Manifestação na Palestina contra a farsa da negociação
Centenas de palestinos participaram em Ramallah, na Cisjordânia, do protesto contra as negociações de paz com Israel que se reiniciaram quinta-feira em Washington. Os manifestantes foram convocados pela Coligação Palestina Contra as Negociações Diretas, que se opõe a um diálogo de paz realizado “sob as condições impostas pelos Estados Unidos e por Israel para atenderem a seus interesses”.
A coligação conta com o apoio de organizações não governamentais, movimentos sociais e partidos palestinos como a Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP), Frente Democrática para a Libertação da Palestina (FDLP), Partido do Povo Palestino (PPP) e Iniciativa Nacional Palestina (INP). “Não nos opomos por princípio a uma negociação de paz, mas este apelo concreto ao diálogo por parte dos Estados Unidos não oferece qualquer garantia de que Israel vai fechar colonatos em território palestino nem que vai seguir o roteiro (de paz)”, disse Qais Abdul Karim, secretário geral da FDLP, à agência noticiosa espanhola EFE.
Para se sentarem à mesa das negociações, adiantou, é necessário que “Israel reconheça os termos de referência que inclua a retirada do território ocupado em 1967 e o respeito pelas resoluções das Nações Unidas”. Segundo Karim, “a imensa maioria da população palestina está pessimista em relação a estas negociações e dois terços da opinião pública rejeita o diálogo e/ou o condiciona ao fim das construções dos colonato e ao comprometimento de Israel com as resoluções da ONU”.
No dia 25/08/2010, em Ramallah, agentes da inteligência e forças da polícia da Autoridade Palestina atacaram, pararam e impediram a realização de uma conferência nacional palestina contra a participação nas negociações diretas com Israel. A Conferência, chamada por partidos políticos palestinos, pessoas independentes e organizações de Direitos Humanos, foi organizada para denunciar as negociações realizadas sob os auspícios do governo dos Estados Unidos como um caminho perigoso para a causa nacional palestina. O encontro aconteceu de forma simultânea com uma conferência em Gaza.
A Frente Popular para a Libertação da Palestina – FPLP- emitiu uma declaração condenando a ação da inteligência da AP em Ramallah, pedindo uma imediata investigação para apurar as responsabilidades, afirmando que a ação repressiva da AP teve como objetivo “impedir o fortalecimento do nosso povo e seus representantes e que expressem seu claro e explícito repúdio a estas negociações, organizadas em violação do “ consenso nacional” e da decisão do Conselho Central Palestino.”
Fontes: Agência Lusa e Comunicado da FPLP Foto AFP