nas eleições europeias e sentiu-se forçado a convocar eleições antecipadas; pior ainda está o chanceler social-democrata alemão, Olaf Scholz, no nível dos 14%, enquanto os seus parceiros governamentais, os belicistas Verdes, não chegaram aos 13%; Rishi Sunak, oligarca, peão do Goldman Sachs e primeiro-ministro britânico, vai ser demitido pelos eleitores (que nunca o elegeram porque nunca se submeteu a sufrágio popular) nas próximas eleições gerais, eventualmente ultrapassado até pelo outsider populista Neil Farage; o primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, tem a popularidade pelas ruas da amargura e caindo em cada consulta de opinião.
À moda dos mosqueteiros, onde três eram quatro, no G7 onde são sete contam-se oito com a inclusão da União Europeia, aliás representada duplamente em Itália: pela presidente da Comissão, Ursula Von der Leyen, e o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, então ainda no posto que hoje é do contorcionista António Costa. Em matéria de democracia pode-se dizer que estes federalistas autoritários são ainda mais «avançados» que todos os outros parceiros de conspiração, porque nenhum deles foi eleito nem concorreu a coisa alguma.
Cúpula para a guerra
O G7 desdobrou-se a seguir na chamada «cúpula para a paz», convocada pelo ditador ucraniano Volodymyr Zelensky, presidente fora do prazo de validade, e acolhida pela Suíça, país tão neutro como o mais ferrenho adepto de um clube de futebol.
Evento realizado por convite, pretendendo afirmar-se de maneira exuberante como berço mágico de uma solução para a guerra na Ucrânia, mas sem a presença de uma das partes em conflito – a Federação Russa.
Ora, «fazer a paz» numa suposta cúpula de negociações para a qual não foi convidada a parte que está ganhando a guerra não pode passar de um ritual, uma oportunidade para cada orador se ouvir a si próprio nas instalações bem requintadas do Burgenstock Resort, com o bom gosto e o luxo espalhafatosos pensados à medida do martírio que estão passando os soldados ucranianos nas trincheiras, morrendo diariamente às centenas.
Depois de dormir em quartos de 2.000 dólares por noite e por pessoa e alimentados com refeições de 400 dólares, os convidados de Zelensky entretiveram-se a «debater» um documento com recomendações tão sonantes como falsas porque os praticantes da «ordem internacional baseada em regras» ignoram o respeito pelo direito internacional, que aconselham. E muitos deles são conhecidos por não respeitarem os direitos legítimos dos Estados e muito menos a sua integridade territorial, que também apregoam no panfleto saído do conclave.
É desconhecido na História qualquer processo de negociações de paz sem a representação de uma das partes. Qualquer outra versão não significa negociar, mas sim impor. E impor à Rússia como tem de fazer a «paz», que deve de facto render-se quando está em vantagem na guerra, aguardando apenas que a insistência de Washington e Bruxelas no confronto liquide de vez o exército ucraniano, é um acto gratuito que, no contexto actual, equivale a brincar à paz ao mesmo tempo que se cumpre um ritual de guerra.
Na véspera da «cimeira» na Suíça o presidente da Rússia, Vladimir Putin, revelou os contornos da posição russa para resolução do conflito, como quem a transmite antecipadamente aos participantes e informando-os de que quaisquer das suas decisões estariam condenadas ao lixo se não tivessem em conta, como não tiveram, a situação atual no terreno. Putin propôs, como elementos determinantes para uma negociação com algum futuro, a saída das tropas ucranianas, com total garantia de segurança, das províncias russófonas de Donetsk, Lugansk, Kharkiv e Zaporizhia; a declaração do regime de Kiev de que não pedirá a adesão à OTAN; o fim das sanções internacionais contra a Rússia e o descongelamento dos ativos russos na Europa.
A cúpula ignorou olimpicamente estes pontos, apesar de o presidente russo afirmar que as condições não duram eternamente e as próximas serão certamente mais graves e ditadas numa situação militar mais comprometedora para Kiev.
Numa primeira reação, que poderá não ser uma resposta direta a Moscou, mas funciona como tal, a União Europeia decidiu assumir o roubo de 1,4 bilhões de dólares de lucros dos ativos russos para os despejar no buraco negro em que o golpe dos EUA de 2014 e os dez anos de regime nazi-banderista transformaram a Ucrânia, assegurando assim a continuação da guerra. A «paz» europeia e liberal no seu melhor nível.
