Brutal ataque dos carabineiros à Comunidade Mapuche Temucuicui: Torturas, detenções, destruição de casas, roubos e morte de animais

No que parece ser uma vingança dos empresários latifundiários e dos organismos do Estado chileno, a força militarizada da polícia empreendeu uma violenta ofensiva para retirar as famílias mapuche que vivem e recuperam o território roubado por estrangeiros no Temucuicui.

O lonko Víctor Queipul, Jorge e Felipe Huenchullán, Víctor Hugo Queipul e Carlos Arzola Caro, membros da comunidade Autônoma Temucuicui, foram detidos e sofreram humilhações por parte dos policiais da delegacia de Collipulli.

As casas e os trabalhos produtivos desenvolvidos pelas comunidades Autônoma e Tradicional de Temucuicui, em prédios que se encontram requeridos e em processo de recuperação produtiva, em diferentes terrenos de particulares, como René Urban, Zeit e Ruf, ficaram completamente destruídos.

Destruíram casas, cercas e caminhos, atropelaram animais e roubaram ferramentas como machados, enxadas, todas elas de uso agrícola. Detiveram a mulher e o werken Mijael Carbone, além de ferirem à bala Felipe Huenchullan, membro da comunidade Autônoma.

Estendeu-se durante toda tarde a remoção. Foram utilizadas retroescavadeiras e tratores para destruir cercas. As estacas foram cortadas com motosserra e arrastadas com trator as arrastaram. A retroescavadeira abria caminho para que os tanques e carros policiais pudessem passar e ingressar à comunidade.

Detenções e torturas

Tudo começou com o cerco ao veículo do werken Jorge Huenchullán, isso às 16:30 horas do dia de ontem, quarta-feira, quando se dirigia à cidade de Ercilla para atender Felipe Huenchullán, ferido por carabineiros. Ao perceberem sua presença, imediatamente os policias obrigaram a saída de todos os ocupantes do veículo sob fortes ameaças e golpes. Posteriormente, todos foram detidos e levados à segunda delegacia de Collipulli, lugar onde passaram toda a noite.

Em torno das 17:30 horas, foram constatadas as lesões de todos os detidos, observados por um carabineiro, que chamou o médico de plantão e informou os conteúdos das lesões em seu relatório, especialmente sobre os ferimentos de Felipe Huenchullan e Víctor Hugo Queipul.

Às 18:00 horas, os advogados analisaram em quais condições se encontravam os detidos e foi informado pelo comando carabineiro que a detenção foi efetivada sob a acusação de ocultação de identidade. No entanto, também foi informado que todos seriam liberados no transcorrer da tarde. Às 19:00 horas foi liberado um menor de idade e, meia hora depois, conforme informação divulgada, os advogados e o pessoal do Instituto de Direitos Humanos foram retirados do local.

Em seguida, o promotor Luis Chamorro chegou à delegacia, solicitando ao tribunal a realização de perícias pelo LABOCAR dos Carabineiros nos corpos e roupas de todos os detidos, sem advogados e com o promotor presente. Sofrendo golpes, os detidos foram retirados do calabouço, um por um.Segundo relatos, foram retiradas amostras de sangue, o que constata a violação de todos os direitos dos detidos e atropela a cultura mapuche.

Via telefone, familiares avisaram aos advogados Nelson Miranda e Ricardo Cáceres sobre o que estava acontecendo no interior da delegacia com os detidos. Posteriormente, os advogados apresentaram as informações ao Juiz, que se comunicou imediatamente com o capitão carabineiro da delegacia. O capitão negou descaradamente tudo o que estava ocorrendo. Cabe assinalar que todo este procedimento foi realizado na presença do Promotor Luis Chamorro.

Finalmente, todos os familiares foram obrigados a abandonar a sala de espera em que estavam, no interior da delegacia, sem conhecer mais detalhes do estado de saúde dos detidos. Cabe recordar que duas autoridades tradicionais do Povo Mapuche estavam sendo torturadas.

Fonte: http://paismapuche.org/?p=7895

Tradução: Partido Comunista Brasileiro (PCB)

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