ISRAEL. Moshe Yaalon: “Às vezes é preciso utilizar bombas atômicas para se defender”

imagemResumen Latinoamericano / HispanTV / 16 de maio de 2015 – O ministro de assuntos militares do regime de Israel, Moshe Yaalon, elogiou o ataque atômico dos Estados Unidos a Hiroshima (Japão) durante a Segunda Guerra Mundial em 1945, já que, em sua opinião, foi em defesa própria.

As declarações de Yaalon, emitidas neste sábado através de um vídeo, foram pronunciadas há duas semanas em um discurso no centro israelense Shurat HaDin, em Tel Aviv.

Shurat HaDin é um grupo de direita que luta contra o esforço global dos inimigos do regime de Israel para deslegitimar, boicotar e levar a cabo uma “guerra jurídica” contra o regime de Tel Aviv.

Yaalon, durante sua intervenção, defendeu o uso de bombas atômicas em caso de países que se sintam ameaçados por outros Estados. “Às vezes é necessário recorrer a este tipo de medida para defender o país”, destacou.

Neste contexto, também defendeu as decisões do regime israelense em várias de suas últimas guerras, e pelas quais recebeu muitas críticas, por “não respeitar a vida dos civis”.

Sem referir-se a nenhum país concretamente, Yaalon sugeriu que Tel Aviv poderia adotar medidas extraordinárias que pusessem em perigo vidas civis “caso suas operações cirúrgicas” não constituíssem uma via alternativa para cumprir seus objetivos militares.

“Recordo a história do presidente Truman, de quando o perguntaram como se sentia após lançar as bombas nucleares em Nagasaki e Hiroshima causando 200.000 vítimas. E ele respondeu: ‘Quando meus oficiais me disseram que a alternativa era uma longa guerra com o Japão com um número potencial de vítimas de um par de milhões, vi que a decisão (de bombardear com bombas atômicas) era moral’”, lembrou o ministro.

Acrescentou que se trata de medidas extraordinárias que, às vezes, segundo ele, são necessárias. Não obstante, esclareceu que “Israel não está nesse ponto”.

Em alguns casos, indicou, podemos dar certos passos que acreditamos serem necessários para nos defender. “Mencionei o debate sobre a interceptação de foguetes posicionados em casas de civis. Decidimos fazê-lo”, explicou Yaalon, em alusão às ofensivas do regime israelense contra a Faixa de Gaza que deixaram 2.310 palestinos mortos em seu último conflito.

“Posso imaginar outros passos que poderiam ser dados. No entanto, teríamos que estar certos de que podemos nos olhar no espelho depois de tomar uma decisão ou após a operação. Teríamos que estar certos de que é uma necessidade militar, considerar o custo e os benefícios. Porém, ao final, temos que dar determinados passos”, pontuou.

As políticas adotadas pelo regime de Israel em relação às armas nucleares foram denunciadas em reiteradas ocasiões pelos países árabes e organizações internacionais, já que colocam em perigo toda a região do Oriente Médio.

Cabe destacar que o regime de Israel conta pretensamente com 200 a 400 ogivas atômicas, sob uma política de ambiguidade nuclear, pois jamais negou nem confirmou sua possessão de armas de destruição massiva.

Por outro lado, o regime de Tel Aviv nunca autorizou a inspeção internacional de suas instalações nucleares, e se negou a assinar o Tratado de Não Proliferação (TNP).

O regime israelense também se negou a unir-se à Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), que exige de seus membros o uso civil da tecnologia nuclear.

Assim, o diário estadunidense The Washington Post revelou no mês de março passado como o regime israelense desenvolveu na década de 1960 armas nucleares.

Irã censura declarações “ameaçadoras” de Yaalon sobre armas atômicas

O representante permanente do Irã ante a ONU, Qolamali Joshru, censurou, na terça-feira, as declarações do ministro israelense de assuntos militares, Moshe Yaalon, nas quais não descartou o uso de armas atômicas por parte deste regime para “defender-se ante outros países”.

Em uma carta dirigida ao secretário geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, Joshru além de censurar as declarações “egoístas e ameaçadoras” de Yaalon, denunciou a possessão de armas de destruição massiva por parte do regime israelense.

“As declarações de Yaalon colocam em destaque a possessão de armas nucleares pelo regime de Israel”, sublinhou o diplomata iraniano em sua missiva.

De acordo com Joshru, as afirmações de Yaalon demonstram mais uma vez a natureza agressiva do regime de Israel ante os demais povos.

Apesar das mentiras e do sigilo do regime de Israel em torno de seu programa nuclear, indicou,Yaalon admite a possessão de armas nucleares por Tel Aviv em seu discurso e minimizou a importância do massacre de civis no ataque atômico dos Estados Unidos a Hiroshima (Japão) durante a II Guerra Mundial.

“Yaalon não só revela os ataques programados pelo regime de Israel contra civis no Líbano e na Faixa de Gaza, como também os defende e não descarta a possibilidade de repetir a opção estadunidense (uso de armas atômicas) contra outros povos”, acrescentou.

Finalmente, Joshru considerou que as declarações egoístas de Yaalon desafiam os princípios nos quais se baseiam os conflitos armados e os direitos humanos internacionais e insistiu que ameaçam a paz e a estabilidade internacional. De fato pediu ao Conselho de Segurança da ONU (CSNU) que condenasse o regime israelense por estas declarações ameaçadoras.

As políticas adotadas pelo regime de Israel em relação às armas nucleares foram denunciadas em reiteradas ocasiões por países árabes e organizações internacionais, já que colocam em perigo toda a região do Oriente Médio.

Fonte: http://www.resumenlatinoamericano.org/2015/05/20/israel-moshe-yaalon-a-veces-hay-que-utilizar-bombas-atomicas-para-defenderse/

Tradução: Partido Comunista Brasileiro (PCB)