O ditador e usurpador do poder na Ucrânia convidou 160 países dos 192 Estados da ONU para a «cimeira» na Suíça, afirmando garbosamente que se tratava de «todo o mundo». Desses, compareceram apenas 91, a maioria deles com delegações de baixo nível, sobretudo os da maioria global. A esmagadora maioria dos países africanos não estiveram presentes e, por outro lado, entre os participantes avultaram entidades de inegável representatividade político-militar como a Associação Internacional de Boxe, o ministro do Sistema Nacional de Seguros de Invalidez da Austrália e o ministro dos Serviços Correcionais da Nova Zelândia.
Dirigentes de grandes potências como Macron e Scholz assistiram aos trabalhos apenas durante algumas horas e Joseph Biden preferiu substituir o encontro por uma viagem a Los Angeles, onde os seus serviços montaram um peditório de campanha junto às estrelas de Hollywood. Foi substituído pela vice-presidente Kamala Harris que, ciente de que se tratava de uma campanha de angariação de fundos para alimentar o conflito da Ucrânia como uma guerra sem fim, prometeu uma dádiva de 500 bilhões de dólares, dez vezes mais do que o «empréstimo» acordado poucas horas antes na cimeira do G7, o que revela o profundo conhecimento dos dossiês que lhe depositaram nas mãos e um perfeito alinhamento com as performances disfuncionais de Biden.
Alguns enviados especiais de meios de comunicação social citaram dirigentes participantes assegurando que «o mais importante da cúpula foi o banquete». E talvez sejam realidades como esta as que ficarão para o futuro em relação a tão mundano e caritativo encontro, para lá da sua consequência imediata: a continuação e previsível agravamento da componente terrorista da guerra na Ucrânia.
Afinal é preciso «acompanhamento»
Dos 91 países representados, 12 não assinaram o comunicado final – Armênia, Bahrein, Brasil, Santa Sé, Índia, Indonésia, Líbia, México, Arábia Saudita, África do Sul e Emirados Árabes Unidos – a esmagadora maioria deles membros ou candidatos aos BRICS. Jordânia e Iraque assinaram e arrependeram-se, invalidando pouco depois as subscrições. A chamada «fórmula Zelensky para a paz» foi rubricada por 40% dos países da ONU, entre os quais não figura qualquer dos mais populosos; os ausentes e os que não assinaram representam a imensa maioria global que não se revê no colonialismo ocidental e no imperialismo estadunidense. Mesmo alguns dos subscritores foram muito críticos quanto ao formato e conteúdo da reunião. O Quênia, regime subserviente aos Estados Unidos, abordou a «ilegalidade da apropriação dos ativos russos» e Timor-Leste repudiou a «ordem internacional baseada em regras».
A citação do nome de um único participante e subscritor do documento final bastaria para definir o caráter provocatório e meramente propagandístico da cúpula Zelensky como um ritual de guerra e morte: a do Estado de Israel. A entidade terrorista e sionista, como vem demonstrando ao longo dos últimos 75 anos, tem toda a legitimidade para subscrever um texto final onde se fala de respeito pela integridade dos Estados, pelos direitos dos povos e também pelo direito internacional. O sionismo cumpre, como poucos, todos estes atributos, pelo que os consignatários do panfleto, entre eles o presidente e o primeiro-ministro de Portugal, devem sentir-se orgulhosos de tão prestigiante companhia.
A cúpula ainda não tinha acabado quando a presidente do país anfitrião – onde o maior partido se opôs ao happening –, Viola Amherd, sentiu a necessidade de falar numa próxima «conferência de acompanhamento com a participação da Rússia». Numerosos jornalistas que cobriram o acontecimento tiveram a ousadia de fustigar Zelensky com perguntas sobre a ausência de representantes de Moscou, às quais este respondeu que «a Rússia não está aqui porque se estivesse interessada na paz não haveria guerra». Esta frase, dita por quem fez os convites para a reunião, provocou alguns sorrisos na sala, certamente nas faces de incorrigíveis avençados de Putin.
Contradizendo-se pouco depois, o ditador ucraniano repetiu aquele que parece ter sido o roteiro acertado para o final da cúpula, admitindo «a presença da Rússia numa reunião de acompanhamento a realizar até ao final do ano». O diplomata suíço Gabriel Luechinger disse que «a próxima cúpula de paz não será na Europa e não terá lugar no Ocidente, devendo a Rússia ser integrada de alguma forma no processo de paz».
