Os cortes sociais e salariais decididos pelo Governo pioram as condições de vida da classe operária

O Partido Comunista de Canárias (PCC), o Partido Comunista do Povo Canário e o Partido Revolucionário dos Comunistas de Canárias rejeitamos os novos cortes dos direitos sociais e a redução salarial anunciados pelo Governo do PSOE, já que estabelecem uma nova agressão aos interesses dos trabalhadores e das trabalhadoras.

Seguindo as ordens dos grandes empresários, obedientes aos ditames do Fundo Monetário Internacional e dos organismos executivos da União Européia e aceitando a linha marcada pelas opiniões ingerencistas realizadas pelo presidente dos Estados Unidos, o governo do PSOE deu continuidade à sua política de jogar nos ombros do povo a crise capitalista e iniciou uma nova ofensiva contra os direitos da classe operária e os setores populares, prelúdio da lesiva reforma trabalhista cujo anuncio é imente

A redução dos salários dos servidores públicos e o congelamento das aposentadorias não são mais que o início de um plano de cortes selvagens que, juntamente com o atraso da idade de aposentadoria, a anulação das convenções coletivas e o avanço rumo à demissão gratuita, vão ser postos em prática progressivamente nos próximos meses.

A profundidade e extensão da crise do capitalismo está piorando rapidamente as condições de vida de muitos milhões de membros da classe operária, dos trabalhadores rurias e da pequena burguesia. Na União Européia, foi na Grécia que a crise emergiu com perfis de quebra nacional, anunciando duras provas para o emaranhado econômico do imperialismo europeu

Saudamos e nos solidarizamos com a exemplar luta da classe operária grega contra a política que tenta impor seu Governo, aplicando os ditames da União Européia e do FMI. Essa resposta de luta e confronto é necessária também no Estado Espanhol para frear o atrevimento patronal e o Governo de Zapatero, para impedir que façam os trabalhadores pagar pela crise, enquanto os capitalistas obtêm lucros escandalosos, como os anunciados nestes dias por alguns bancos

Enquanto ataca os interesses do povo, o Governo aumenta os gastos militares para poder manter as tropas espanholas em missões imperialistas, como a guerra do Afganistão. Exigimos a retirada de todas as tropas, a redução do orçamento militar e um aumento do investimento em geraração de emprego, aposentadorias dignas e proteção social, com atenção especial aos milhões de pessoas lançadas ao desemprego pela crise provocada pelo desenvolvimento especulativo do capitalismo

As medidas anunciadas pelo Governo do PSOE são antisociais e claramente contrárias ao interesse geral. Seria bom que o Governo lutasse de verdade contra a fraude fiscal (nas Canárias, começando pela RIC), atacando os paraisos fiscais e aplicando impostos significativos sobre os grandes lucros empresariais e dos bancos, como medidas para reforçar os cofres públicos e orientar o gasto do Estado para que não sejam os setores populares de menor renda e maior exclusão que paguem e sofram uma crise claramente geradora de desemprego e incerteza social

O PCC, PCPC e o PRCC acreditam que somente com uma GRANDE MOBILIZAÇÃO GERAL PERMANENTE poderemos fazer frente aos excessos do capitalismo e seu Governo, e defender uma saída da crise que inclua uma reforma fiscal, a nacionalização dos bancos, o estabelecimento de um sistema universal de Renda Básica de subsistência e o massivo investimento público produtivo e gerador de emprego. Nesse sentido, apoiamos a greve convocada para 8 de junho no setor público e propomos às organizações sindicais e ao conjunto de trabalhadores e trabalhadoras avançar rumo a uma greve geral que ponha em ação a força popular para mudar o rumo da política governamental.

Canárias, 17 de maio de 2010

PCC, PCPC e PRCC

http://www.iucanaria.org/PCCanarias/indexPCC.htm

http://prcc-canarias.org