Barakeh, Presidente do Hadash, visita prisioneiro palestino Samer Issawi

O presidente do Hadash, o parlamentar Mohammed Barakeh, visita domingo o prisioneiro palestino Samer Issawi, que está em greve de fome há mais de 210 dias. Barakeh conta a jornalistas que Issawi está em risco imediato porque deixou de beber água e receber fluidos na sexta-feira. O protesto de Issawi se destina a convencer a comunidade internacional a intervir favoravelmente aos prisioneiros palestinos.

Cerca de 4500 prisioneiros de segurança nos cárceres israelenses enviaram de volta todas as suas três refeições no domingo e na segunda-feira em demonstração de solidariedade aos grevistas de fome palestinos e em protesto contra o assassinato do prisioneiro palestino Arafat Jaradat, na prisão israelense de Megiddo no sábado. A autópsia revelou que Jaradat morreu de complicações decorrentes de tortura extrema sob custódia de Israel e não de ataque cardíaco, afirmou o Ministro da Autoridade Palestina para Assuntos dos Detentos no domingo à noite.

Em uma conferência de imprensa em Ramallah, Issa Qarage afirmou que a autópsia conduzida em Israel com a presença de oficiais palestinos revelou que Jaradat, de 30 anos, teve seis ossos quebrados em seu pescoço, espinha, braços e pernas. “A informação que recebemos até aqui é chocante e dolorosa. As evidências corroboram nossa suspeita de que o sr. Jaradat morreu como resultado da tortura, especialmente porque a autópsia provou que o coração da vítima era saudável, o que infirma a versão inicial apresentada pelas autoridades da ocupação de que ele teria morrido de ataque cardíaco”, afirmou Qarage.

Uma porta-voz da Autoridade Prisional Israelense afirmou, no sábado, que Jaradat aparentemente teria falecido em decorrência de uma parada cardíaca na prisão de Meggido. Ela afirmou que uma equipe médica do serviço de emergência teria tentado ressuscitá-lo, mas haveria falhado. Qarage afirmou tratar-se de informação fabricada e exigiu um comitê de investigação de responsabilidades pela morte de Jaradat. O ministro palestino afirmou que Jaradat exibia lesões e graves contusões na parte superior direita das costas e graves ferimentos com formato circular agudo na área torácica direita. O coração de Jaradat estava em boas condições e não havia sinais de lesões ou derrames, acrescentou o ministro.

O presidente da Associação de Prisioneiros Palestinos, Qaddura Fares, acrescentou que a autópsia revelou sete lesões no lado de dentro do lábio inferior de Jaradat, contusões em seu rosto e sangue em seu nariz. Após a autópsia, o corpo de Jaradat foi transferido para o Crescente Vermelho Palestino na travessia de Tarqumiya a oeste de Hebron, e levado ao Hospital Al-Ahli. Será enterrado na segunda-feira em sua terra natal, Sair. O advogado de Jaradat, Kameel Sabbagh, afirmou que ele foi torturado por interrogadores israelenses.

Domingo, milhares de palestinos protestaram contra a morte ao longo da Cisjordânia e de Gaza, e ao menos dois manifestantes foram feridos por munição letal em confrontos com forças israelenses, incluindo um menino de 13 anos filho do oficial de Segurança Preventiva. Dúzias de outros foram feridos por balas de borracha.

Tradução: Partido Comunista Brasileiro (PCB).