Em torno destas declarações surgiram especulações sobre a possibilidade de uma abordagem verdadeiramente negocial da paz na Ucrânia à margem da reunião do G20 a realizar em novembro, no Rio de Janeiro, e na qual o ponto de partida seria o projeto sino-brasileiro apresentado há mais de um ano e logo rejeitado pelo regime de Kiev, alegando que era «vago». Muito mais «vago» é o documento adotado na Suíça, além de ter removido todos os pontos do plano chinês de encontrar «um caminho para uma paz sustentável». A posição de Pequim sugere a realização de «uma verdadeira conferência de paz em termos aceitáveis pela Ucrânia e pela Rússia».
Na verdade, nenhuma abordagem unilateral de uma possível solução para o conflito na Ucrânia, como a montada no resort de Burgenstock, tem qualquer viabilidade.
O ministro dos Negócios Estrangeiros da Arábia Saudita, Faisal bin Farhan Al Saud, por exemplo, foi um dos que não assinou o documento saído da reunião suíça. Representando um país afeto aos BRICS e, simultaneamente, um dos principais aliados dos Estados Unidos no Oriente Médio, defendeu que «qualquer processo numa direção pacífica exige a presença da Rússia».
Apesar de os comportamentos habituais e a arrogante mentalidade ocidental serem bem conhecidos e indutores das maiores aberrações no panorama internacional, há situações que não deixam de surpreender pela desfaçatez. Ditar as ocasiões e as condições em que a Rússia tem permissão para participar numa iniciativa de paz relacionada com a Ucrânia é próprio de quem acha que o mundo não mudou, a «ordem internacional baseada em regras» é inamovível; e o regime nazi-banderista de Kiev crê que tem a capacidade, outorgada pelo Ocidente colectivo como dono e senhor do mundo, de pôr e dispor dos comportamentos da Federação Russa como se vivesse ainda nos anos de 2014 a 2022, durante os quais se entreteve a massacrar metodicamente as populações de russos étnicos da região do Donbass com a conivência e o apoio da OTAN, designadamente treinando grupos nazistas através dos seus «conselheiros» no terreno.
No meio do luxo do resort de Burgenstock brindou-se à paz enquanto se organizavam mais arrecadações de recursos para os nazistas com o intuito de prolongar a guerra. Entre os principais organizadores e frequentadores da encenação destacaram-se, precisamente, os países que estão por detrás do lançamento e eternização do conflito: os Estados Unidos, que financiaram com cinco bilhões de dólares – Victoria Nuland dixit – o golpe de 2014 e a entronização da junta nazi-banderista em Kiev; a Alemanha e a França que, dando cobertura ao regime ucraniano, assinaram de má-fé os acordos de Minsk, em 2015, reconhecendo posteriormente que nunca tentaram cumpri-los e serviram apenas para ganhar tempo e montar a máquina de guerra ucraniana; e esteve igualmente o Reino Unido, que em abril de 2022 despachou o seu primeiro-ministro, na época o descompensado Boris Johnson, para obrigar Zelensky e os seus banderistas a dar o dito por não dito em relação ao acordo de Istambul, praticamente concluído. Minsk e Istambul teriam poupado a vida a pelo menos meio milhão de seres humanos, teriam salvaguardado condições mínimas para que a Ucrânia não fosse, como é agora, um país falido, com as regiões e estruturas ainda relativamente saudáveis vendidas em saldo aos grandes extorsionários e cleptomaníacos elegantemente chamados «fundos de investimentos», com imensas regiões e incontáveis agregados populacionais devastados.
Esta é a obra dos «campeões da paz» congregados na Suíça, os mesmos que aplaudiram com silêncio cúmplice os atentados terroristas contra civis e edifícios religiosos no Daguestão russo e nas praias de Sebastopol. Como reagiriam esses «pacifistas» se uma potência estrangeira atacasse com mísseis as praias de New Jersey repletas de veranistas num dia de feriado? Ou assaltasse uma sinagoga de Brooklyn em pleno sabat? O criativo e afascistado socialista Borrell, agora de malas aviadas do «Ministério dos Negócios Estrangeiros» da União Europeia – a sucessora Kallas garante-nos que para pior já bastava ele – explicou aos alunos da Universidade de Cambridge que «a diplomacia é a arte de gerir uma política de dois pesos e duas medidas». O que nos diz muito, quase tudo, sobre o espírito com que o Ocidente coletivo, manifestando sintomas graves de decadência, confunde ostensivamente a paz e a guerra, a vida e a morte, para tentar atingir ainda os seus objetivos de domínio global do planeta.