COMITÊ GAÚCHO DE SOLIDARIEDADE À LUTA DO POVO PALESTINO

Ninguém atravessa o deserto sozinho, é preciso ir em caravana”

Em 1977, a Assembléia Geral da ONU, através da Resolução nº 32/40, aprovou que fosse celebrado, em 29 de novembro, o Dia Internacional de Solidariedade para com o Povo Palestino. Porém, nessa mesma data, no ano de 1947, a própria Assembléia Geral da ONU aprovou a Resolução 181 que dividiu o território palestino e estabeleceu o Estado de Israel.

29 de novembro: mais que um dia de celebração, é a data para não esquecermos a tragédia do povo palestino que vive hà mais de seis décadas sob uma ocupação criminosa.

Hoje, os palestinos tentam sobreviver sobre apenas 8% de seu território original.

O povo palestino tem seus direitos desrespeitados, como à autodeterminação, à saúde, à educação, a transitar livremente, pois a acessibilidade é negada através do MURO – uma barreira de concreto, com 800 km de extensão e com 8 metros de altura – e centenas de “checkpoints”, além de estradas proibidas a palestinos. Tais desrespeitos constituem o regime apartheid que se configura no território ocupado, tudo isso realizado pelo Estado nazi-fascista de Israel.

Frise-se, antes de mais nada, que nenhum sentimento anti-semita nos move, mas não podemos concordar com a direita israelense que governa Israel e o sionismo, apoiados pelo imperialismo yankee, que, desrespeitando direitos basilares à vida em comum e à dignidade do ser humano, submete o povo palestino a uma tragédia que se prolonga no tempo.

Em Gaza, o lugar mais densamente povoado do mundo, com 1,5 milhão de pessoas que se espremem em cerca de 360km2, um bloqueio tem feito com que pulse a fome e a miséria, numa punição coletiva com a conivência dos governos capitalistas e imperialistas do mundo, inclusive dos governos corruptos e traidores árabes – que estão sentindo a força do povo árabe, nas ruas, lutando pelos seus direitos e derrubando governos fantoches.

Nesta data, em que prestamos nossa homenagem aos mártires da NAKBA, convidamos a todos para conhecer a já longa história de resistência do povo palestino.

A resistência visa lutar por uma Palestina Livre de todo o aparato de ocupação, inclusive dos check-points, dos muros de divisão, do regime de apartheid, garantindo a retomada dos territórios ocupados por Israel, com o fim imediato da ocupação militar e colonização de terras árabes e a garantia da igualdade de direitos civis, independentemente de religião ou etnia, com o desmantelamento dos assentamentos ilegais.

As supostas “esquerdas” brasileiras, defensoras de um capitalismo brutal e sem freios e que comemoram esta data nos salões atapetados das instituições governamentais, não conseguirão superar as restrições que nosso Governo impõe nas relações com o Oriente Médio, pois dependem, inclusive, financeiramente do Governo e tudo isso implica em permitir um desequilíbrio no Oriente Médio, capaz de colocar em xeque a paz, não só naquela região, como em todo o mundo.

Por isto, nosso Comitê considera essencial à luta de solidariedade ao povo palestino:

* reconhecer o direito do povo palestino de utilizar todas as formas de resistência à ocupação, com ênfase na luta popular, e de exigir a libertação de todos os presos políticos;

* exigir e também denunciar que o Brasil, através do governo federal, rompa todos os acordos e contratos com a potência ocupante, especialmente os de cunho militar, como a importação de produtos da indústria armamentista de Israel e com a comercialização de tecnologia de defesa e segurança;

* apoiar a instalação de um Tribunal ad hoc sobre os crimes contra a humanidade perpetrados pelo Estado israelense contra os palestinos;

* participação e apoio, com ações visíveis e de eficácia, à campanha internacional do BDS – Boicote, Desinvestimento e Sanções – contra Israel até que esse país respeite o direito internacional e os direitos dos palestinos.

Vamos, todos, inclusive os judeus progressistas que estão contra o governo sanguinário israelense, nos dar as mãos e trabalharmos pelo respeito à soberania do Povo Palestino e seu direito em construir seu Estado, com a integridade do seu território original, condição indispensável para a paz no Oriente Médio e no Mundo.